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MARATONA 3/4

Terminei a aula com as meninas, avisei pro Daniel, troquei de roupa e desci. Pra minha sorte nem sinal do Patrick pela academia, então fui direto pra fora.

Fiquei esperando o uber com a descrição que Daniel tinha me dito pra entrar e enquanto isso fui pensando na merda que podia acontecer.

Das duas uma, ou ele ficaria muito puto comigo e nem olharia na minha cara, ou ele diria que tudo bem e se afastaria, nas duas hipóteses era ruim, já que eu me amarrava na pessoa dele.

Enxerguei de longe o carro, meu estômago embrulhou e eu só estampei um sorriso no rosto.

— Boa noite! — falei pro motorista. — Oi Dan. — sentei e dei um selinho nele.

— Vamos comer no cabaña? — ele sugeriu e eu assenti. Era uma hamburgueria do barra shopping delícia, mas nem com fome eu tava.

O cara colocou o endereço, deu partida e o Daniel me puxou pra sentar mais perto dele.

— Como foi o trabalho hoje? — passou um braço pelo meu pescoço.

— Foi normal, como sempre. — ri fraco. — E você, fez o que hoje?

— Ah, tô sem trabalho, né!? Como metade da faculdade. — ele riu. — Então fiquei em casa jogando videogame e depois fui na praia com Vinicius.

— Vida boa, hein. — brinquei.

— Quem dera! — riu. — Tá foda com meu irmão, ele terminou a faculdade mês passado e agora enche meu saco pra arranjar um emprego. Fica falando que eu não quero nada da vida.

— É foda, mas deixa ele pra lá. — falei e ele assentiu.

Eu não sabia onde enfiar minha cara quando ele tocava no Patrick.

Ele ficou contando os planos dele de quando saísse da faculdade, ele fazia direito, queria prestar concurso pra delegado, mas como ele mesmo dizia, não estudava tanto pra conseguir isso.

Fiquei o encorajando, dando uns conselhos, segurando o assunto até chegarmos no shopping. Ele pagou o uber, nós descemos, ele segurou minha mão e fomos andando.

— Vai querer o que? — perguntou olhando o cardápio.

— Acho que vou só pedir uma coca e uma batata com cheddar. — falei sem fome.

— Só? — eu assenti rindo. — Vou no hamburgão e batata mesmo, cheio da fome.

Ele chamou o garçom, fez os pedidos e depois ficou olhando pra mim com um sorriso no rosto que nem eu estava entendendo.

— O que foi? — disse com um sorriso sem graça pra ele.

— Você tem noção do quanto você é linda, Alicia? Puta que pariu, fico apaixonado. — ele pegou minha mão por cima da mesa.

— Para, Dan. — pedi envergonhada.

— Tô falando sério, era até sobre isso que eu queria falar com você. — ele disse como se criasse coragem e meu peito já encheu de medo.

— Eu preciso falar uma coisa antes! — disse rápida.

— Não, se eu não falar logo eu não vou ter coragem. — ele disse por cima.

— Mas...

Ele me interrompeu. — Cara, eu sei que você não quer nada sério e que veio pro Rio de Janeiro na intenção de conhecer pessoas novas, se divertir, fazer teu futuro, mas eu preciso te dizer que eu me apeguei muito a você. Me afastei um pouco esses dias porque eu tava pensando muito sobre isso. Quando Patrick quis te "defender" — ele fez aspas com a mão e eu engoli a seco nervosa — lá na festa da Rebeca me subiu um ciúme bizarro e eu precisava de um tempo pra absorver que eu realmente tava sentindo alguma coisa por você.

Era uma vez, AliWhere stories live. Discover now