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Grenw estava sentado sobre sua cama em silêncio enquanto observava atentamente aquelas fotos, percebi seu olhar, e diferente de todas as outras vezes, não estava provocador ou feliz, seu olhar era obscuro, misturado com decepção. Coloquei minha bolsa sobre a escrivaninha, pegando a cadeira e me sentando perto de seu computador. Me virando para ele.

- Tudo bem?

- Sinceramente, eu não sei. Eu estou tentando enteder realmente o que aconteceu aqui. Por que meu pai esconderia isso de mim? - Seus olhos se fixaram ao meu. Ele procurava respostas.

- Eu não sei, mas. - Suspirei.- Será que foi o seu pai, Grenw? - ele deu de ombros.

- Eu não sei, esse é o problema. Eu não sei. - Sussurrou as últimas palavras e suspirou. - Eu não sei o que fazer, Beatriz. - O Encarei colocando a mão sobre seu ombro.

- Calma. Primeiro você tem que encontrar ela. Enviei uma carta a ela.

- Mas, e se ela já não querer mais falar comigo? Afinal, eu não respondi nenhuma carta...

- Bom, você não sabia. Diga isso a ela, quando escrever a carta, Grenw. Ela não vai estar brava com você, tenho certeza. - nossos olhos se encontram e desviei o virando para o computador.- Isso aqui liga?

- Sim. - Comecei a ligar o computador. - Mas tem senha.

- E qual a senha? - Ele levantou uma sobrancelha.

-Eu não vou te falar a minha senha. - Suspirei sem tirar os olhos do computador. Comecei a tentar diversas letras em junção com número. - Você não desiste, não é? - Senti sua respiração próxima ao meu pescoço e congelei. Seus braços estavam apoiados a escrivaninha, um de cada lado do meu corpo. Por um momento, eu esqueci de respirar. Digitou alguns caracteres no teclado e olhou para mim. - Prontinho. - Sussurrou ao meu ouvido, o que me fez estremecer.

- Okay. Obrigada. - Tentei afastar ele e voltei a respirar. Ele soltou uma risada andando de volta a cama. Digitei o mesmo endereço do envelope. - Achei a localização, é na cidade ao lado, Grenw. - Seus olhos brilharam e ele sorriu.

- Que bom, me ajuda a escrever a carta? - balancei a cabeça negativamente. - O que? Por que não?

- Isso é algo pessoal, seu e da sua mãe. Não irei me intrometer. - Ele Suspirou.

- Tudo bem, tudo bem. - Pegou caneta e uma folha de caderno e começou a escrever. Coloquei meus fones ouvindo músicas aleatórias enquanto observava ele escrevendo. Por três vezes seguidas, ele rabiscou a folha, a amassou e jogou ao lixo perto da sua cama. Comecei a balançar a cadeira lentamente enquanto o som da música Okay da banda AS IT IS (☝️) explodia ao meus fones. - ..... - Ele sorriu observando a carta enquanto sua boca se mexia, como se estivesse falando algo. Não entendi o que ele havia falado, então tirei um dos meus fones.

- Você disse algo? - seu olhar encontrou o meu.

- Sim, sim. Eu disse que terminei. - Sorri assentindo.

- Legal, agora coloca no envelope e lacra.

- Sabe o que eu não entendo? - o Encarei. - Por que não me mandar uma mensagem virtual? Por que carta? - Dei de ombros.

- Pode ser que ela não te encontrou virtualmente, mas sabia o endereço do seu pai. Ou, ela não curte tecnologias, eu não sei. - Ele deu de ombros colocando o envelope sobre a cama e acariciando.

- Será que agora eu consigo, finalmente, conhecer a minha mãe? Conversar com ela, como uma família? - Seu sorriso se tornou esperançoso.

- Tenho certeza que sim. - Sorri tirando meu outro fone. E me levantando. - Quer que coloque a caixa de correio? Vou ir para casa.

- Não, pode deixar que eu coloco. Vou te acompanhar até sua casa.

- O que? Por que? - Ele deu de ombros sorriu. - Vai saber se não tem lobos maus pelo caminho.

- Há. Pode ter certeza que me viro sozinha. Coloco eles para correr. - Ele soltou uma risada arrogante.

- Pare, Beatriz. Você pode ser durona, mas mesmo assim é uma mulher. Vamos. - Levantei uma sobrancelha observando suas costas. Belas costas, era mais magníficas quando... Bati a palma da minha mão contra minha testa.

- Para de pensar besteiras... - Sussurro para mim mesma.

- Tudo bem? - Se apoiou a porta me observando.

- S-sim. - Sorri sem graça e passei por ele descendo aa escadas.

- Ei, ei. Espera aí. - Pairou ao meu lado e fomos andando até minha casa.
- Bom, aqui está. - Ele sorriu. - Boa tarde, e obrigado. - Passou suas mãos pela nuca.

- Boa tarde, e nada. - Me despedi dele e corri para casa. Fechei a porta sem graça e suspirei. - O que que tá acontecendo comigo... - Subi as escadas e fui para meu quarto.

Na minha cama havia um envelope, a curiosidade me pegou e segurei o envelope o abrindo, dentro havia os papéis para mim preencher sobre carteira de motorista e algumas folhas de cheque.

- Eu não acredito... - Abri a pronta novamente descendo rapidamente as escadas e indo em direção a minha família.



Diferente do meu Passado? ( A Rockeira e o Playboy).Where stories live. Discover now