Descendentes do Inferno - Uma história Renegados do Inferno - Vol Único

A Lua Roxa

  O sol havia se escondido quando o céu tremeu pela chegada da lua. A chuva inundou a cidade enquanto que Blake Styles fincou sua espada no chão criando um barulho ensurdecedor assim que todos os enfermos voaram com o impacto causando uma destruição no solo junto com eles.

  Ele se levantou pegando sua espada, encarou sua frente e viu ninguém menos do que Adam Smith usando um glamouroso casaco negro com pelos cinzas imitando as de um lobo enchendo seus ombros e nuca. Usava uma bota de salto quadrado e caminhava com seu casaco se arrastando, seu tapa-olho era dourado e cintilante desta vez combinando com os lábios pintados com o batom da mesma cor. Sua maquiagem era uma mistura de cores pálidas, como preto, cinza e branco, mas repleta de purpurina.

  Ele estava sorrindo para Blake que sorriu de volta.

— Vamos buscar nossos filhos bombadão. — Disse Adam.

  Blake olhou para trás e lá estava Handriel e os gêmeos, acompanhando de Danyelle Smith.

—  Chamei uns amigos caso não se importe, para se juntar a festa. —  Disse Alex mostrando uma galera que frequentava o bar dos descendentes do inferno.

  Estavam todos ali, incluindo o barman.

  Até Asmodeus apareceu para ajudar, mas nada de Rachel ou das bruxas... 

***

  Macayla foi largada dentro de uma sala onde encarou uma espécie de cúpula de magia presa ao chão.

  Dentro daquela coisa que parecia uma nave estranha cheia de pedras brilhantes, estava Rafael, de olhos fechados e flutuando por dentro daquilo.

—  RAFA! —  Ela gritou indo em direção a ela, mas Aurora puxou a corrente enforcando Macayla que não conseguiu chegar a tempo.

  Aurora levou Maca a força até uma parede coberta de algo que lembrava teias negras  daquelas teias estranhas uma linha saiu se multiplicando e virando um recipiente que aparentemente era parra colocar a mão ali dentro.

— Vamos, Use o seu poder... Acabe com isso Macayla, só você pode acabar com isso! — Disse Aurora em seu ouvido.

—  NÃO! — Ela gritou empurrando a deusa e batendo em seu rosto, correu tentando fugir mas a corrente continuava nas mãos dela impedindo-a de fugir.

— CANSEI DESSA PALHAÇADA! —  Gritou Aurora se transformando em algo... Diferente.

   Sua íris desapareceu deixando o globo ocular completamente branco, uma enorme Auréola surgiu de sua cabeça suas asas surgiram e eram tão grandes que deslizavam no chão. Eram dois pares de asas totalizando quatro asas brilhando em um fogo branco. Exatamente, suas asas estavam em chamas, em chamas brancas. 

  Linhas brancas tortas cobriam seu rosto e corpo chegando até seus olhos, seu corpo brilhava  como se seu poder saísse de seu corpo.

—  Você vai me obedecer sua criança tola. —  Disse ela assustando Macayla que engoliu em seco. —  Ainda não entendeu? EU VENCI! — Disse a pegando pelos cabelos. —  E você vai fazer o que eu mando querendo ou não... Mesmo que isso me prejudique um pouco. —  Respondeu pegando a mão da Macayla a força, embora ela lutasse contra isso era impossível... impossível.

  Macayla gritou e perdeu... Sua mão já havia encostado naquela coisa que cobriu sua mão e a prendeu daquela parede.

  Aurora gargalhou como se estivesse louca, mas algo a cortou. Ela ficou séria de repente. E talvez... Assustada? 

  Aquilo... Aquela energia que ela sentia....

—  Bruxas... —  Disse ela descobrindo o que as bruxas fazia na parte de baixo da mansão.  No subsolo.

  Aurora largou Macayla presa ali e saiu as pressas desaparecendo da vista da menina. Era seu momento, tinha que sair antes que a magia funcionasse.

  Mas aquela coisa era tão poderosa que ela não conseguia, ah não ser que...

  Maca olhou seu colar e arregalou os olhos. E se ela deixasse aquela coisa sair? "Não, não faça isso Maca, se fizer isso só vai piorar as coisas".  

  Porém ela gritou de dor ao sentir seu braço queimar, Macayla olhou pela janela e viu... O céu estava escuro, havia anoitecido, e a lua estava purpura de repente, um roxo lilás forte que a fez arregalar os olhos, se ela tinha de fazer algo, precisava fazer agora! Ou seria tarde demais, e ela iria morrer...

***

  Aurora andava as pressas pelos corredores com ódio e impaciente, não permitiria que bruxas negras invadissem seus planos daquela forma, anos e anos de conquista! Estava desde o princípio planejando e construindo passo a passo para então um bando de bruxas negras velhas e mortas atrapalharem?

  Nem pensar.

  Abriu as portas com tudo entrando pronta para atacar aquela presença de magia negra que havia sentido... Sem sombra de dúvidas eram as.... Bruxas?

  Não havia ninguém.

  Aurora arregalou os olhos, como? Aquilo era impossível, ninguém conseguiria enganar a Deusa dos anjos exceto por...

—  A Deusa da morte. —  respondeu se virando e se dopando de cara com Rachel sentada de pernas cruzadas em uma cadeira com uma garrafa de sangue nas mãos agora vazia.

—  Chegou na hora do jantar. —  Ela respondeu se levantando vagamente revelando aquele enorme casaco negro por fora e vermelho por dentro. A gola alta do casaco mostrava o tamanho poder, e a coroa negra enorme exposta por cima da cabeça da vampira mostrava a realeza em suas mãos. Ela desviou o olhar de Aurora enquanto caminhava pelo subsolo. —  Aurora... —  Sorriu ao dizer aquele nome e seus olhos se tornaram vermelhos vívidos, seu globo ocular foi coberto por um negro letal, e seu corpo de preencheu de marcas vindas do inferno.

  As presas de Rachel estavam afiadas, os chifres também e a sua auréola mesmo que sendo um pouco menor que a de Aurora, estava presente. As garras pontudas muito bem pintadas de preto, e suas asas? Negras como as de um morcego e velozes como as de um gavião.

— Como ousa me fazer de tola, trazendo-me até aqui embaixo com um truque tão podre como esse? —  Disse Aurora.

—  E como ousa ser tão tola a cair no truque podre? Parece que a grande Deusa Aurora, não é lá tudo isso que ela se diz ser, não é mesmo?

—  Vai pagar por isso Rachel... —  Disse ela.

—  Estou ansiosa por isto! —  Respondeu e ambas correram na direção uma da outra, abraçando-se e voando para cima quebrando o concreto até chegarem aos céus.

  Era a batalha entre duas Deusas.