Trinta e Nove

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Por Andréia

O sol matinal estava escondido através das nuvens, o clima estava perfeito para uma caminhada, ou, até mesmo uma corrida em um parque.

Hoje decidi entrar em forma.

Ter aquele pique de antes, decidida vesti minhas melhores roupas de corrida, calcei um dos meus melhores tênis, e prendi meus cabelos em um rabo de cavalo.

Realmente achei que seria uma boa idéia, até mesmo convidei minha amiga para fazer companhia, ela aceitou de bom grado. Suponho que talvez estava até mesmo ansiosa para fugir de algo, achei em fazer desta corrida para a boa forma, uma maneira de fazê-la se abrir e ajudá-la na medida do possível.

E faria isso, mas vendo que vou morrer antes de chegar à acontecer.

O que era para ser uma amigável corrida se tornou uma tortura infernal.

Minhas pernas doíam, meus pulmões gritavam por ar, a sensação era de quem havia colocado fogo neles e cada respiração necessária, era um martírio que devia suportar.

Nunca achei quê era capaz de sentir tanta agonia com uma simples função que antes era tão fácil. Cada ar sugado era uma agonia, minha garganta estava seca mesmo tendo se passado poucos minutos que tinha entornado uma boa quantidade de água.

Suor escorria por minha testa e pálpebras, o contato da água salgada com meu globo ocular me deixou momentaneamente cega, minhas pernas estavam tão moles e cada passo dado eu temia cair de joelhos no chão e ali ficar, já não me aguentava ficar em pé.

__Pare.- pedi com a voz falha, não sei se a pessoa que estava a minha frente escutou, não a vi parar para auxiliar seu acompanhante sem fôlego. Sentei no meio fio do parque, e enterrei minha cabeça entre meus joelhos em busca de recuperar algum ar, meu rosto ardia, e à umidade que se acumulava na base de minha nuca, entre meus seios, e testa escorria pela minha pele aquecida pelo exercício.

__Está tudo bem ?.- perguntou Miranda erguir minha cabeça, minha expressão sofrida já dizendo que não eu não estava nada bem, ela sorriu se divertindo com meu sofrimento antes de estender sua garrafa d' água.

Bebi quase todo o líquido do recipiente, e limpei a água que escorreu pelos cantos de minha boca, suspirei regularizando minha respiração.

__Acho que já corremos demais.

__Er.. Andréia nos corremos apenas vinte metros.- murmurou ela

Olhei os arredores descrente, o carrinho de sorvete onde começamos a correr estava de fato apenas alguns metros de distância.

Apesar de ser óbvio que corremos tão pouco percurso, meu corpo parecia discordar, sinto minhas bochechas esquentar ao perceber o olhar parcial que ela dirigia a mim.

__Em minha defesa, fizemos o alongamento e caminhamos um longo percurso.- me defendi

__Sei..- disse ela estendendo sua mão para que eu à pegasse.

Aceitei de bom grado, ao estar em pé dei leves tapinhas em minha bunda para tirar a poeira, arqueei minha sobrancelha em dúvida .

__Vamos embora? Ou prefere passar naquela confeitaria deliciosa que passamos hoje cedo ?.- perguntei de modo tentador

__Não sei se iremos "entrar " em forma repondo o dobro do que acabamos de perder.- disse Miranda a voz da razão, eu até mesmo concordaria, mas ela franziu o cenho e umedecendo seus lábios murmurou.- Mas não é uma má idéia comer uma daquelas tortas de limão e um café com leite... O quê? Não me olhe assim, em minha defesa eu estou grávida, e tenho que comer por três!

MEU CHEFE DEVASSO ( Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora