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Cheguei no outback com aquela fome mucho louca, Luan tinha me dado carona e ainda me garantiu que seria por conta da casa porque a franquia era do pai dele, Alicia principalmente iria vibrar.

As meninas estavam sentadas em uma mesa de canto conversando e mexendo no celular e eu cheguei batendo na mesa sinalizando minha chegada.

— Chegou a barraqueira. — Alicia disse.

— Barraqueira mesmo, e aí po? — apontei o dedo na cara dela.

— Tá animadinha hoje, é? — Jade perguntou rindo e eu me sentei.

— Tô, até porque hoje vamos comer de graça bebê. — dei um beijo no ombro.

— Que? Que história é essa? — Alicia disse sem entender nada.

— Meu "cunhado" aquele marido da Karine é filho do dono, aí já viu né? Ele ainda é sócio do meu irmão, então privilégios e privilégios. — disse me achando.

— Ahhh sei, o pai dos gêmeos. — Alicia lembrou. — Até eu tô me achando agora.

— Eu não estou entendendo nada, mas estou grata, vou comer pra caralho sem pena. — Jade disse decidida e eu assenti rindo. — Mas e aí noivinha, como você tá?

— Puta demais que vocês não foram no jantar. — fingi irritação.

— Ah poxa, queríamos que você tivesse um momento só com a família, um momento mais íntimo. — Alicia explicou.

— Íntimo? Amor, você já viu o tamanho da minha família? É gente pra caralho, não tem nada de íntimo. — disse. — Vamo pedir que eu tô cheia de fome e depois conto como eu tô me achando de estar noiva.

Elas riram e pegaram o cardápio pra dar aquela olhada básica. Escolhemos o clássico: costelinha com barbecue, cebola empanada e batata com cheddar + a boa/chopp.

Fizemos o pedido bem especial anotado pelo dono da casa (o pai do Luan) que veio me dar os parabéns mesmo sem saber muito sobre mim, mas que o Luan, com certeza contou.

— Aproveitando que ele falou sobre e sem forçação de barra eu quero dizer que tô feliz demais, meninas. — suspirei apoiando meu rosto na minha mão. — Depois que terminamos eu realmente achei que não iríamos mais voltar e isso me entristecia mais e mais por dentro, é que eu não sou de demonstrar.

— Quando ele te pediu em casamento eu surtei por dentro, fiquei morrendo de medo de você negar porque sério Duda, você solteira nem parecia que tinha acabado de terminar. — Jade disse.

— É, eu também, mas quando vi no que deu não poderia ser mais incrível! — Alicia disse com um sorriso enorme no rosto. Aquela ali é realmente fã do meu relacionamento com Matheus.

— E se eu contar que eu vou casar em três meses no máximo quatro? — disse e elas arregalaram os olhos.

— Mentira!? — elas falaram juntinhas.

— Sério, a nossa família animou muito e eu topei fácil, tô super animada. — eu disse ansiosa. — Sério gente eu amo muito o Matheus, vocês sabiam que eu nem acreditava em amor da vida? Pra mim isso era a maior bobeira e olha agora...

— Ainnn meu Matheus tá crescendo. — Alicia fez cara de choro. — E Duda casando... meu Deus mundo.

— A gente nem se conhece há tanto tempo assim mas eu também tô muito feliz, parabéns Dudinha. — Jade pegou minha mão por cima da mesa e eu assenti em gratidão.

— Mas me diz, como estão vocês? — perguntei.

— Comigo uma loucura. — Alicia suspirou. — Daniel tá super na reclusa, não quer olhar na minha cara, me odeia real, eu nunca experimentei esse sentimento de alguém me odiar.

— Dá pra entender ele, né amiga? — Jade olhou pra cara com uma careta.

— Sim, dá, mas sei lá, parece que ele entrou numa onda de foda-se mesmo, até pro mundo. — ela disse preocupada. — Tenho fé de que isso vai passar e vai ficar tudo bem, afinal, tudo passa.

