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Fui o caminho todo pensando nessa situação horrível. Como um pai poderia fazer isso com um filho? E ainda sem precisar? Não entrava na minha cabeça.

Até cheguei a pensar como que essa mãe deles não aparecia pra resolver a situação, mas não me caberia, mesmo porque eu não faço ideia do que ela passou e provavelmente ela tem motivo pra estar sumida.

Nunca tinha entrado nesse assunto com o Daniel, afinal, pelo que Patrick me contou ele não sabia que a mãe estava viva, eu achava uma loucura, mas o que mais podia fazer? Nada, eu não tinha nada a ver com isso.

Cheguei em casa chateada, abri a porta e as meninas estavam tomando cerveja na mesa enquanto riam de alguma coisa.

— Opa, opa, opa! Que cara é essa e por que chegou em casa à essa hora? — Duda disse olhando no visor do celular.

— Aí gente, só merda! — falei chateada. Coloquei a bolsa na mesa e puxei uma cadeira.

— O que foi? — Jade perguntou preocupada.

— Acreditam que o pai de Patrick tá tirando a academia dele? Ele me mandou pra casa já que vai ter que fechar até segunda ordem. — contei.

— Mentira!? Bem que Sarah me contou que esse pai dele era louco e que a história dele era problemática. — Eduarda disse e eu assenti.

— Achei um absurdo e tô um pouco chocada e sem acreditar, falei pra ele procurar um advogado dos bons, mas ele parece desmotivado.

— Ah, assim ele vai perder mesmo. — Jade disse e eu concordei. — Mas a academia é do pai dele?

— Cara, é uma história muito louca, pra resumir, não, a academia não é do pai. Era dos avós maternos dos meninos e passou pra eles quando a mãe deles "morreu" — fiz aspas com a mão e elas franziram as sobrancelhas. — Falei que a história era louca, não me perguntem porque.

Eu não iria contar a intimidade dos meninos pros outros, ainda mais algo tão sério que eu não sabia nem da metade.

— Cara, o marido da minha prima contratou uma advogada muito foda pra pegar a guarda do filho dele, talvez eu possa falar com eles. — Duda sugeriu.

— Aí, fala sim. Qualquer coisa você fala pra Sarah inventar que foi ela que teve a ideia, já que ele deve contar pra ela mesmo, pra eu não passar como fofoqueira. — disse receosa.

— Pode deixar comigo! — ela piscou pra mim e eu sorri em agradecimento. — Então já que chegou cedo, bora beber?

Eu assenti deixando a preocupação de lado e fui buscar um copo pra mim. A festa era só 20hrs, então ainda tinha muito esquenta pra rolar.

Como sempre nossas conversas pós final de semana era baseado em fofocas e em pegações, ou seja, Duda ficou contando de como ela e José transaram o tempo inteiro pela casa toda mesmo com a avó dele lá e Jade se gabando de como Lívia era gata, divertida e beijava bem.

Também contei um pouquinho de Daniel, elas não aprovavam eu não contar pra ele o que rolou, mas eu não conseguia e já estava bem com isso por não ter acontecido mais nada com o Patrick.

Depois que acabou as cervejas e nenhuma de nós criamos disposição pra comprar mais, ficamos jogadas na cama de Duda que era mais espaçosa e caímos no cochilo.

Quando acordei elas ainda estavam apagadas, aproveitei pra tomar um banho sem disputar banheiro com Jade e escolher minha roupa logo.

Peguei uma calça listrada branca, um top de alcinhas preto e um tênis plataforma branco também. Só dei uma ajeitada no meu cabelo, e fui acordar as meninas.

Era uma vez, AliWhere stories live. Discover now