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Alexandre narrando:

Estava ao quarto com Luna que dormia profundamente ao meu lado. Desliguei a televisão sem fazer barulho e desci as escadas em direção a cozinha. Não havia ninguém em casa além de nós dois. Andei até a mesa puxando uma cadeira e me sentando. Peguei um pedaço de bolo e comecei a admirar ele. Foi nesse momento que muitas lembranças passaram pela minha mente. Aquele tipo de lembrança que você faria de tudo para ter uma segunda chance de fazer diferente. Coisas nas quais você tem certeza que uma atitude ou uma palavra teriam feito muita diferença. Suspirei dando uma mordida ao bolo e olhando meu celular. Faziam cerca de 5 horas que Beatriz sairá, e até agora não voltou. Mesmo eu sabendo que ela está se divertindo com os novos amigos dela, algo me incomoda. Provavelmente, é devido a eu não estar acostumado com ela fazendo amizades. Depois de tudo o que aconteceu ela se fechou para o mundo. Foi bem difícil trazer ela de volta, não queria que ela voltasse a ser o que era antes.

  Depois de algumas mordidas, o antes pedaço de bolo, agora era apenas um monte de migalhas. Me levantei arrumando a cadeira a mesa e voltei a andar até a escada. Quando finalmente chego ao pé da escada, batidas fortes soam por toda sala. Observo a porta fechada. Quem será? As batidas continuaram freneticamente, apertei os passos a abri a porta rapidamente dando de cara com a Roberta.

  - Alexandre... - A garota parecia extremamente eufórica. Seus cabelos estavam extremamentes bagunçados e era visível gotas de suor escorrerem de sua testa.

- Roberta? o que aconteceu? - Ela me observava e logo ao irmão. Respirava fundo, como se tivesse corrido até aqui. - Está tudo bem?

- Não! - A observei assustado.

- O que houve?

- A Beatriz... ela... - A olhava atentamente até Grenw nos interromper.

- Entra no carro, a gente te explica no caminho para a delegacia, Alexandre. - Levantei uma sobrancelha sem entender.

- O que? do que você está falando? - Ele se aproximou rapidamente da Roberta e ela simplesmente disse entre as lágrimas.

-  A Beatriz... ela foi sequestrada. - Senti meu coração gelar, e voltar a bater rapidamente. Minhas mãos começaram a soar frio enquanto alternava minha visão entre os irmãos.

- C-Como assim? -Sorri extremamente apavorado. - Me diz que isso é uma brincadeira. - Roberta continuou chorando e Grenw respirou fundo passando as mãos pelo cabelo a cada 10 segundos.

- Eu queria que fosse apenas uma brincadeira, mas não é. E quanto mais demoramos, mais perigo ela corre. - Eu balancei a cabeça e encarei Grenw. - Roberta, você fica aqui com a Luna. - A garota balançou a cabeça negativamente. - Roberta! por favor.

- Por favor, Roberta. Luna está lá em cima, a quarta porta a esquerda. - Segui Grenw até o carro. Ele cantou pneu e saiu em disparada. - Como você sabe? o que aconteceu exatamente?

- Roberta chegou em casa extremamente apavorada, eu estava na cozinha no exato momento que ela abriu a porta desesperada. Ela começou a falar, tudo embaralhado e não entendi, mas quando ela disse Parque, Beatriz e briga na mesma frase eu me assustei.- Ele parou a um sinal vermelho enquanto batia freneticamente o dedão ao volante e olhava pelo retrovisor. - Pegamos o carro e fomos até o parque, mas quando chegamos lá, não tinha ninguém, só a jaqueta da Beatriz. Foi quando a gente se apavorou mais ainda. Principalmente ela. E nosso pensamento foi em você. Você é o único que a conhece bem. Sabe o que está acontecendo?

- Não... - Eu abaixei o olhar.

- Não tem ninguém que queira matar ela? sabe, do passado. - Senti o carro dar um tranco. Olhei pela janela vendo as pessoas passarem extremamente rápidas. Grenw estava em alta velocidade.

Diferente do meu Passado? ( A Rockeira e o Playboy).Where stories live. Discover now