|06| Veja seu pior pesadelo

74.3K 8.5K 38K
                                    

Naquela mesma tarde, fui coroado o campeão da Feirinha de Infernovera e não poderia estar mais descontente. Os monstros derrotados pareciam até felizes com minha vitória, o que deixava tudo com um ar ainda mais melancólico. No final, quando voltamos para o castelo no bondinho infernal, Jungkook questionou sobre meu semblante tristonho enquanto subíamos o resto da colina e tudo o que pude responder foi:

— Pessoas felizes me deixam triste...

Não perguntou-me o porquê, parecia até feliz com minha resposta.

— Esse é o pensamento, meu Jimin — comemorou. — Esse é o pensamento!

O que era óbvio, pois estávamos no inferno.

Ainda no grande salão principal, logo após as grandes portas de entrada para o castelo, eu e Jungkook nos separarmos dos demais e seguimos caminho para seu quarto. Jungkook estava sério, de repente, andava com as mãos enfiadas nos bolsos do sobretudo. No rosto, linhas de seriedade marcavam sua face e davam-no um ar majestosamente delicioso de se observar. Tinha os lábios pressionados em uma fina linha, os olhos vermelhos cerrados enquanto os cabelos moviam-se com o vento a cada passo calmo que dava. As bochechas e a ponta do nariz avermelhada só o deixava ainda mais gostoso de se observar.

Quando viramos no corredor, copiei sua postura e ainda rosnei em sua direção. Queria saber o motivo de tanta seriedade. Quando descemos um ramo longo de escadas e viramos em mais três corredores escuros, comecei a estalar os dedos no intuito de chamar sua atenção. Já estava começando a me estressar.

Porém foi só quando estávamos quase chegando na porta de seu quarto que decidi tomar uma atitude mais drástica: coloquei minhas mãos em seus ombros e o obriguei a parar de andar, depois empurrei-o contra a porta e enfiei um de meus joelhos entre suas pernas. Não havia motivos para aquilo, mas talvez eu quisesse pressioná-lo contra seu pau para um efeito mais gostoso. Afinal, eu poderia me aproveitar da situação também.

— Por que está assim? — questionei entredentes, aproximando nossos rostos. — Está tão sério, me faz questionar tantas coisas...

Notei a surpresa inundar e nublar seus olhos ao mesmo tempo. Suas mãos correram para minha cintura e apertaram-me contra ele antes de qualquer coisa, depois inclinou-se para baixo e capturou meu lábio inferior entre os dentes singelamente. Fechei os olhos e gemi, deslizando minhas mãos de seus ombros até seu pescoço, envolvendo-o por completo. Começamos a nos beijar com força, com suas mãos pressionando minha carne e nossos corpos envoltos na sombra de nosso próprio calor.

— Não gosto de vê-lo triste — sussurrou assim que nos afastamos, quase sem fôlego.

Pisquei atônito e surpreso com o efeito que suas palavras causaram em meu ventre, um calor inerte e adormecido começou a borbulhar em minhas entranhas com uma força quase violenta e brutal, subiu por minhas veias e pressionou meu pescoço até uma exclamação involuntária escapar. Oh, aquilo havia me pegado de surpresa... Por segundos, pensei estar vendo tudo azul, depois amarelo e, por fim, no vermelho mais claro possível, depois me senti enjoado.

— Você, hm... — tossi nervoso, apoiando-me em seu corpo devido minhas pernas bambas. — Você está falando bobagens — e depois ri quase sem jeito.

Ele rosnou e desceu suas mãos brutas para minha bunda, apertando minha carne com precisão.

— Eu pareço estar querendo falar besteiras? — questionou sério.

Gaguejei tentando me afastar, contudo, ele apenas me apertou um pouco mais e esperou minha resposta embaraçada.

— Eu... — suspirei. — Eu não sei.

Nas Mãos do Diabo [1] O MaestroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora