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Era um pleno sábado de chuva, me levantei espreguiçando e calçando minha pantufa, enquanto andava lentamente até o banheiro, logo desci para a cozinha onde meu pai estava sentado junto ao meu irmão lendo um jornal ao balcão da cozinha, enquanto minha mãe a sua frente fazia o café da manhã com o seu habitual avental de vaquinha.

      —  Bom dia! – Adentro a cozinha e me sento ao balcão junto ao meu pai e pego um pouco de café.

       — Bom dia. – Meu pai sorri sem tirar os olhos do jornal.

      — Bom dia, chata. – Meu irmão, esse apelidos logo cedo.

     — Bom dia, filha. – Minha mãe se vira sorrindo enquanto coloca panquecas a minha frente. Sentia falta dos cafés da manhã de sábado, as famosas panquecas da Alice, eram incríveis. O cheiro e gosto inesquecíveis do café do meu pai.

  Tomamos um café da manhã reforçado, enquanto contávamos as novidades um para o outro. E ouvíamos bandas de rock, como Nirvana, Bom Jovi, Creedence, entre outras bandas. Já que meus pais adoravam esse estilo de música, assim como eu.

    Um tempo depois, eu subi para o meu quarto e me joguei a cama no quarto todo escuro, onde só se via as pequenas frestas da porta iluminada pela luz do corredor, meus fones estavam no máximo que meu ouvido conseguia ouvir sem que estourasse, com a música Reflections da banda The Neighbourhood. Logo senti uma claridade sinistra vindo da direção da porta e abri os olhos.

     — Filha ? Meu Deus, que escuridão é essa. – Acendeu a luz e começou a observar meu quarto e logo suspirou quando finalmente me encontrou. — Bea, você tem visita. – Mas ein, eu nunca recebo visita.

    — Quem é, mãe ? – Levantei um pouco minha cabeça.

   — A Roberta. – Suspiro fundo.

    — O que ela quer?

    — Não sei, ela só me disse que quer falar com você. – Bufei alto e me levantei descendo as escadas atrás da minha mãe.

   — Oi. – Entro a cozinha e encaro a mesma.

   — Beatriz, tudo bem? – Assenti e continuei a encarando.

   — O que aconteceu? Por que quer falar comigo?

  — Bom, é complicado... – Continuei a encara ela, se demorar mais um pouco, eu dou as costas e volto para o meu quarto. — Não sei se você sabia, mas, o Grenw estava namorando.

   — Na realidade, eu não sabia e nem queria ter descoberto, isso não faz nenhuma diferença em minha vida.

   — Eu sei .... É que, a namorada dele terminou com ele, e agora, ele não sai mais do quarto, não come, só fica trancado naquele quarto escuro. – A encaro com indiferença.

   — E eu com isso? – O ódio que sentia daquele garoto ainda era alto.

   — Olha Beatriz, eu sei que você não gosta dele, por ele ser como ele é, mas por favor, ajude ele. – Sorri sarcasticamente.

    — Você acertou, eu odeio ele, e não! Não vou gastar saliva com um cara idiota. Além disso, não vale a pena.

   — Beatriz, por favor . – Balacei a cabeça negativamente.

    — Bea, por favor. Você sabe muito bem como é sentir uma dor que não pode se curar, uma dor no coração. – Minha mãe se aproximou de nós, e me encarou.

    — Mas mãe, ele faz maldade para as pessoas.

   — Eu sei filha, mas todos merecemos uma segunda chance. Então.

   — Não, não irei ajudar, sinto muito Roberta. – Me virei indo em direção a sala.

   — Beatriz, antes de ir, só me responda uma coisa. Caso fosse você no lugar do Grenw, não ia gostar de ter alguém para te ajudar, de ter uma razão para lutar? – Suspire fundo e me virei novamente.

    — Sim, mas são casos diferentes. Ele tem você.

    — Infelizmente não. – Levantei uma sobrancelha.

    — Por que, não ?

    — Ele não quer falar comigo, na verdade, não quero falar com ninguém que não seja sua ex namorada. Todos que tentaram falar com ele, saíram magoados daquele quarto, assim como eu.

   — Hum, e você quer que eu tente também, para ser magoada?

    — Não, não é isso. É que você é mais forte, e sabe lidar com esse tipo. – Suspirei novamente.

   — Olha Roberta, eu vou pensar, mas, não te garanto nada. – Ela sorriu, e eu fui para o meu quarto. Fitava ao teto sem parar, provavelmente elas tinham razão, mas iria ser irritante lidar com esse garoto depois de tudo oque ele fez. Mas, caso ele apele, fazerei o mesmo. Me levantei, pegando algumas coisas e saindo pela porta do meu quarto.

    — A Roberta acabou de sair, você vai tentar falar com ele, filha? – Apenas Assenti, e a mesma sorriu me dando um abraço.

    — Mas que fique claro, se ele fazer uma coisa de muito ruim, eu vou esmurrar a cara dele. – ela sorriu e me soltou.
  
     Encontrei a Roberta um pouco longe da minha casa, e juntos fomos para sua casa. Preciso admitir, a casa dela era linda. Sempre achei que fossem ricos, mas aquilo era absurdamente chamativo. Na verdade, o bairro inteiro era formidável.

     Fomos recebidas por um senhor, que provavelmente seria o mordomo. Sorri para o mesmo e logo foi dispensado por Roberta que me guiou até uma porta negra com algumas frases pintadas a mão, como “Não entre” ou “ Proibido a entrada de pessoas que não sejam eu.” na porta, A garota me encarou, entendi rapidamente seu olhar, ela estava com medo.

     — Pode deixar, eu me viro agora. – ela sorriu e andou em direção a outra porta. Suspirei e dei três batidas a porta.

    — Vai embora.

    — Você nem sabe quem é, abre essa porta.

    — Não sei e não estou afim de saber, só vai embora. – Suspirei irritada.

    — Abre essa porta, não vim aqui a toa.

    — Por que veio aqui?

    — Por que sua irmã me obrigou, agora abre essa porta!

    — Não! Vai embora, Estranha.

    — Olha, sua última chance. Ou você abre, ou eu vou arrobar ela. – Escutei uma risada sarcástica vindo do outro lado da porta.

    — Há, duvido, não vou abrir.

   — Okay, você pediu por isso. – Bati com força meu pé sobre a porta oque a fez bater bruscamente contra a parede, fazendo um grande barulho. Entrei calmante pela porta e observei o garoto que estava com uma expressão de surpresa. Olhou a porta e logo a mim.

     — Minha porta! Por que ?? – Soltei uma risada sarcástica.

    — Eu avisei.

   — Estava blefando, garota! – dei de ombros. – Sai do meu quarto, agora!

   — Não. Enquanto você não me falar o que está acontecendo, não saio. – Grenw fechou e abriu a mão freneticamente.

   — Você é muito irritante.

Diferente do meu Passado? ( A Rockeira e o Playboy).Onde histórias criam vida. Descubra agora