Capítulo 27

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Eu subo as escadas ao mesmo tempo em que sinto meu sangue ferver.
Quando Hero foi até a minha sala para dizer que sua irmã havia fugido da clínica de reabilitação, eu senti meu peito apertar, afinal, a minha mãe também fugiu de uma clínica de reabilitação...
Eu quis vir com Hero na mesma hora, mas ele me pediu para tomar conta da sua empresa, então eu fiquei sentada na minha sala e tentando me concentrar em desenhar a planta da boate de Dylan, mas não muito tempo depois Shene adentrou a minha sala e me passou o celular que estava em sua orelha. Eu atendi o mesmo, e meu coração parou quando a voz do pai de Hero soou pelo microfone do celular dizendo que Hero precisava de mim , eu havia pedido para ele me ligar caso precise de mim, mas era óbvio que Hero iria tentar se fazer de forte e não iria dar o braço a torcer.
Eu peguei a minha bolça, e me surpreendi quando Shene disse que iria ficar na empresa para ter certeza de que tudo estaria sobre controle na minha ausência, e foi nessa hora que eu tive a certeza do quão amando Hero é. Todas as pessoas ao seu redor o amam, e eu sei que não tem como não amar, pois apesar de estar louco para ir até seu irmão de consideração, Shene preferiu ficar na empresa para ter certeza de que eu poderia ir tranquila ajudar Hero sem ter que me preocupar em deixar a empresa, já que alguém de confiança iria ficar tomando conta da mesma.





Eu chego no segundo andar, e bato na primeira porta de madeira a direita.
Alguns segundo se passam, até que o pai de Hero abre a porta e me olha com certa curiosidade.





- Desculpe incomodar, mas eu preciso falar com a sua filha.




Eu digo, controlando ao máximo a raiva na minha voz, mas pelo meio sorriso que aparece no rosto de George Fiennes-tiffin, eu julgo que não me sai muito bem.
O pai de Hero volta para o quarto e fecha a porta, me deixando parada  igual uma idiota, mas logo ele volta e dessa vez acompanhado pela mãe de Hero.
O casal Fiennes-tiffin, me encaram e eu percebo os olhos vermelhos e o rastro de lágrimas no rosto da mãe de Hero, mas antes que eu possa falar qualquer coisas Martha diz:




- Estávamos tentando convencê-la a pedir desculpas para Hero, mas ela está tão raivosa.





Martha lamenta, e eu concordo com um aceno de cabeça ao mesmo tempo em que digo:





- Aposto que ela não está com mais raiva do que eu. Eu gostaria de falar com ela a sós, se possível.






Martha e seu marido se entreolham e concordam com um aceno de cabeça, ao mesmo tempo em se afastam da porta de madeira e me deixam me aproximar da mesma, eu levo minha mão até a maçaneta e digo antes de adentrar o quarto de Mercy :





- Hero está lá fora, acho que agora ele vai aceitar falar com vocês. Só não comentem sobre as lágrimas, Hero odeia parecer " uma menininho indefeso " .




Os pais de Hero abrem um sorriso sincero, e acabam rindo, afinal, eu era uma " desconhecida " que estava lhes dando dicas de como falar com o filho deles.
Eu acabo sorrindo também, mas rapidamente eu volto minha atenção para a porta de madeira e virando a maçaneta, eu entro no quarto da irmã de Hero.
A cama de Mercy é grande; há uma televisão de tela plana presa a parede e de frente para a cama; duas portas de madeira uma de cada lado da cama; vários quadros e pôsteres de modelos e desenhos de algumas roupas. A irmã de Hero está usando uma roupa azul, provavelmente da clínica de reabilitação, e eu percebo o quão sujos estão seus cabelos loiros. Mercy me olha e antes que eu posso dizer quem eu sou ela diz :




- Quem é você ?! O que você está fazendo no meu quarto ?!





Percebo a maneira como as mãos de Mercy tremem e como ela anda de um lado para o outro, provavelmente o efeito das drogas deve estar acabando ou já ter acabado o que significa que ela está em abstinência.







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