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   Sentia algo quente escorrer perante minha barriga e uma dor sinistra passar por minha pele e refletir aos meus  músculos, ou talvez ao contrário, era difícil distinguir de onde a dor vinha. Eu não sei se isso interferia a minha visão que estava  embasada, meu coração estava a mil, sentia ele bater onde irradiava a dor.  

- Bea! - A voz do Alexandre, ou talvez do Grenw, estava longe, mesmo estando a poucos metros de mim.

- E eu ainda errei. Que merda. - Olhei para Robert que andou até mim irradiando irritação. Para mim era como se tudo estivesse em câmera lenta. Apontou novamente a arma para mim. Eis a hora onde você queria apenas ter uma segunda chance, e ter aproveitado tudo enquanto pudesse. - Suas últimas palavras? - Eu suspirei.

- Vai se foder. - Ele soltou um sorriso sarcástico. E pressionou levemente sua mão a arma. Eu reuni forças da onde não fazia a menor ideia que existia. Passei um pé pelo seu e puxei com tudo. Ele se desequilibrou caindo ao chão, assim como a arma, mas dessa vez, caindo bem longe de nós.

- Desgraçada. - Ele grunhiu e começou a engatinhar até a arma, mas não entendi como tudo aconteceu. Só percebi, Alexandre lhe dar um soco, e a porta se abrir revelando um rapaz de cabelos vermelhos que gritava muito alto. Minha visão começou a escurecer, e fui perdendo todos os sentidos.

   Passei por várias luzes, pessoas gritavam, barulhos contínuo, pessoas com máscaras. Mas, não conseguia entender, é como se eu estivesse presa em algo.

  
Comecei a me movimentar lentamente. Tinha algo fofo embaixo de mim, me movi mais um pouco. Um barulho frequente vinha ali do meu lado. Um "Bip, Bip". Abri um dos olhos vendo um teto todo branco, movi meu olhar para o lado olhado um painel com linhas sequenciais, que provavelmente relatavam meus batimentos cardíacos. Algo mexeu minha mão e observei Alexandre segurando ela. Eu sorri, tão fofo. Passou por tantas coisas junto comigo, e continua do meu lado mesmo assim.
  

   - Bea, você acordou! - Ele me deu um abraço forte e uma dor aguda passou pela minha barriga me fazendo soltar um grunhido. - Desculpa. Você está bem? - Sorri observando ele.

   - Onde estou ?

  - Hospital. Você foi baleada. - Seus olhos estavam pesados. Davam a sensação que ele não dormia por um bom tempo.

  - Robert? - Ele suspirou.

- Foi preso. Para capital. Não se preocupe. - Eu balancei a cabeça para frente lentamente. Mas algo dentro de mim ainda tinha medo, ao mesmo tempo raiva. - Fico feliz que tenha acordado. - Seus olhos pousaram aos meus e ele me abraçou delicadamente.

- Acordado?

  - Sim, devido a anestesia, você dormiu por dois dias. - Senti seu aperto se contrair. E olhei fixamente a minha frente. Dois dias, nossa.

- Dois dias? - Ele se afastou afirmando. - Bastante tempo...

- Sim. Bea. - Ele se sentou a minha frente na cama e passou as mãos pelos cabelos suspirando fundo. Me olhou aos olhos. - Me perdoe. Eu acho que tudo isso, girou em torno de mim. Na realidade, eu quem fui culpado. Se não tivesse me envolvido com aquele psicopata, você não... - Passei a mão pelo seu ombro esquerdo e sorri. Um sorriso fraco, mas sincero.

- Está tudo bem. Não tinha como saber que ele era psicótico. - Observei ele soltar uma risada curta. - Mas, devia ter me avisado, Ale. Sobre ele.

- Sim, eu sei, me desculpa. Eu não queria te causar mais dor de cabeça, por isso escondi. - Ele suspirou.

- Tudo bem. Já é passado, Ale. - Dei um tapinha da leve ao seu ombro. - Minha mãe sabe? - Ele negou com a cabeça.

- Ocultei dela. Eu odeio fazer isso, mas eu sabia que você não queria preocupar ela.

- Obrigada. - Ele afirmou com a cabeça e uma enfermeira entrou a sala usando um jaleco branco.

Diferente do meu Passado? ( A Rockeira e o Playboy).Where stories live. Discover now