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Passado algumas semanas, já tinha feito minha prova de direção, só estava na esperança de receber uma ligação da autoescola, pedido para comparecer e retirar minha carta que ficará pronta. Até o momento, estava sentada a área da minha casa. Ao pé da escada observava Alexandre dedilhar seus dedos pelo meu violão, do outro lado do degrau, apoiado na pilastra. Luna sentada junto a Victor na rede, balançavam lentamente o balanço feito de pano. E Buli corria freneticamente atrás de uma borboleta.

    Uma silhueta se aproximou do portão, movi meu olhar naquela direção observando o carteiro que sorria amigavelmente para nós. Me levantei indo até ele que segurava algumas cartas a mão. Me entregou e balançando a mão no ar, se foi. Comecei a passar carta por carta, conta, parabenização para uma viagem, conta, conta e Grenw. A carta que aquele garoto estava esperando, no final me pediu para que fosse enviado para a minha casa, caso ela respondesse. E aqui está. Segurei a carta em uma não, separada das outras e subi lentamente os degraus.

  - Tudo bem? - Alexandre me observou atentamente.

- Sim, é só uma carta importante. - Suspirei entrando pela porta principal e colocando o restante sobre a mesa. - Subi para meu quarto rapidamente pegando minha bolsa, e desci as escadas.

- Onde vai?

- Preciso resolver umas coisas, Ale. - coloquei uma das alças ao ombro.

- Coisas tipo? - ele cruzou os braços pairando a minha frente. Sua expressão era de certa forma fria.

- An... Una assuntos... Pendentes. - Sorri fraco.

- É o Grenw de novo? - Assenti derrotada. Alexandre Suspirou desviando o olhar. - Tá. Só toma cuidado. Por favor. - Assenti lhe dando um abraço.

- Não se preocupe, eu vou ficar bem.

- Eu espero, Bea. - Se afastou sorrindo e sai pela porta. - Bea! -  Parei me virando para ele. - Volte antes das 19horas, okay? - Assenti e comecei a caminhar em direção a casa do garoto.

    Alguns passos, ou melhor, muitos passos depois, tipo muitos mesmo, eu Cheguei a casa dele. Fui recebida pela Maria, a servente da casa que me direcionou até a sala de estar, de onde saia uma gritaria absurda. Paramos a porta enquanto a madrasta de Grenw, provavelmente discutia com o jovem.

  - Eu já te disse, Grenw. Eu não ligo para o que você faz, ou oque você deixa de fazer. Mas, se você ousar estragar o casamento perfeito meu e do seu pai, ah garoto, você vai se ver comigo. - A mulher usava uma roupa justa, o que dificultava seu andar, por isso permanecia parada perto das poltronas, enquanto gesticulava com as mãos.

- Isso é hilário. Você se importa apenas com você. Na verdade, vamos melhorar, você só se importa com dinheiro, status, fama. Só isso, SÓ ISSO QUE VOCÊ SE IMPORTA. - Aumentou a voz drasticamente enquanto permanecia com o olhar fixado nela.  - Você sabia das cartas, você sabia que minha mãe queria entrar em contato comigo, e o que você fez, o que você pensou? "isso vai estragar meu relacionamento", e então tacou tudo dentro de uma caixa e colocou sobre a estante de livro, por que você sabe que ninguém nessa casa, além da Maria, mexe naquela estante.
   
  - Eu sabia, e daí? Eu realmente não queria, não queria que o passado voltasse, por que eu sabia, você ia tentar estragar meu relacionamento. ALIÁS, EU nem sei por que agora. Depois de anos, ANOS, ela quer saber de você. Ela te abandonou, e daí, esquece ela! - Ela bateu as mãos sobre a cocha, estérica.

- Esquecer ela? Você ficou louca? - Grenw pareceu irritado. - Ela é MINHA MÃE. Diferente de você, ela tem meu sangue. Você não é nada para mim, nunca foi.

- EU TE CRIEI! - Sua voz aumentou drasticamente.
  
  - ME CRIOU O CARALHO. Você e meu pai nem se importavam comigo, passei os últimos anos tentando aprender sobre a vida, a como me virar sozinho, enquanto vocês estavam preocupados com VOCÊS MESMOS. CARALHO. COM STATUS.

Diferente do meu Passado? ( A Rockeira e o Playboy).Where stories live. Discover now