Sete

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Marlon Wenecker

--Acho melhor atender.-- aconselhou Brad no segundo toque que ecoava de maneira zombeteira do meu celular.

O pequeno aparelho vibrava em cima da pequena mesa de vidro da sala de estar do meu apartamento, na tela a foto de meu pai com sua característica expressão carrancuda me trouxe um mal presságio.

Considerei por um breve segundo deixar a ligação cair na caixa postal mais pelo olhar que meu amigo fazia me dizia que isto sim era uma péssima idéia.

Pior do que ter se casado com uma estranha!

Embora meu amigo tenha razão, afinal não havia maneiras de evitar meu pai por tempo suficiente até que eu tivesse em minha posse um plano viável para lidar com minha atual situação.

Que era usar todos os recursos necessários para encontrar :  Uma estranha que na verdade era minha esposa e no momento se encontrava desaparecida, e quê possivelmente ela não devia estar ciente que estava casada oficialmente com um multimilionário jovem e gostoso como eu obviamente sou. Claro,  também herdeiro de uma grande empresa empreendedora que tem diversas outras empresas sobre sua direção,sim sou um bom partido com toda a certeza!

Enfim, embora eu deveria me concentrar em encontrar meu anjo, não poderia permitir que meu pai suspeitasse que algo estivesse ocorrendo. E a julgar pelas atitudes de meu pai ao longos dos dias, eu não duvidava que se não atendesse aquela ligação ainda hoje, às portas de meu apartamento seriam derrubadas à chutes pelo furacão Thomas Wenecker.

Portanto, não foi uma imensa surpresa quando - resignado- peguei o celular e invocando uma voz calma e deliberadamente relaxada atendi a ligação falando.

--Bom dia! Caiu da cama meu velho?.-- olhei para o relógio de pulso e brinquei.-- São 08:30 não deveria curtir a velhice?

--Marlon Ethanael Wenecker.-- disse a voz áspera do outro lado da linha fazendo imediatamente meu corpo ficar em alerta, quando meu pai invocava todo o meu nome não era bom sinal.

Engulo em seco para não demostrar a seguir qualquer coisa na minha voz que pudesse denunciar o medo, ou , aquele tom culpado que aparecia quando eu fiz algo errado e sabia que seria punido severamente.

--Sim senhor?.- perguntei casualmente, vi pela minha periférica Brad erguer o polegar em sinal de positivo.

Como se dissesse: ""Continue assim, está indo bem "

Um pouco confiante não evitei o sorriso que se formou em meus lábios, mas tão rápido quanto surgiu se desfez com as seguintes palavras proferidas por meu pai.

--Queira me explicar meu filho sem juízo, o porque não fui convidado para a sua cerimônia de casamento? Sei que foi feitas as pressas,mais isso não significava ter negligenciado essa importante informação de sua família.-- apesar do tom calmo e suave que meu pai usava, pude jurar ter escutado o trincar de seus dentes.

Suei frio, ele sabia. Tô ferrado,  dancei, me fudi.

Palavras não poderiam expressar o quão fudido eu estava no momento.

Ele está furioso, mesmo que não possa ver sua expressão, e agradeço aos céus por meu pai ter decidido ligar ao invés de ter ido pessoalmente a minha casa, eu sabia com todas as células de meu ser que meu pai, tinha plena ciência de minha atual situação.

E ele estava em outras palavras.

Furioso.

Mas como todo amoroso pai, mesmo sabendo da mentira de seu filho. E como sua coisa mais  favorita do mundo era foder meu psicológico, Thomas meu amado pai resolveu martelar meu prego no caixão com a seguinte pergunta.

MEU CHEFE DEVASSO ( Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora