O Bar dos Monstros

386 68 30
                                    

  A musica era alta. Porém o ritmo eletrônico com pop faziam a maioria entrar na pista de dança. E os que não estavam eram a maioria homens. Alguns de pele verde e orelhas pontudas, outros com escamas no rosto, alguns de cores extravagantes, uns eram imensos, contudo, encaravam com malícia as mulheres dançando em seus respectivos  palcos.Algumas suspensas em gaiolas dançando sensualmente, outras em mastros de pole dance.

  Macayla estava lá, andando calmamente em direção ao barman. Sentou-se no banco e o encarou.

 Para entrar naquele bar era necessário provar que de fato era um deles, e ela provou, embora o colar de Macayla sele sua necromancia, ele não sela algumas habilidades que ela ainda mantinha.

— Você não parece ser maior de idade.

—  Imortalidade, sabe como é. Presa aos 16 anos para o resto da vida. —  Disse ela. 

  O barman nada bobo respirou fundo e sorriu se aproximando do balcão para avaliar direito a garota a sua frente.

—  Imortal? Você? — Perguntou já imaginando o cheiro de mentira. —  Não precisa mentir. É só dizer qual bebida você quer. Só não irei aconselhá-la a isso, pois aqui dentro como pode ver, está cheio de pessoas ruins. Com poderes bastante complicados...

— Ah não, eu não bebo. —  Respondeu Macayla e o barman a encarou franzindo o cenho seguido por uma gargalhada.

— Não bebe? E o que caralhos você está fazendo em um bar?

—  Procuro uma pessoa. Um demônio na verdade. — O barman continuava sorrindo enquanto servia um homem elegante ao lado de Macayla. —  Qual o nome dele? — Perguntou já entendendo que o que ela queria era informação.

—  Ele não tem um nome. É o demônio da morte, mas a rainha do inferno o apelidou de Damon. —  O Barman a encarou com a feição completamente diferente de antes. Ele tocou na mão da menina e seus olhos rapidamente ficaram negros. Ao retornar ele pareceu não gostar nada, nada do que havia visto. — Ressuscitados não são bem vindos aqui.

  Macayla franziu o cenho na hora. 

—  Não ligue para o David. —  Respondeu o homem do lado. —  Ele gosta de fazer um charme, mas é um médium. Sentiu algo negativo vindo de você. —  Continuou sorrindo. Seus cabelos estavam curtos porém elegantes, ele se virou revelando olhos castanhos cativantes. Tinha por volta uns 20 anos, mas era belo e seu rosto era jovem. — Está procurando pelo Damon eu presumo? Ou Damon tem a resposta para quem de fato você procura?

— Sabe onde ele está?

—  Quem sabe. —  Respondeu sorrindo e Macayla entendeu o recado.

 ***

Azakiel estava no telefone do lado de fora do bar. O combinado entre ele e Macayla era que ela entrava primeiro e obtinha as informações. No caso ela teria uma hora para conseguir o que precisava, porém se esse tempo se esgotar era ele que tinha de entrar em cena. Como ela disse, Zak era o plano B.

— Não pai, eu não estou em uma festa! Estou ajudando uma pessoa! —  Disse Zak. — Eu sei, eu sei, mas se a mamãe de fato estiver chegando ela vai me ver depois! — Prosseguiu fazendo uma cara de surpresa. — Como assim Alexia foi expulsa do colégio interno? — Logo ele sorriu. —  Tá, tá, depois falamos disso pai, preciso ir agora... —  Respondeu desligando o telefone e respirando fundo.

  Macayla estava demorando.

  Enquanto isso, a briga entre beijos ficava cada vez mais intensa dentro do banheiro masculino. Macayla afastou o estranho recuperando fôlego.

— Algo errado?

—  É... Digamos que esqueci que não vim sozinha... —  Ela franziu o cenho. —  E você não faz muito meu tipo. — Disse ela piscando para ele que sorriu em retorno. — Sabe onde Damon está?

—  O demônio da morte já retornou para o inferno. E ele não vai voltar tão cedo. —  Respondeu ele, o estranho deslizou o dedo para a mecha prateada de Macayla. —  Diferente.

—  É. Minha mãe chama de defeito genético.

 —  Você não acha que é defeito genético?

—  É bonito demais para ser um defeito. —  Ela piscou para ele novamente. —  E como eu faço... para conseguir informações sobre sabe... pessoas que moram no inferno. —  Perguntou usando da sedução uma arma.

— Além de metida é esperta. Como é seu nome? —  Ele perguntou curioso. 

— Anna. —  Ela mentiu sorrindo para o estranho. —  E o seu?

—  Jonathan. E, é comigo que se fala quando precisa de informações lá de baixo. — Ele respondeu. — Exceto que... Você obviamente não é quem diz ser, e ainda é menor de idade obviamente, então precisa tomar cuidado aonde se mete mocinha.

— Está me ameaçando? Por que até onde eu me lembre, você beijou a menor de idade. —  Ela respondeu e antes que Jonathan contra atacasse a porta do banheiro se abre como um estouro.

  Era o Azakiel, ele acabou se deparando com a cena, notando que Macayla ainda estava próxima até de mais do estranho, e dentro de um banheiro masculino, o que implicava ser algo a mais do que apenas um engano. 

—  Zak... —  Disse Macayla e ele pressionou o maxilar saindo de lá e andando mais rápido possível. — Merda. — Ela acabou abandonando Jonathan para correr atrás do rapaz que ardia em fúria. —  Ei! Zak! Espera! —  Gritou ela após sair do bar e o seguir pelo beco que dava para a rua. — Azakiel! —Gritou puxando-o pelo braço.

—  Espero ter conseguido a informação que você queria enquanto fodia com aquele panaca!

—  Ei! Você me respeita! —  Disse ela apontando o dedo na cara dele. —  Eu não sou as suas putas para você dar seu chilique! Primeiro, eu durmo com quem eu quiser e segundo, larga de ser idiota Zak! Parece que nem me conhece! Eu jamais iria foder com um cara de mais de 20 anos de idade! Poxa... Quem você pensa que eu sou?

— É? Mas você estava ou não estava aos beijos com ele!

—  Estava tentando achar a Rachel! Você sabe que venho tentando isso por anos. E estava quase conseguindo até você me atrapalhar!

— Esquece isso! Você não viu que ela não vai voltar?! Qual é o seu problema? O que há de errado com você Macayla?! — Gritou ele despertando a ira de Macayla que se virou no mesmo instante apontando seu indicador na face do rapaz com aquele olhar.

Zak arregalou os olhos, os olhos dela estavam um lado azul e o outro castanho. Havia mudado de cor. Porém ela ainda usava o colar que selava os poderes dela o que deixou Azakiel mais assustado ainda com aquele olhar.

— Eu vou achar a Rachel nem que seja a última coisa que eu faça em vida. — Respondeu entre os dentes enquanto lentamente seu nariz sangrava. — e quando eu a encontrar farei questão de matá-la com minhas próprias mãos. — Respondeu por fim largando Zak sozinho avançando na frente.

Descendentes do Inferno - Uma história Renegados do Inferno - Vol ÚnicoWhere stories live. Discover now