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—Quê porra aconteceu aqui? !

Meu estômago embrulho, o caroço que estava se formando em minha garganta cresceu a vontade de vomitar lutaram contra o desejo de permanecer calma e parecer forte,- coisa que não estava sendo fácil.

Mesmo estando a poucos minutos sobre a mira de uma arma tentei o máximo que pude não perder a calma e chorar em completo terror, apesar de meu braço doer e sangrar, e querer chorar e me debruçar no chão em posição fetal e agradecer a Deus por tudo ter ficado bem, a pergunta angustiada de meu pai quase me fez quebrar.

A única coisa que não me fez fazer exatamente isso foi ver seu acompanhante, atrás dele como uma sombra discreta e silenciosa quê me causou  um mini infarto,estava alguém inesperado.

Thomas.

O pai de Marlon estava observando a cena com seus olhos de aços travados em Emile,a arma, meu ex - noivo e eu, na medida que observava a cena à sua frente sua expressão ficava obscurecida.

Tudo o que pude pensar ao vê meu sogro era se Manuela estava ali, ou como meu pai reagiria ao ver sua ex - mulher com outro homem. Meu pobre coração não acostumado com tantas emoções deu uma tragada antes de bater em um ritmo descompassado.

—Pai…- Emile piou se levantando apressadamente.

Levantei-me rapidamente também, o que mostrou-se um erro, pontos pretos se formaram em minha vista, repentinamente minhas pernas perderam a firmeza e quando ia caindo mãos me agarraram.

—Peguei você.- sussurrou Amanda

Foram as últimas coisas que ouvi antes de ser levada pela escuridão.

(…)

Algumas horas mais tarde….

Honestamente, eu vou matar alguém.

Juro.

Dolorosamente e lentamente.

Tentei pela milionésima vez me sentar, mais um ganido seguido por um chiado e protestos por duas pessoas que acabo de descobrir - infelizmente tarde de mais - que nunca deveria ter se conhecido  me fez revirar os olhos já sabendo o que iria ocorrer a seguir.

Mãos seguraram meus ombros com firmeza, antes de me fazer encostar minha cabeça gentilmente no travesseiro sobre meus xingamentos e protestos!

—Não! Negativo,  você precisa descansar, não pode se esforçar.- ordenou Marlon

Ah… meu querido vamos ver se não vou me esforçar quando te matar!.- pensei

—Isso mesmo ! Hoje você não sai dessa cama! Ordens médicas!.- concordou meu pai do outro lado da cama

Franzi o cenho

—Nem para ir ao banheiro? .-perguntei divertida

Ambos trocaram olhares, e como pessoas que se conhecem a vida toda e sabem o que a outra está pensando eles assentiram em uma concordância silenciosa, que acabo de descobrir que odeio.

—Nem para ir ao banheiro.- disseram em uníssono.

—É como vou fazer minhas necessidades? Aqui mesmo em minha cama ? Ou devo usar uma daquelas fraldas para adultos ?.- perguntei sarcástica

Ops..

—Até que não é uma má idéia.- murmurou meu pai pensativo.

Merda

—Quantas precisarei comprar ? Será que fazem entrega a domicilio? .- perguntou Marlon puxando seu celular

Meu queixo caiu, bati minha mão no colchão reprimindo a vontade de gritar.

—Se ousar trazer aquelas fraldas, eu juro que quem vai usar não sou eu.- ameacei, ambos me encararam e engoliram em seco após ver minha expressão assassina e séria de "Não estou brincando ".

O primeiro a se recuperar foi Marlon que suspirou passando a mão por seu cabelo deixando ainda mais desgrenhado, uma parte do meu cérebro aquela que não estava com sede assassina, não deixou de perceber o quão sexy ele estava com seu ar preocupado e mandão .

