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MARATONA ESPECIAL DIA DOS NAMORADOS 2/4

PATRICK

Enquanto o pessoal estava dando suas aulas, eu fiquei treinando com Luís no ringue, o cara não ganhava nunca pra mim e eu rachava o bico com a raiva. Mas era assim que pra mim funcionava, embora Luís fosse professor também, ainda era meu aluno e eu não dava mole pra eles.

— Tá curtindo pra caralho a Ali, né? Fala tu. — ele disse entre um golpe e outro.

— Cala a boca e vamo treinar! — o ignorei, mirei um jab nele que desviou.

— Ah qual é? Tu já não fala com ninguém, não vai falar com teus brother também? — insistiu.

— Qual é você, quer treinar ou ficar de conversinha? — parei ofegante com as luvas na cintura.

— Ué prof, não consegue fazer os dois? — ele debochou.

Ri sarcástico pra ele e mirei um cruzado nele que sentiu no rosto grunhindo. Ele se recompôs com um direto e eu esquivei.

— Se eu tô ficando com ela, claro que eu tô curtindo. — disse depois dele ter me desafiado.

— Já contou pro Dani Dani? — defendi o chute dele.

— Ela contou hoje. — falei.

— Te chamou de fura olho não? — perguntou.

Segui com dois jabs e o acertei com os dois cruzados.

— Caralho, não foi pra ofender! — ele disse caindo no chão.

Eu ri. Alicia pigarreou atrás da gente com a Sophia de mãos dadas, e nós nos viramos pra elas.

— Bateu muito nele, papai? — Sophia perguntou vendo Luís no chão. Eu assenti vitorioso indo na direção delas. — Quando eu começo as minhas aulas?

— Vai abandonar o ballet? — Alicia fez beicinho olhando pra ela.

— Não, vou fazer os dois. — ela disse animada.

— Eu gosto é de filha atlética, nada de cozinhar. — falei. Bruno era chef de cozinha e direto Sarah postava no instagram os dois cozinhando juntos, eu fico pra morrer.

— Posso fazer os três. — ela afirmou e eu fechei a cara brincando e a peguei no colo. Sophia não era mais aquela levinha de 3 anos, que parecia uma pena no meu colo.

— Gostei de ver, Sophia super cheia de habilidades. Eu amo! — Alicia disse fazendo cosquinha na barriga dela que riu.

Segundos depois Sarah chegou pra buscar Sophia. Nós três trocamos ideia sobre a minha situação, ela me disse que Laura estava muito empenhada e trabalhando firme pra conseguir o que queríamos e eu fiquei aliviado pra caralho. Depois elas foram embora, esse era o final de semana da Sarah com a filhota.

— Vai continuar jogado aí? — perguntei vendo Luís ainda esparramando no ringue. Ele só levantou o polegar afirmando.

Balancei a cabeça negativamente rindo e puxei Alicia pro escritório comigo.

Tranquei a porta atrás dela, a segurei pelo pescoço a pressionando contra a parede e mordi o lábio dela.

— Muito bom fazer isso livremente. — disse descendo pelo pescoço com selinhos.

— Não gostava do proibido? — ela perguntou apertando minhas costas.

Cada selinho que eu dava era uma arrepiada que o corpo dela dava e eu sentia tanto tesão nisso.

— Era legal, mas assim é melhor. — disse colocando a minha mão na curva da bunda dela e apertando.

Ela colocou a mão direita na minha nuca e virou meu rosto encaixando nossos lábios. Peguei ela no colo que cruzou as pernas na minha cintura e a levei até minha mesa.

— Saudade disso. — ela selou meus lábios e sussurrou no meu ouvido levando as mãos pra barra da minha camisa a puxando.

Já não tinha como controlar a vontade que eu tava de sentir ela mais. Tava completamente descontrolado, com tesão, movido pelo sexo.

Não tinha mais como, mas eu teria que ter. Sabia que Alicia era diferente pra caralho, não queria comer ela assim do nada, até pra depois ela não pilhar. Mulher é foda e essa eu não queria magoar.

Mesmo ela ofegante, afobada e querendo - porque eu sabia que ela queria - desacelerei minha mão, peguei ela pelo queixo e dei um selinho demorado seguido de uma mordida nos lábios.

Ela me olhou com os olhos cerrados me fitando.

— O que foi? — ri acarinhando a perna dela em volta de mim.

— Por que parou? — ela perguntou confusa.

— Não quero que role aqui, tu quer? — ela deu de ombros. — Sei lá, você tava lá com meu irmão e agora aqui. — fiz cara de nojo.

— Hã? — ela desceu da mesa e passou pro outro lado.

Puta que pariu, não acertava uma.

— Não quis dizer nojo de você, mas é a situação. — expliquei me virando pra ela.

— Mas você vai ter que se acostumar. — ela disse decidida ajeitando a roupa.

— Hã? Agora quem não está entendendo sou eu. — disse confuso.

— Ele disse que não vai desistir de mim. — ela contou plena.

— E daí? — olhei pra ela sarcástico. — Do que importa ele tentar se não vai rolar nada?

— Eu não sei se não vai rolar nada, eu sou solteira e eu já ficava com ele antes.

O jeito dela falar como se aquilo fosse sério me incomodou pra caralho. Como assim?

— Mas ele é meu irmão, Alicia. — disse pegando minha camisa e vestindo de volta.

— Quando você me beijou pela primeira vez você não se importou com isso. — ela arqueou as sobrancelhas.

— Tá, mas era diferente. — balancei a cabeça negativamente bolado.

— Eu não acho. — ela cruzou os braços. — Não vai ficar bolado, né? Não é nem garantia de que isso vai acontecer mesmo, só tô considerando as possibilidades, mas eu tô curtindo ficar com você.

Ela se aproximou de mim colando nossos corpos, segurou minha mão e selou meus lábios.

— Tá bom. — disse seco. Nem correspondi o selinho direito.

— Amanhã passa a noite lá em casa? — ela convidou.

— Pode ser. — assenti.

— Então tá, vou embora. — ela soltou minha mão e saiu sem mais nem menos.

Tinha acontecido alguma coisa, disso eu tinha certeza. Alicia não era daquele jeito, sarcástica, provocativa, não quando não está sendo provocada.

O doidão do Daniel tinha com certeza falado alguma coisa louca, já que era a única coisa que esse moleque conseguia fazer. E o pior é que muito provavelmente eu não esbarraria com ele, porque sábado ele sempre tava em Vinicius.

Tentei aliviar a confusão na minha cabeça sobre o que rolou ali, e sai pra falar com o pessoal. Fechamos a academia, eu parti pra casa e pedi uma pizza sozinho. Se aquela cena toda não tivesse rolado, eu ainda estaria com a gata.

Era uma vez, AliDonde viven las historias. Descúbrelo ahora