CAPÍTULO 1. Equinócio de Esperancza

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Abaixo dos grandes elevados e ciclo de reinados, distante das movimentações de mercado seculares, a religião mágica e as criaturas de tal em sua reclusão sagrada para com a espécie humana desprovida de bênçãos ostensivas, uma lavradora recebera a notícia que o Equinócio conhecido por suas terras de planície havia ocorrido. O Equinócio humano ocorria quando finalmente os eventos alinhavam-se e, ao invés de apenas humanos nascerem como iguais, eles viriam a dividir espaço e desafios como iguais antes do reestabelecimento de autoridade através do fim do Equinócio, onde o novo privilégio não igualitário era estabelecido em consenso, escolhido dentre as criaturas não-mágicas de nascimento equitativo que poderiam ascender como merecedores. O Florilégio havia iniciado, a triagem a qual escolheria os novos governantes que lutariam pela terra humana de Ágorantuon – trocadilho já desassociado de "Agora ou nunca, tudo ou nada" por seu fundador vindo da mais baixa classe no ano em que se iniciara tais seleções. Tudo isto antes de chegarem os carreiristas da nobreza.

O grupo de sacerdotes de teatrais batas brancas e longos cabelos, aqueles dos quais apenas preocupam-se com a imagem e o estabelecimento de respeito através da "mensagem divina mágica" carregada por estes, tinham estendido por servos um grande tapete vermelho no meio da lavoura para que não sujassem os pés ou as túnicas cerimoniais pálidas na terra. Eles formavam um círculo e davam as mãos, presas por joias de alto calão a qual marcava a conexão forçosa dentre eles para abençoar a terra uma vez que aquela colheita era tão importante aos propósitos daqueles cujos já passavam ao menos uma hora medida pelo sol a proferir preces e pequenas danças.

A lavradora percebia que apenas de um deles surtia um pequeno brilho a perder-se quando levado pelo vento como gotas minúsculas de água a fazer reflexo nos olhos, mas este estava recuado e recluso do círculo principal, apenas um estudante, mantendo as mãos juntas junto a boca em oração sincera, mais severa que a dos sacerdotes magos que o faziam por mando da tradição. Ele esforçava-se para sentir a magia da terra.

Ama Krishnaraj, o nome pelo qual destacavam o sobrenome de pronúncia forte categorizado pela pobreza que eles tentavam submeter a esta distinto no nome de seda primeiro – de leve sonoridade, como um sopro cantado, Ama. Os sacerdotes magos tinham nomes sagrados e de sonoridade gentil e macia, assim como a nobreza nascida, e os mais pobres tinham sobrenomes duros em comparação. Uma vez que o sobrenome não se alterava, ela tinha descendência, mas o casal que a tinha como filha no passado havia burlado a regra e dado-lhe o nome de Ama em razão de Amor. Krishnaraj era o nome das terras que cultivava, em contraposição, assim era chamada todas as vezes que tentavam diminuí-la para sua classe social.

Ela havia permitido-os ficar por propósito claro, embora odiasse suas presenças: Eles comentavam o Equinócio e, a seu pedido, ofereceram-lhe um raro pedaço de papel com o anúncio deste em troca de sua calma a permitir o ritual. Ela aceitara, usava suas roupas diárias, pesadas e escuras como sacos de grãos com uma abertura para toda a face superior – versátil para a mudança de temperatura –, diferente dos tecidos finos que usavam os visitantes, batia o pé com as botas de trabalho impacientemente e no chapéu amplo que a protegia do sol estavam sua flor azul mágica – aquela que não pode morrer – oferecida por estes em outra troca por aceitação da bênção às terras, tomaram como ideia própria, mas ela sabia que qualquer pensamento inovador vinha dos aprendizes mais jovens ainda não corrompidos pelos veteranos. Aceitara porque sabia não ser ideia deles, mas de pessoas que ainda mantinham sua dignidade perante a magia. Neste mesmo chapéu de palha com sua flor mágica, suas fitas ciganas ornamentavam-no para seu próprio gosto pessoal, graças a elas recebera um apelido claro: Cigana, embora fosse uma lavradora e não nômade, pois era dito que seu espírito era nômade e ela havia sido presa àquelas terras pelo imperativo da sobrevivência.

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