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PATRICK

A vida passa rápido demais. Alicia tinha acabado de entrar no nono mês da gravidez e o medo dentro de mim só crescia. Era medonho, pavoroso e me trazia um desespero que me cegava.

Apesar disso, ao lado dela sou um cara forte, sem medo e com esperança. Não estou dizendo que sou o contrário. Mas dentro de mim, era sim.

Estávamos a caminho de Angra dos Reis passar um final de semana romântico. Eu admito, não sou o cara mais romântico do mundo, mas por ela eu me esforçava.

Mayara ficou furiosa com o risco de viajar no final da gravidez, mas o médico disse que seria bom e que deixaria uma equipe pronta caso acontecesse algo demais por lá.

— Tá, cadê o hotel? — ela disse olhando em volta.

Aparentemente era só mato, mosquito e uma mansão de algum morador no meio do nada.

— Na sua frente. — disse pagando o táxi e colocando a mala no chão.

— Essa casa? — ela se virou pra mim surpresa.

— Toda nossa! — disse. Ela me puxou pela cintura fazendo a gracinha de apertar minha bunda e selou meus lábios. — Que pena que eu tô com essa barriga, senão seria um estrago pro dono dela.

— Então veja pelo lado bom não ter crescido muito. — brinquei e ela me empurrou andando na frente.

A casa era um espetáculo, um absurdo mesmo. O irmão do Phelipe que deu essa indicação, disse ele que já tinha aprontado horrores nela.

Mas era do caralho mesmo. Numa decoração neutra preto, cinza e marrom, era toda de vidro e aberta pra piscina de borda infinita que dava pro mar.

Ela caminhava pela casa deslumbrada com tudo aquilo e acariciando a barriga como se tivesse mostrando pra Scar. Tudo que me fazia feliz era vê-la sorrir e feliz.

— Eu AMEI! — ela largou a bolsa em cima de uma mesa do lado do sofá.

— Sério? — perguntei andando atrás dela.

— Claro, como eu não amaria? — ela se virou pra mim.

— Como você queria algo mais leve por conta do cansaço, eu aproveitei pra encontrar uma casa que tivesse tudo pra você fazer. — contei.

Ela passou os braços pelo meu pescoço e me olhou nos olhos.

— Você é perfeito! — ela disse com a voz mansa.

— E tem mais... — sorri e me afastei pra procurar o controle.

Peguei o controle da casa, cliquei na opção de música, conectei no celular e entrou direto em "dona Cila" música da Maria Gadú, já que Tina amava demais.

— De onde está vindo? — ela falou rindo bobona e olhando pra cima.

— Da casa inteira. — falei.

Guardei o celular no bolso, dei uns passos pra me aproximar dela e estiquei minha mão. — Dança comigo?

— Que isso? — ela riu de nervoso. Dei de ombros e a puxei colando seu corpo no meu.

"de todo o amor que eu tenho, metade foi tu que me deu" balancei a cabeça pra ela sorrindo, peguei o braço dela e passei por trás da minha cintura.

"salvou minh'alma da vida, sorrindo e fazendo meu eu" — aí nós! — disse e ela sorriu.

"se queres partir, ir embora, me olha da onde estiver que eu vou te mostrar que eu tô pronta, me colha madura do pé" ela fechou os olhos, vi seu queixo enrugar por vontade do choro.

Era uma vez, AliOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz