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Beatriz narrando:

   Enquanto pilotava a moto em alta velocidade, pensava em tudo o que aconteceu, tanto no passado quanto no presente. Eram coisas doidas nas quais eu já presenciei, mas essa é a vida...

"Permanecia sentada sobre uma grande pedra com vista para as grandes avenidas, carros passavam rapidamente, parecia voar por um momento. Observava atentamente até algo, ou melhor alguém tirar minha atenção. 

- Vai ficar viajando? - Lucas se sentou ao chão ao meu lado.

- É, vou.

- Não quer uma cerveja mesmo? Hoje é nosso dia de folga, nenhuma briga, nenhum idiota para deter, vamos, beba.

- Não, valeu, Lucas. Vou ficar só com o meu cigarro mesmo. - Levantei brevemente o cigarro e o levei a boca.

- Ok. E o Diego? Ele continua te ignorando? - Balancei a cabeça positivamente soltando a fumaça pela boca. - Ele tá com aquela mulher ainda?

- Aram. Eu desisti, não vou perder minha paciência e minha dignidade com ele. Além disso - Dei mais um trago ao cigarro. - Ambos sabemos o que vai acontecer, cedo ou tarde.

- Você sabe que essa garota pode ser uma pessoa boa, não é? - Soltei uma risada fraca e forçada.

- Tem um possibilidade, nem que seja mínima. Mas, para mim ela não é algo com caráter bom.

- É engraçado. - Lucas deu um grande gole a sua cerveja. - Você cisma com algo, e muita das vezes você está certa. Tipo o albino, o cara das armas, o cara com cara de mafioso.

- É, digamos que eu consigo identificar coisas ruins. - Ele sorriu brevemente, e dei mais um trago no cigarro antes de jogar ele fora e pegar meu celular que havia começando a tocar.

- Diego? - Confirmei com a cabeça. - Vai lá, ele provavelmente precisa de sua ajuda. - Me deu um tapinha fraco nas costas e se afastou de mim voltando para a galera.

  - Oi. - Suspirei levando o telefone ao ouvido.

- Beatriz! Eu... Eu preciso da sua ajuda. - Fui tentar falar algo mas ele continuou dizendo. Atropelando várias e várias palavras. Ele estava eufórico, era bem possível perceber.
- Você... Você tinha razão, Kelly não é alguém confiável, ela.... Eu...

- Ela fez merda com você, né?

- Sim...

- Eu odeio dizer, mas eu te avisei.

- Eu sei, Desculpa. Eu devia ter ouvido você, mas... Eu realmente preciso da sua ajuda... Eu... Tô ferrado.

- Onde?

- Entre as fábricas abandonadas, saindo da cidade. Ela... Me apagou e me jogou aqui, não sei o que fazer, tá chegando vários, e vários carros com vários caras com metralhadoras, sinceramente, eu estou com medo...

- Você não consegue fugir?

- Eu fugi. Corri o mais longe possível, mas com uma dor no corpo sinistra, o mais longe que consegui foi correr até a fábrica do outro lado da rua. Eu estou escondido, mas não sei quanto tempo até ela me encontrar.

- Por que ela quer te matar?

- Descobri algumas coisas sobre ela e.... Merda, merda, merda.

- Diego? O que foi?

- Ela tá aqui, merda. Bea, me ajuda. - A ligação caiu logo em seguida. Suspirei. Eu avisei, eu avisei, por que não em escutou? Me levantei da pedra andando até um dos carros que estava parado perto da ponte. Disquei um número ao telefone enquanto dava comando ao motorista para me levar naquele lugar.

Diferente do meu Passado? ( A Rockeira e o Playboy).Where stories live. Discover now