A outra parte notou que ele precisava cortar os cabelos urgentemente pois ele com seus cabelos bem aparados já chamavam atenção imagine o Marlon com cabelos grandes e selvagens de quem acabou de ter uma foda ?

Eu já tinha problemas e preocupações com as urubus atrás de carniça que rodeavam Marlon todos os dias na empresa que ele assumiu a dias atrás , não precisava dar mais munição para aquelas vagabas’, eu sei que nesta analogia meu marido é a carniça podre e suculenta para os urubus, mais essa descrição serve perfeitamente para aquelas urubus , principalmente a Urubu Suprema sua nova e vadia secretária Emma Campbell! Sim, ela mesma, a infeliz estava trabalhando para ele e mesmo que Marlon tivesse jurado de pés juntos que não tinha nada haver com a contratação dela, e quê não podia demiti-la sem justa causa, porque infelizmente a vida era uma cadela e a vadia era a competência em forma de Urubu Suprema, eu tinha que engoli minha indignação e conviver com isso.

E esperar pacientemente pela sua demissão.…

—Amor..- começou Marlon me tirando dos meus devaneios.- Sei que estamos exagerando… mais sua pressão estava 15 por 8.- ele tocou meu rosto gentilmente embora sua expressão estivesse endurecida eu soube o porquê de todo o exagero após notar  em seus olhos um lampejo de uma fúria mal contida.

Toda aquela preocupação e estado em alerta sobre mim, era sua âncora para não sair dali e continuar a fazer de Ramone seu saco de pancadas pessoal.

Olhei para os nos de seus dedos, a carne vivida única prova que ele esteve em uma briga. Soube pela Emile e Amanda quando havia acordado em meu antigo quarto que Marlon quase havia sido preso por ter jogado a merda fora em Ramone, precisou de meu pai e meu sogro e um policial para pará-lo.

Por falar sobre meu sogro uma batida uma batida na porta anunciou sua presença antes de entrar no quarto, ele olhou para as duas parias quê pairava ao meu lado da cama, ele arqueou sua sobrancelha seu lábio se torceu em diversão.

—Filho, sei que está preocupado com sua esposa; mas se não quiser suas bolas chutadas sugiro dar um espaço para ela respirar.

Já disse que o amo? Não? Pois acaba de descobrir que sim!

Com um sorriso satisfeito por ter alguém do meu lado sentei-me na cama, meu pai franziu os lábios seus dedos se mexeram como se quisesse me fazer deitar novamente.

—Pai..- pedi com meu tom mais manhoso

—Sim filha ?

—Você poderia trazer algo para eu comer ? Estamos com fome.- disse acariciando minha barriga.

Um suspiro e meio mais tarde e uma troca de olhares entre meu pai e Marlon que me pareceu dizer :

"—Fique de olho nela. Não se deixe cair em tentação.

—Pode deixar."

Meu pai saiu do quarto Marlon se sentou na borda da cama, seu olhar atencioso e sua proximidade já deixava bem claro que eu não sairia tão cedo daquela cama.

Infelizmente.

Thomas acariciou sua barba, seu olhar vigilante nós observava atenciosamente, acreditava que o fim daquela noite não tinha acabado, para confirmar minhas suspeitas ele disse.

—Seu ex noivo Ramone já foi entregue as autoridades locais, sua irmã e minha filha já deram seu depoimento. Amanhã o delegado Henesto pegará o seu.-começou ele

Assenti, e esperei.

Thomas olhou para seu filho que desviou o olhar repentinamente interessado em meus cabelos. Sua carícia embora gostosa e sinceramente bem vida, me deixou inquieta.

O que diabos Marlon sabia?

—Hoje vim tratar de um assunto delicado, creio que devido às circunstâncias não era uma boa hora, mas temo não poder adiar. Miranda após uma avaliação minuciosa decide por alguém capacitado para dirigir CEO WENECKER, e esse alguém é você. Caso esteja interessada é claro.

MEU CHEFE DEVASSO ( Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora