ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO - Uma longa escada: Parte 2.

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[NOTAS INFERNAIS]

OI, TUDO MAL?

Confesso que achei que não conseguiria atualizar mais nesse ano hihihi mas percebi que precisava deixar meu "Latan Zelif!" e meu "terrível ano novo!" à todas e todos! Espero que o ano de vocês tenha sido terrível (no melhor sentido da palavra) e que continue sendo amaldiçoado! 

Todas e todos prontos para emergir na cabeça d01d4 do nosso querido Luci Luci?

Todas e todos prontos para emergir na cabeça d01d4 do nosso querido Luci Luci?

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OBS* os links da playlist desse volume já está disponível no meu perfil. Tanto no Spotify, quanto no YouTube. Também disponibilizei as músicas e a ordem delas no grupo de interações. Espero que gostem!

🔥🙏🔥

|01|

S

    A

                   T

O

           R

J U N G K O O K

Se me perguntassem alguma vez se já havia pensado em atravessar um arco cercado por chamas violetas, cravado por espinhos que dilaceram a pele de qualquer um que ouse tentar atravessá-lo, minha resposta seria: sim. De todas as formas, até mesmo de cabeça para baixo. Ora, não há nada mais prazeroso do que sentir um pouquinho de dor, desde que você queira, ou até mesmo por acaso. O arco tinha vigas grossas e quentes ao toque, quentes ao ponto soprarem fumaça para cima, para o céu cor-de-carmim nublado pelas nuvens densas costuradas à lua amarelada que eu tanto odiava. Caso eu o olhasse de longe, poderia confundir sua circunferência com aquela maldita lua minguante – e, por infortúnio, ser ainda mais assombrado por aquele sorriso zombeteiro que praticamente ria "agora você está pagando por sua burrice, seu ganancioso de merda".

Um passo: atravessei o arco. E, mesmo sabendo que sentiria dor, fui de olhos bem fechados e corpo bem encolhido. Chiei ao sentir os espinhos de ferro do Arco rasgando a pele de meus antebraços e ombros, mas, com muito esforço, consegui guardar uma parcela da dor no fundo de meu subconsciente. Afinal, eu tinha coisas mais importantes para sofrer.

Quando os abri novamente, não fui agraciado pelo terror de estar em um corredor ou em uma sala vazia, ou, pelo mais clássico de todos: um breu de despertar a cegueira. Pelo contrário, notei estar no primeiro degrau de uma longa escada que se desenrolava em círculos – como os círculos que a montanha-russa do Parque Infernal tinha – entorno de um buraco extenso. Olhei para baixo, não havia nada além de escuridão e calor. O buraco levava para baixo e quanto mais passos eu dava, maior parecia ficar. Depois de um tempo, após descer os degraus um por um, depois de dois em dois, depois de quatro em quatro, depois com piruetas e saltos amadores, comecei a contar. Pensei até em desistir ao chegar no degrau número seiscentos e sessenta e seis, mas, para não perder a vontade, fechei os olhos e imaginei estar caminhando por um tapete vermelho de veludo, de mãos estendidas para alguém que me encarava de longe. Esse alguém, para meu horror, tinha olhos vermelhos vibrantes e presas afiadas.

Nas Mãos do Diabo [1] O MaestroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora