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Cheguei em casa e desabei de chorar no colo de Jade, o coração tava doendo de uma maneira que eu não conhecia, afinal, o único término que eu tive na vida foi muito mais libertador do que doído.

Foram duas semanas de muita melancolia e desolação, eu me acostumei a estar com ele sempre, eu me acostumei a ser uma boadrasta pra filha dele e não mais só uma professora, eu me acostumei no tratar bem entre nós dois que demorou pra aconteceu e não existia mais.

Nunca me vi desse jeito, tão triste, tão entregue a esse sentimento do mal, mas as coisas ao longo dessa semana me machucaram muito. O Patrick me machucou muito.

Ele não correu atrás de mim, não me pediu desculpas, não demonstrou tristeza, só fez o pior. Me tratava com indiferença, fingia que eu não existia, passava na minha frente com cigarro, inclusive fumava falando perto de mim, algo que nem quando a gente não estava juntos ele fazia.

Parece bobo e talvez seja, mas as pequenas coisas pra mim sempre importam e importaram, e por isso eu fui e sou ainda uma pessoa feliz, porque poderia haver um problemão, mas existia algo bom pra se apegar e não se entregar.

— Aí amiga, vai com eles sim. — Jade disse tentando me convencer de sair com Duda e Matheus. — Você precisa se distrair, colocar um sorriso nesse rosto, eu nunca te vi assim.

— Não sei, preciso pensar. — disse indecisa.

— Precisa nada, eu já decidi por você. — ela disse levantando do sofá.

— Não amiga...

Ela me interrompeu. — Vai sim, se você não for eu e Phelipe também não vamos sair.

— Claro que vão, o menino preparou mó dia romântico pra vocês, hotel, jantar, não sei o que, e não vão por causa de mim? — cruzei os braços incrédula.

— Sim ué, não vou te deixar afundada sozinha.

— Eu não estou afundada, só estou vendo minha série. Vai curtir seu dia! — disse abraçando a almofada.

— Tá, então também não vou. — ela deu de ombros e sentou de volta. — Ó, Phelipe tá ligando pra eu descer e irmos, vou mandar ele vir pra casa.

— Não! — disse impedindo dela atender. — Eu vou sua chata do caralho.

— Tá, vai se arrumar que eu vou ligar pra Eduarda porque se você não for eu volto de onde eu estiver, ela já está lá bebendo há muito tempo. — ela disse e eu revirei os olhos.

Desliguei a televisão e fui pro quarto procurar roupa por livre e espontânea pressão. Nós iríamos pro bar que eu fiquei com o Daniel pela primeira vez e eu só iria pela segurança de que Patrick estava expulso de lá.

Escolhi um short jeans godê com um top preto por baixo de um body tule e fui tomar meu banho.

Quando sai Jade não estava mais em casa e eu até pensei em dar o bote e não ir, mas eu conhecia a orgulhosa de Jade de querer cumprir a promessa de voltar.

Me arrumei muito na má vontade, não passei nada na cara, fiz um coque alto, calcei uma sandália básica e pedi o famoso uber.

— Tô muito feliz que você veio, Ali! — Eduarda disse me abraçando ao me buscar na porta do bar.

— Depois de tanta pressão, não tinha como não vir. — ri de nervoso.

— A Mari, aquela que fez nossos vestidos, tá aqui com o marido dela e a gente. Tu vai ver como eles são engraçados. — ela disse tentando me animar.

Nós chegamos na mesa, eu cumprimentei ela e o João, marido dela e na vez do Matheus ele me abraçou tão forte que não me soltava mais.

Dei dois tapinhas nas costas dele e ele riu me largando. Puxei minha cadeira, eles chamaram o garçom e eu pedi um chopp de vinho.

Era uma vez, AliOnde as histórias ganham vida. Descobre agora