|16| O Apocalipse: Khaos

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JUNGKOOK CONTINUA A CONTAR SUA HISTÓRIA

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JUNGKOOK CONTINUA A CONTAR SUA HISTÓRIA

a história de como foi enganado por Khaos.

Após o vencer, ao contrário do que pensei que faria, não o controlei de uma vez. Ao invés disso, decidi ver até onde minha fantasia de ser adorado pelo deus-universo duraria. Uma decisão estúpida, eu sei, mas confesso que estava completamente apaixonado pela ideia de viver tal fantasia tão intensamente. Afinal, eu havia de alguma forma adquirido sua adoração com meu jeito decidido de fazer as coisas, além de que era novo e bonito, segundo suas palavras.

Depois do jogo, transamos por horas a fio. No dia seguinte, acordou-me com beijos e sussurros de adorações sobre meu corpo e eu acreditei. Ele costumava dizer que meus olhos haviam escurecido subitamente após nossa partida. Antes eram tão brancos que parecia não haver pupilas, apenas a esclera esbranquiçada com finas linhas venosas de sangue; depois, as pupilas adquiriram um tom cinzento, como se fossem uma fotografia de um céu nublado antes de uma tempestade.

Alimentava-me o ego de todas as maneiras, talvez por eu ser seu mais novo objeto de interesse. Apreciava levar-me para passear de barco pelo Lago das Lamúrias, onde costumávamos chorar só para ver o sangue mesclando-se ao cristalino da água em meio às risadas histéricas. Gostava de presentear-me com bailes temáticos – os de bailarina mergulhadora fazendeira eram os meus favoritos – com banquetes de dragão, com bugigangas tecnológicas que nunca funcionavam e sempre, sempre, pegava-me por entre os corredores e sussurrava o quão gostoso eu ficava em sua boca. Além disso, havia ordenado que pusessem um trono gigante bem ao lado do seu no Salão Principal, o que imediatamente me fez esquecer o que há tanto tinha planejado fazer.

Não pude explicar a sensação de comandar o Inferno ao lado de Khaos como seu parceiro. Entretanto, sabia o que estava sentindo o tempo inteiro. Não me sentia mais sozinho, isolado, subjugado e tristonho; pois tinha um propósito, um amante e, melhor ainda, um trono. Os súditos costumavam chamar-me de senhor. Khaos adorava me chamar de meu garoto. Por todos os cantos do Castelo que eu passava, reverenciavam-me em puro respeito ou medo, o que me pareceu bastante cabível dado ao meu novo título.

Rei. Cônjuge, mas Rei.

Meus Pecados ficaram confusos com minha decisão, apesar de concordarem com tudo o que eu os impunha. Mino foi a exceção, pois estava consciente de suas e minhas ações.

— O senhor parecia-me bastante obstinado com seu plano. O que o fez mudar de ideia? — perguntou ele. Estávamos em minha sala pessoal no terceiro andar.

— Isso não lhe interessa! — respondi-o avidamente, porém sem encará-lo nos olhos. — Não percebe que estou, pela primeira vez em anos, desfeliz?

— Parece falso — disse ele, balançando a cabeça negativamente. — O que quer que Khaos esteja-lhe vendendo, não compre, senhor. Ele é impiedoso, o Satanás.

Nas Mãos do Diabo [1] O MaestroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora