Era uma vez, Ali

17

A aula em campo foi irada pra caralho, eu e Matheus focamos juntos porque éramos do mesmo curso, e fez tudo ficar mais divertido ainda.

Acabou que eu resolvi chamar as meninas pro restaurante do meu irmão e Matheus resolveu sair com Phelipe e uns colegas deles. Tava de boa, noite das meninas era o que eu precisava.

Acabou que Alicia estava na rua com Jade e elas foram de lá mesmo, eu fui sozinha. Cheguei no deck e já estava no esquema, música rolando, gente bonita, sempre muito bom.

As meninas ainda não tinham chegado, então fui dar um alô pro meu maninho, aproveitar pedir um drink de quebra.

Não demorou muito pra elas apareceram, resolvemos ficar na parte de dentro sem ser a do deck, pela barulheira da música e porque queríamos conversar, mas dava pra ouvir também.

— Foram fazer o que hoje? — perguntei olhando o cardápio de petiscos.

— Eu fui com a Jade no shopping que ela queria comprar livros e eu aproveitei pra comprar umas roupas melhores pra dar aula. — Alicia explicou.

— Livros? — fiz careta pra Jade.

— Hum menina, eu amo. Adoro ler e mais ainda, escrever. Não vejo a hora de ser uma dramaturga oficial. — ela disse com aquela cara de metida dela. Eu amava.

— Ah, entendi. E você? Como foi lá no teu trabalho? Nem deu tempo de conversarmos sobre, acabei indo pro meu irmão. — perguntei pra Ali.

— Cara, até que foi tranquilo. As meninas todas são umas fofas, e eu não trabalho todo dia, o que achei estranho amando ao mesmo tempo, mas Patrick explicou que é por enquanto, depois vai espaçando as aulas. — ela disse e eu já torci o rosto.

— Patrick, é? Tinha esquecido que ele era seu chefe. — ri de nervoso acenando pro garçom.

— Infelizmente esse grosso maluco é, mas ontem me surpreendi, não sabia que ele tinha uma filha. — ela disse bem surpresa.

Eu ri. Antes de falar, fiz um pedido de alguns queijos empanados com franguinhos, e pedimos chopp.

— Inclusive a filha dele é quase a minha sobrinha, Ali. Eu esqueci de te falar, mas é que por aqui as coisas são tão interligadas que até eu fico perdida.

— Sua sobrinha!? Como assim, Eduarda!? Tô perdidinha da Silva. — ela suspirou colocando a mão na cabeça e eu gargalhei.

— Se você tá, imagine eu que não conhecia nem ninguém. — Jade revirou os olhos.

— Gente, vamos lá, vou colocar vocês a par de tudo e depois disso vamos mudar de assunto pra nos divertir. — elas assentiram ansiosas pra escutar. — Tudo começou quando Karine, irmã de Matheus, Malu minha prima e Mari, que vocês não conhecem, vieram morar no Rio de Janeiro.

— Essa história eu já sei, elas fizeram uma viagem de formatura e conheceu os meninos daqui. — Ali disse impaciente.

— Exato. Aqui eles formaram um grande grupo, incluindo os meninos, Pedro irmão do Phelipe, Luan marido da Ka, João que vocês também não conhecem, mais Bruno meu irmão e Sarah que é a mulher do meu irmão.

(quem não leu, leia coincidências pra saber mais dessa história!)

— A mãe da Sophia! — Ali gritou e depois baixou o tom de voz rindo envergonhada. Eu assenti.

— Eu não tô entendendo é nada! — Jade desistiu de ouvir pra beber o chopp dela que já havia chegado.

— Daí eu conheci o Matheus, comecei a namorar com ele, namoramos anos a distância, depois ele veio morar aqui quando o pai dele conheceu a mãe do Phelipe no casamento da Karine, que foi aí que fizemos uma amizade com Phelipe. Enfim, em um dos términos da Sarah com meu irmão e num tempo turbulento do meu relacionamento com Matheus, nós saímos, ela conheceu o Patrick, eles transaram e tchanã veio Sophia! — fiz uma cena toda. — Meu irmão não deixou de ficar com Sarah, inclusive ficou anos em coma e quando saiu dele descobriu que ele tinha uma filha de outro.