Eu Sou o Fogo

383 63 46
                                    

  A cidade de Bloodville estava gelada. Assim que Macayla soltava o ar de sua respiração uma fumaça de névoa saia de seu nariz. Algo estava estranho.

  Macayla agachou para observar uma mancha preta no chão e seu rosto antes franzido, relaxou.

— Satanistas desgraçados. — Aquilo era sinal de que os religiosos Fallens estavam por aí.

  Antes que ela tivesse a chance de se levantar um grunhido de dor surgiu atrás dela que se virou conseguindo segurar a tempo a faca de lâmina cega que alguém empunhava contra ela.

  Era um homem.

  Ele estava com os olhos vermelhos, era como se todo o globo ocular estivesse sangrando de tão vermelho que ele estava pintado. Não tinha pupila, sua íris estava negra e vazia e sua pele pálida e coberta de artérias e veias inchadas.

— Enfermo... — Sussurrou chutando o homem para trás, e se levantando. — Onde está? Droga! — Disse procurando algo em seu bolso. — Ah foda-se. — xingou abrindo a palma da mão em direção a ele que encarou a marca desenhada na mão dela. Era o símbolo de um pentágono. — Ad pertinent ad inferos quo tu daemonium bastardos — Recitou em latim. E então ele pareceu cada vez mais enraivando. — Ah foi mal ter te chamado de desgraçado em latim eu não sabia que você podia entender de verdade...

— Vou matar você! — Gritou correndo atrás dele enquanto queimava diante do pentágono. Macayla segurou o rosto dele que começou a queimar e ele a gritar.

  Foi então que ela recitou a reza em latim e hebraico fazendo o sinal da cruz com a outra mão diversas vezes.

  Até que depois de muita energia sendo gasta ao exorcismo o demônio saiu sugando a energia de Macayla, entretanto fazendo o rapaz desmaiar no chão.

— P-Primeiro enfermo... Vivo... Com sucesso. — Disse ela e logo depois olhou para frente retirando completamente a expressão de vitória do rosto — Meu Deus... — Respondeu. — Eu tô muito fudida.

  A sua frente estavam enfermos de todo o mundo reunidos em um só lugar. E eles sorriam como demônios em plena Bloodville. O que era aquilo? Tinham... Dezenas deles! Talvez centenas!

***

Se Rafael ficasse mais um dia sequer naquele hospital ele definitivamente enlouqueceria. O pior é que ele precisava ficar uns dois dias em observação hospitalar já que havia se machucado feio por todo o corpo. De acordo com o médico que lhe atendeu, ele havia fraturado três costelas, e o nariz, fora os hematomas nos músculos que lhe deixou bastante debilitado.

  Porém estava difícil dormir aquela noite naquele lugar, ele transpirava mais do que o habitual, chegando a molhar seu travesseiro. Estava extremamente pálido e sentia que estava prestes a adoecer.

  "Rafael..." Chamou uma voz que o fez despertar, sentando-se de uma vez na cama respirando com dificuldade, o rapaz encarou os lados sem entender o que aquilo se tratava, não havia ninguém além dele no quarto.

  Sua mão tremia, muito... Ao olhar Rafael franziu o cenho da testa engolindo seco.

  Aquelas marcas de novo em seu braço. Algo estava estranho. E estava assustando o menino.

***

 Enquanto isso, Azakiel estava decidido em não ir tão cedo para casa aquela noite.

 Soube que sua irmã havia finalmente voltado, e ter de escutar ela lhe dando sermão sobre ele ser um mega babaca não era lá bem o que ele queria. Se bem que essa era a verdade que ele contava a si mesmo, uma verdade mentirosa. Zak evitava sua irmã por vergonha.

Descendentes do Inferno - Uma história Renegados do Inferno - Vol ÚnicoWhere stories live. Discover now