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-Você tem que confiar em mim.- pedi, o aperto ao redor de minha cintura não deu sinais de que se soltaria.

-Eu confio em você.- disse ela baixinho, não podia ver sua expressão mais sabia que seus olhos estavam marejados.- Só estou frustrada por não poder fazer nada por você, sei quê essa situação está mexendo com você e isso me irrita.- sussurrou deslizando suas mãos por meu abdômen.

Apesar de sua intenção não ser essa, meu membro apertava em meu jeans e apesar de ter acabado de me saciar la estava ele pronto para outra, sorri e segurei seus pulsos, tocado por sua preocupação, virei-me para olhá-la, tocar seu rosto decorar suas feições uma última vez, suas bochechas estavam rosadas, seus lábios inchados pelos meus beijos, seu cabelo uma bagunça de quem foi bem comida. Nessie vestia minha blusa que parecia tão perfeita nela... suspirei.

Eu não queria ter que partir e por um fim em nosso relacionamento.

Ao menos por enquanto.

Era necessário.

Não que isso fosse fácil, jamais seria esta perto de quem ama sem poder tocar, beijar... e fingir que não se gostam. Esses próximos dias seriam infernais, uma verdadeira provação.

Só de saber que aquela noite não teria minha mulher em meus braços, ou acordaria mais cedo para vê-la dormir, ou brincar sobre seus roncos suaves que deveria me irritar mais que na verdade acho adorável ou presenciar seu rosto sonolento enquanto ela escova os dentes ou a maneira que suas bochechas ruborizaram quando me ver entrando no boxe de seu banheiro, eu já podia sentir um aperto crescente em meu peito.

Acho que está apaixonado causava isso nas pessoas, era como uma avalanche de emoções, nunca se está esperando por uma, mais da forma inesperado e imprevisível que vem não deixa de causar seu impacto. Era gratificante.

Meu coração batia dolorosamente em meu peito não concordando com o "O PLANO ".

Mas que não deixava de ser brilhante.

Maldito Wenecker.

-Eu vou ficar bem.- afirmei, segurando seu rosto, não resistir e depositei um beijo em seus lábios.

Nessie suspirou se agarrando a mim como se eu fosse sua salvação.

-Lore...- gemeu baixinho.

E porra, eu não sairia tão cedo dali se ela continua-se assim a presença da cama pareceu crescer exponencialmente, relutante me afastei.

-Quando tudo terminar...- comecei acariciando suas bochechas.- Você terá meu sobrenome.- prometi

Nessie piscou e arregalou seus adoráveis olhos, sorri beijando-lhe pela última vez antes de ir.

Assim que estava fora de sua casa, caminhei a passos decididos até meu carro, peguei meu novo celular.

Brinquei com ele antes de digitar seu número que nunca esqueci.

No terceiro toque a voz aveludada dela preencheu o ambiente.

-Espero que tenha me ligado trazendo boas notícias Pochie.-murmurou Manuela divertida.

-Quando podemos nos encontrar?

(....)

Por Andréia

-Que merda é essa?.- perguntei jogando a revista na mesa dela.

Juliana encarou a foto, seu cenho franziu antes dela suspirar, vejo-a entrelaçar os dedos, e um olhar irritado perpassar seus olhos.

Sua postura defensiva fez alarmes soarem, mas foda-se eu não me importava se eu estava causando uma confusão.

Escutei ao longe o secretário gemer, não me importei de o ter chutado nas bolas, ele mereceu isso após dizer com todas as letras que "Eu não podia entrar", sendo que passei meses entrando ali sem ser barrada. E agora eu não podia porque a Vossa Alteza não tinha um pingo de coragem na bunda para me encarar na cara e dizer se era verdade aquela merda ?

-Creio que seja exatamente isso que leu.- murmurou Julia se levantando de sua cadeira apenas para se sentar na mesa, seus olhos frios desprovidos de qualquer emoção causavam uma coceira em minha mão, quase fui vencida pela vontade de dar na cara dela.

Mas me detive, vejo-a erguer a mão dispensando quem quer esteja atrás de mim, um clique na porta confirma que estávamos sozinhas.

-Mas é verdade ? Você está noiva desse tal Tales?.- perguntei em um sussurro, me amaldiçoei por minha voz ter saído trêmula. Dane-se não me importei se parecia patética, cruzei os braços tentando esconder minhas mãos trêmulas.- Mais e nós? Esses últimos três meses não significaram nada a você? Era só eu que estava levando as coisas à sério?

Um lampejo de algo que não soube descrever passou por seu olhar, Julia suspirou.

-Ruiva, eu nunca tive algo sério com você. Era só sexo, sinto muito se dei à entender ao contrário.

Algo se quebrou, pude escutar os cacos caindo ao longe, mas minha cabeça estava fora da órbita, vejo Julia dizer mais alguma coisa seu olhar tão indiferente e desinteressado me fez notar que a coisa se partindo era meu coração.

E porra isso doía pra cacete.

A cada palavra dita era um maldito martírio, um mar de dor tão intensa que achei que era possível morrer de coração partido.

-"... saiba que foi divertido, mas como sempre a diversão tem que acabar. Irei sim me casar com o CEO Tales, realmente sinto muito por ter dado esperanças quê teríamos um futuro juntas. Mais isso nunca iria acontecer. Achei que soubesse.- disse dando de ombros.

Engoli em seco o caroço em minha garganta e a ardência em meus olhos era uma informação precisa que eu choraria. Eu me recuso a chorar pisquei para espantar a dor, encarei Juliana Bennett esperando algum sinal de mentira, apenas um leve franzir em seus lábios me deu indicações o suficiente para saber. Ela queria aquilo.

Lembrei-me dos nossos momentos juntas,de nossos dias, em nenhum instante pareceu mentira. O brilho em seu olhar a cada vez que nos encontrava mesmo escondidas não era uma farsa, ela apenas....

Era uma covarde.

Pude ver através de sua máscara de indiferença que ela queria nosso "relacionamento " só era uma covarde de merda com medo da sociedade acharia sobre quem realmente ela era.

Lambi meus lábios, minha língua preenchida de veneno pronto para ser despejado.

Ri sem humor, ao ver o coitado Richard Tales todo sorrisos na revista, mal sabia ele o que lhe aguardava.

-Eu espero realmente que seja feliz em sua ilusão, mas claro não sou de mentir e vou dizer o que vai realmente acontecer.- comecei me aproximei dela vendo -a arregalar os olhos quando segurei seu queixo.- Acha mesmo que irá se satisfazer se obrigando a ser algo que não é para agradar seus pais de merda ? A sociedade? Pois saiba que isso irá te corroer, quando você tiver anos de casada já amargurada com o quê sua vida se tornou, além de descontar suas frustrações em seus futuros filhos e marido você querida ira odiar seus pais e a vida por suas decisões de bosta, mais saiba a culpa não é de ninguém a não ser você. Chego até ter pena de você. Pobre Julia. Guarde minhas palavras querida, essa dor que me causou não vai ser nada comparada ao que vai sentir por ser uma medrosa de merda. Passar bem.

Ao sair dali, não antes de mostrar-lhe o dedo médio, sair determinada a tomar um bom porre eu merecia.

MEU CHEFE DEVASSO ( Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora