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Beatriz narrando:

    Abri os olhos lentamente e comecei a piscar algumas vezes, até me acostumar com a claridade,  provavelmente devido a luz do sol que entrava pela minha janela, esquecerá aberta no dia anterior.

    Me levantei levando as mãos ao alto da cabeça e me espreguiçando. Suspirei e caminhei até o banheiro. Observava a torneira da pia aberta, juntei minhas mãos colocando sobre a cascata de água que caia da torneira. Levei tudo ao rosto, e suspirei soltando um resmungo. Meu humor estava péssimo. Depois de 20 minutos,  desci em direção a cozinha indo atrás de um pouco de café, para tentar melhorar meu humor. Não havia ninguém na cozinha, e a casa estava em perfeito silêncio, algo que era raro, principalmente em dias de semana bem cedo.

  Enquanto andava em direção a escola, tinha pensamentos aleatórios, sobre qualquer coisa que se pode imaginar. Minha mente viajava constantemente, sem minha permissão. Em poucos minutos cheguei a escola e comecei a subir as escadas que iam em direção a minha sala. Tive algumas aulas, biologia, matemática e português, e logo era intervalo. Fiquei na quadra quase o intervalo inteiro afim de fugir das pessoas. Caso contrário, iria acabar descontando meu humor nelas, e não era algo que eu queria.

   Já no trabalho, tive que forçar meu humor para um bom, e foram longas horas. Quando cheguei finalmente em casa, troquei algumas palavras com Alexandre e subi para meu quarto. Quando abri a porta vi um silhueta sentada a minha cama, por um segundos, minhas pernas amoleceram. Levei a mão ao interruptor fazendo o quarto todo ser iluminado pela lâmpada.

- Roberta? O que faz aqui? - A garota sorriu e se levantou vindo em minha direção.

- Vai ter uma festa hoje, vamos? - seus olhos me observaram e ela sorriu amigavelmente.

- O que? Não! Não vou a lugar nenhum. - Suspirei colocando minha bolsa sobre a cadeira.

- Beaaa. Por favor. - Ela segurou meus ombros.

- Roberta, não estou com humor para ir em festas hoje. - Seus olhos pousaram sobre os meus e ela fez um biquinho.

  - Por favor, Bea. Eu só te peço isso.

- Por que? Por que eu? Chame a Luna. - Ela balançou a cabeça negativamente.

- Por favor. Tem que ser você.

- Por que? - Suspirei.

- Por que eu preciso de você... E... - Ela pausou por alguns segundos. - Por que, se você não for comigo, o Grenw vai me matar. - Levantei uma sobrancelha.

- Que história é essa? - Ela coçou o braço e suspirou desviando o olhar.

- Eu tive que convencer ele a ir comigo ... Por causa o do meu pai, mas Grenw disse que se ele fosse, teria que levar você junto. Eu não sei por que, mas, é isso. - Suspirei. E olhei para ela. Grenw queria que eu fosse, mas, por que? - Por favor, Bea. É a última vez que eu lhe peço para ir a uma festa. - ela me encarou e se afastou.

- Ah. - resmunguei tirando minha jaqueta. - Okay, okay. - Andei até meu guarda-roupa. - Eu vou, mas volto embora em menos de 1 hora. - Percebi seu sorriso e ela segurou minhas mãos pulando de alegria.

- Obrigada, Bea. Não se precupe, lá tem uma salas privadas, se não quiser ficar na festa, pode ficar nas salas. - Ela sorriu e andou até minha escrivaninha. Assenti e fui me arrumar.

  Em praticamente uma hora, estávamos ao lado de fora do lugar que piscava freneticamente e um som excessivamente alto soava da parte de dentro. Roberta correu em direção a júnior que apenas me cumprimentou com uma mão ao ar e abraçou a sua namorada entrando na festa. Suspirei, e olhei para trás. Pensei na possibilidade de voltar para casa, e cada vez mais essa ideia estava tentadora. Me virei dando um passo em direção ao carro, mas alguém segura minha mão.

  - Onde a senhorita pensa que vai? - Eu estremeci com aquela voz rente ao meu pescoço. - Não vai embora, não. - Me virei lentamente vendo Grenw me observando atentamente.

  - É... Roberta está se divertindo, então não vai se importar se eu for. - Dei um sorriso constrangido e tentei me soltar dele, mas segurou minha mão novamente e começou a andar em direção a entrada.

- Ela pode até não se importar, mas eu vou. - Me assustei e observei sua nuca enquanto andava atrás dele.

- Como é? - A partir disso, ele não disse mais nada, e continuou me guiando até adentrar ao lugar. Me levou até uma das mesinhas e se sentou a minha frente.

- Quer beber algo? - Balancei a cabeça negativamente e ele se levantou indo até o bar e voltando com uma garrafa de coca e um drink, que provavelmente era de morango. - Eu sei que você não gosta de álcool, então toma. - Me entregou a coca e se sentou a minha frente novamente.  - Obrigado por vir. - Ele sorriu amigavelmente. Desviei o olhar dando um gole na coca.

- Tudo bem... - Suspirei. Alguns minutos depois, alguém veio atrás dele e o cochichou ao seu ouvido.

- Bea, eu volto logo, não sai daí. - Sorriu passando os dedos pelo meu queixo e se misturou a multidão. Suspirei morrendo de vontade de ir para casa. Um rapaz alto que usava uma imitação de terno se alinhou ao meu lado e colocou uma taça a minha frente. Ele sorriu e andou até o bar. Fiquei sem enteder, mas provavelmente isso era para o Grenw.

  Já passava mais de dez minutos que Grenw havia saído, e até agora não voltou. Roberta e júnior balançavam o corpo ao ritmo da música na pista de dança, enquanto eu permanecia ali sentada, apenas observando. Não contente com minha situação atual, bebi um pouco da bebida que o garçom deixará ali mais cedo. Não era tão ruim, possuía um gosto forte de morango, bala de morango, foi quando eu bebi mais um pouco. Minutos depois, já estava no meu terceiro copo, e algo estava mudando dentro de mim, senti uma imensa vontade de dançar e andei até Roberta a abraçando pelo ombros, senti ela pular, provavelmente de susto e se virar para mim.

- Bea? Tudo bem? - Assenti sorrindo.

- Eu tô ótima, só quero dançar. - Sua expressão mudou para incerteza.

- Dançar?

- Sim, Roberta, balançar o corpo.
 
- Eu sei o que é dançar, mas você querer dançar, isso é diferente. Você está sóbria? - Eu sorri, um sorriso confiante.

  - Puf, claro que estou. Acha o que, que eu bebi? Não! - Ela colocou suas mãos ao meu ombro.

- Bea, você bebeu o que?

- Uma bebida de morango. Para ser exata, foram em torno de 4 copos. - Sorri.

- Bea, essa bebida contém álcool. - Ela  observou júnior e logo não entendi o que aconteceu, meus olhos ficaram pesados e todo o ambiente começou a rodar.

  

  
  

      
   

     

Diferente do meu Passado? ( A Rockeira e o Playboy).Onde histórias criam vida. Descubra agora