32ºCapitulo II- parte

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P.S- quando virem isto " * " (asterisco) mudem de musica. Elas estão por ordem.

Case Closed- Little Mix

Christina Perri- A thousand years

Ed Sheeran- Give me love

*É como se eu fosse projetada por uma onda negra. Não sinto nada e estou dormente. Estou de pé, mas não sinto nada. Estou presa ao chão á frente da porta da casa de banho. Sinto os olhos molhados.

Toco levemente a face e sinto as lágrimas. Eu estive a chorar. Eu vi tudo. Eu vi o que não compreendi. Eu vi o futuro. Eu vi o futuro e passado. Tudo numa colisão de destroços. Uma guerra fria na minha cabeça. Choquei com algo que jamais poderia ter chocado. Fui portadora da mentira do passado e da incerteza do futuro.

Eu vi o que me vai acontecer. Vi quem era o rapazinho, sei quem é o Harry e o que lhe aconteceu. Sei agora o quão danificada está a alma dele. Sei o quanto o amo. Ou o quanto o amarei. Sei que posso morrer. Sei que posse ter outra descarga de memórias que me levaram pelo túnel. Sei que posso morrer nos braços dele.

O que é suposto fazer agora que sei de tudo? Que sei que passei metade da minha vida a sofrer por o homem que divide a casa comigo. Que tenho a sua mãe presa na minha cabeça? É tanta informação de uma só vez que tenho medo que tudo o que vi se torne realidade, que eu tenha de facto uma morte lenta e dolorosa. Que eu morra sem esforço, mas ainda assim com uma dor lancinante.

Não sei até onde isto vai parar. E não sei o que fazer para o parar. Sinto-me como cristal no ar. Sem pé. Sem saber como devo agir a seguir.

Dou alguns passos suaves para trás e deixo-me cair em cima do sofá. As imagens rodam outra vez na minha cabeça. É extenuante. Toca na minha testas e pequenas gotas de suor estão a escorregar.

Sinto-me quente, mas tenho frio. Estou a tremer, estou a tremer de frio, frio e medo. Como se saber o que vem a seguir provocasse este tipo de reação em mim.

Puxo uma manta para cima de mim e enrolo-me numa conchinha. Uma concha vazia, sem perola apenas oca. Algumas pessoas daria tudo para conseguir o que tenho, no entanto eu daria tudo para não ter oque tenho. Inclusive a minha própria vida. Sinto-me esmagada com toda esta informação.

Pensar que foi apenas um pouco de sangue que provocou isto em mim, dá-me cabo do sistema nervoso. Tudo porque ele gritou comigo. E agora que sei quem ele é, apenas quero esquecer. Quero esquecer o quanto vou acabar por gostar dele. O quanto vou sofrer por ele. Porque toda aquela cena de morte na minha cabeça só me veio alertar para o facto de eu ir sofrer muito por ele.

Então a questão é será que tudo o que vi vai realmente acontecer? Será que eu vou morrer? Será que eu me vou apaixonar? Será que ele vai chorar? Tantas dúvidas na minha cabeça que chega a doer.

Olho de relance para a minha mala pendurada no cabide e revejo tudo o que lá tenho até chegar ao que quero. O cartão. O cartão do amigo do meu pai. Estou num estado de desespero tao grande que já penso na hipótese de falar com um charlatão qualquer.

O que poderá um psicólogo fazer com a minha mente? Até onde irá ele para descobrir o que faz o meu cérbero trabalhar da maneira que trabalha. O meu pai ai devia saber que posso ser alvo de demasiadas curiosidades. Como uma experiencia científica.

O barulho da porta a destranca-se trás de volta ao presente. Os olhos do Harry prendem-se nos meus e ficamos por instantes a olhar-nos. Como se fossemos o único homem e a única rapariga da terra. Como se fossemos únicos. O que na realidade somos. Somos únicos, diferentes e estranhos.

Vision 1 - The JudgedNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