[11] Deixe que ele o toque

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Engoli em seco, sentindo o peso de seu olhar intenso sobre meu corpo.

— Você deve estar bem bêbado — forcei uma risadinha nervosa, olhando para qualquer canto que não fosse ele.

Algo que ele não me permitiu fazer por bastante tempo, pois segurou meu queixo e me forçou a olhá-lo diretamente. Fui obrigado a observar — e tremer — quando ele mordeu o lábio e negou com um simples balançar de cabeça. Tinha um sorrisinho no canto dos lábios e uma expressão de "te peguei, finalmente" brilhando em seu rosto.

— Não estou bêbado, Jimin — negou, lambendo os lábios brevemente. — Nem você está com dor, não mais, pelo que posso ver.

— Isso não...

Fechei os olhos por segundos, sentindo o leve dedilhar de seus dedos no cós de minha calça justa demais. Não queria admitir, mas seu toque suave estava influenciando demasiadamente em como meu corpo estava reagindo, assim como o ritmo que minha respiração estava tomando.

O que estava acontecendo? Como não havia notado o nível em que eu tinha chegado?

Apavorado por ter chegado àquele estado, logo na frente de Jungkook e.... por Jungkook, fiz uma careta chorosa e cobri meu rosto com minhas mãos em uma negação piedosa.

— Eu sinto muito! — funguei. — Isso é um pecado, eu sei, mas... — oh, não... eu já estava chorando?

Sim, eu estava apavorado pelas imagens de minha família e de minha igreja que apareceram como facas em minhas costelas, torcendo minha carne com a dor do pecado. Eu havia crescido em um lar puro, logo, me desenvolvido em uma igreja que repudiava tais atos e pensamentos que eu estava tomando naquele momento. Eu estava pecando!

Estava?

Oh, meu Deus!

Eu...

— Olhe para mim, Jimin — Jungkook ordenou, afastando minhas mãos para que eu pudesse cumprir sua ordem vergonhosamente.

Assim que abri os olhos, senti uma onda de calafrios ao ver seu olhar sério em minha direção.

Então, ele se inclinou e perguntou: — Quando você vai parar de pensar assim? — deslizou a ponta de seu indicador por minha barriga, até começar a fazer círculos imaginários envolta de meus mamilos eriçados. — Você já morreu, não estou certo?

Concordei rapidamente, observando com afinco cada gesto sugestivo de seus dedos em meu corpo. Estava fascinado.

— Sim, mas...

— Você não irá para o céu, de qualquer jeito? — sussurrou contra meu ouvido, mordendo o lóbulo suavemente.

Gemi e fechei os olhos, sentindo cada pontada nervosa que aquele simples gesto havia causado, além de um calor substancial que eu era incapaz de ignorar.

Por que ele estava em todos os lugares... assim como suas mãos.

— Sim — respondi, mordendo o lábio para conter qualquer outro som, além de minha tímida resposta.

— Então por que está se segurando? — questionou.

Ele raspou a ponta de seu nariz, de meu pescoço até minha bochecha, enfim chegando em meus lábios para me roubar um beijo delicioso demais para ser negado.

Me arrepiei quando ele gemeu — um som grave e rouco, enlouquecedor —, se afastando minimante, apenas para me olhar no fundo dos olhos.

— Por que não se solta e aproveita esses dias no inferno, Jimin?

Nas Mãos do Diabo [1] O MaestroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora