47ºCapitulo

64.3K 2.3K 252
                                    

Musicas do capitulo:

-Chiristina Perri- Thousand years

Depois de comermos a nossa deliciosa refeição, estamos aninhados no sofá a ver o Hunger games, eu literalmente chorei quando a Katniss se ofereceu como tributo, e o Harry não fez outra coisa se não rir de mim. Eu sei que ele se está a armar em forte, mas também sei que as suas cenas preferidas, são definitivamente quando alguém morre e há luta pelo meio.

Eu estou de um lado do sofá e ele do lado oposto, com aninhados quero dizer que as nossas cabeças estão encostadas, mas os nossos corpos mal se tocam, foi uma deceção quando ele se sentou mais longe de mim do que eu previa, no entanto não conseguiu ficar quieto muito tempo e só parou de se mexer quando as nossas cabeças finalmente tocaram, portanto nos primeiros vinte minutos do filme nenhum de nós esteve efetivamente muito á vontade.

-devias ir para a cama.- ele avisa quando sinto os meus olhos pesarem.

-não tenho sono.- bocejo, não dando credibilidade á minha declaração.

-claro que sim menina crescida.- ele ri.

-só mais dez minutos papá.- murmuro a rir.

-diz outra vez isso, e a seguir vais gemer isso.- ele murmura roucamente e eu abro os olhos muito depressa.

-Harry!- tento parecer chateada mas sem grande sucesso.

Recosto-me mais e oiço o Peeta e a Katniss a falar acerca de como estão perto de ganhar. Estou efetivamente cansada, mas não quero ir para cama, porque este sofá é sem dúvida muito mais confortável do que a minha cama no campus. Enrosco-me mais sobre mim mesma e passo a minha cabeça para o colo do Harry. Não sei o quão atrevido isto soa mas quero mesmo poisar a minha cabeça e apagar.

Assim que deito a minha cabeça sobre o seu colo, os seus dedos viajam ociosamente para o meu cabelo acariciando-o ritmicamente. Sinto-me como num conto de fadas, em que encontrei o meu príncipe encantado. Mas depois penso nos universos paralelos e nas suas teorias e vejo que onde á bondade é maldade, onde á carinho há odio, e principalmente, onde há príncipes encantados, há príncipes das trevas.

A minha mente começa a divagar e a misturar-se, anjos e demónios afloram na minha cabeça, continuo a sentir a mão do Harry. Espelhos partidos, e sangue, muito sangue, um menino chora ao longe, uma mãe perdida a tentar alcança-lo. Há fragmentos de coração no chão estilhaçado de sangue. Um menino por debaixo de um vidro, a sua mãe  por cima do vidro a tentar alcança-lo, o rapazinho afunda-se cada vez mais. A sua mãe corta a mão para o salvar. Está quente. Muito quente. Vejo tudo em camara lenta e não alcanço ninguém, tento gritar para que a mãe carinhosa pare de se cortar, pois a saída do espelho de vidro está mesmo ao lado de o pequeno rapazinho. Ele apenas não consegue chegar lá sozinho.

-NÃO.- Levanto-me bruscamente.

Olho á minha volta e estou sozinha numa grande cama, as luzes da cidade cintilam lá em baixo, mesmo por debaixo dos meus pés. Estou perdida e assustada e o Harry não está ao meu lado como todas as noites. Levo as mãos á cara e esta está molhada com as minhas lagrimas.

Era ele o rapazinho era o Harry. E eu não consegui fazer nada para o ajudar. A mãe dele a sacrificar-se. Mais uma vez falhei, a minha mente a relembrar-me de que não sou sobre humana, apenas tenho o azar de possuir o dom de ver o passado e o futuro. Tudo o que vi no meu sonho foi eu agora e o Harry antes, como se eu não fosse capaz de o salvar do seu passado, nem do seu futuro. Mas tudo o que eu quero agora é viver o presente.

Mais lágrimas e soluços escapam da minha boca. Tento chorar baixinho e apenas olhar em redor. Mas o que eu pensava ser olhar em redor, tornou-se um fúria compulsiva para encontrar a porta. Tenho medo de me mexer, tenho medo do que vou encontrar para lá da porta do quarto dele.

Vision 1 - The JudgedWhere stories live. Discover now