Nós assentimos. — Mas e o Patrick?

— Ah, com ele está tudo ótimo, mais do que eu esperava. Ele é um fofo diferente do Patrick da academia, tô muito apaixonada. — ela disse sem conseguir tirar o sorriso do rosto e os olhinhos brilhando.

— Apaixonada, apaixonada, apaixonada.. — eu e Jade começamos a cantar baixinho e ela riu sem graça.

— E a Jade? Porque lá na festa Alicia, depois que você foi embora, ela nem foi lá na Livia, a garota procurou ela e ela ignorou, tu acredita? Ficou só com o Phelipe. — caguetei.

— Coitada da Livia. — Alicia balançou a cabeça negativamente.

— Não vou enrolar pra falar, ontem a noite eu e Phelipe bebemos e a gente ficou. — ela disse e tampou a cara com as mãos.

Eu e Alicia estávamos boquiabertas, mas falando por mim eu tava bem satisfeita, quanto tempo eu já não queria esses dois dando uns beijinhos?

— Meu Deus e como foi? — Alicia olhou pra ela sedenta por respostas.

— Bom, muito bom. — ela disse vermelha. — Nós transamos a noite toda, sexo selvagem tá? — nós rimos. — E de manhã ele agiu como meu amigo e como se nada tivesse acontecido e eu também.

— Vocês dormiram juntos? — perguntei curiosa.

— Sim, de conchinha e tudo. — ela contou.

— E ele levantou e fingiu que nada tinha acontecido? Ah não amiga vocês tem que se pegar de novo se foi tão bom assim. — Alicia com voz de birrenta.

— Eu prefiro assim que não estraga nada, se for pra rolar de novo rolou. — ela deu de ombros.

— Aí aí vou ter que contar isso pro Matheus. — eu falei.

— Fofoqueira! — ela me xingou e eu ri.

Nosso pedido chegou e o bico até calou pra comer, eu tava com tanta fome e tão entretida na conversa que nem na cerveja eu toquei direito.

Aquela costela e a batata acabou em segundos e a cebola só sobrou um pedacinho minúsculo pra contar história, nem eu sabia que nós comíamos tanto assim.

— Agora chega de falar desses machos escrotos, vamos falar de nós. — eu disse. — Nem falei pra vocês porque muita coisa aconteceu, mas o irmão do Phelipe com um amigo dele tá construindo uma empresa de arquitetura e nos garantiu um emprego, quase um presente de casamento.

— Jura?? Aí que tudo, já sai do casamento empregada. — Jade disse e eu assenti rindo.

— Nem acredito que nós terminamos a faculdade esse ano, eu só fiz um ano aqui no RJ. — Alicia disse.

— Sim, mas eu quero, quero trabalhar e não precisar ficar estudando estudando estudando. — Jade bufou.

— E você vai trabalhar com o que? — perguntei pra Jade.

— Eu tenho escrito alguns livros pra vender e de quebra tentar fazer algum roteirista me notar, meu pai também tem alguns contatos mas pra isso tem que rolar a desculpa. — ela explicou.

— Só quero ver esses livros aí, vou ler tudo pra ver se tu é boa mesmo. — Alicia disse.

— Pode confiar! — Jade riu.

Nós continuamos conversando com mais alguns copos de cerveja e ainda pedimos sobremesa pra não passar vontade.

Alicia contou que iria começar a planejar um espetáculo de danças e que seria lindo, eu super animei, eu adoro essas coisas e com certeza iria assistir.

Mas minha cabeça mesmo estava no meu queridíssimo noivo, parecia que eu tinha começado a namorar com ele agora de tão feliz que eu tava. Sabe, aquele início de namoro? Aquele friozinho na barriga? Tava presente real em mim e eu queria estar com ele o tempo todo.

Era uma vez, AliWhere stories live. Discover now