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— RETA FINAL!

No primeiro mês, mais confiante do que nunca. Fingi que não existia doença dentro de mim e pedi pra que ninguém tocasse no assunto, queria alguns meses livres de preocupação cuidando da Tina, do bebê da barriga, estando com meu lindo namoridinho e ainda dando minhas aulas de ballet.

No segundo mês, não foi diferente. Eu e Patrick até fomos pra balada com o pessoal pra dar uma destoada na rotina e Sarah ficou com Tina pra mim. Nós fazíamos esse revezamento.

No terceiro, foi quase igual, mas a notícia de que quando terminássemos esse mês a químio começaria fez a energia abaixar um pouco e eu ter medo por mim e por todos nós. Apesar disso, ainda tivemos comemorações como o aniversário de Sophia que completava oito aninhos, o de Eduarda e ainda o de Jade. Foi legal pra distrair.

No quarto mês, eu fugi da químio e decidi começar no quinto, levei esporro e muito sermão, mas eu precisava descobrir o sexo do meu bebê e continuar com esse sentimento de vida nova por pelo menos mais trinta dias.

— Será que vem um menininho aí pra eu poder ensinar a lutar? — Patrick disse esfregando uma mão na outra.

— E a Tina? Não pode? — olhei pra ele pronta pro fight.

— Claro que pode, a questão é que ela não vai querer, já viu a cara dessa menina de bailarina? — ele disse terminando de abotoar o body dela e a pegando no colo.

— Tá, mas mesmo se for menino ele pode querer ser um bailarino. — disse fechando a calça jeans, minha barriga ainda estava bem levinha.

— Mas aí não sobra nada pra mim? — ele questionou chateado.

— Que que eu posso fazer? — dei de ombros. Ele fez beicinho.

— Ma-ma — Tina balbuciou e esticou os braços pra mim.

— Tá vendo? Eu preciso de um parceiro ou uma parceira nessa casa. — ele disse injustiçado.

— Chato! — revirei os olhos rindo e peguei minha bebê que estava a coisa mais linda. — Coloca logo a blusa e vamos, nós vamos se atrasar.

Relutei um pouco em fazer a sexagem fetal, mas acabou que eu fiz e quem ficou encarregado de revelar era Jade e Phelipe que seriam os padrinhos. Daniel tava bolado lá de São Paulo, mas ele já era padrinho da Sophia e meus amigos mereciam.

Fiquei brincando de cosquinha com Tina enquanto ele vestia a roupa, depois ele pegou a bolsa dela, a chave do carro e partimos.

Sim, convenci finalmente o queridão de vender a maldita moto porque com filho moto não ajudava em nada. Então ele vendeu e comprou um carro, eu até queria juntar com ele com as finanças que eu tinha juntado, mas ele fugiu e comprou sozinho.

Não seria festa, apenas um almoço com cerveja pra quem bebia, docinho e a revelação. E também só seria nós e minha mãe, Daniel e Laura por vídeo chamada.

— Até que enfim, que demora é essa? — Jade abriu a porta reclamando.

— Uma filha e um namorado que demora séculos pra se arrumar. — expliquei cumprimentando ela.

— Ahhh, olha quem fala. — Matheus ironizou. — Agora me dá minha afilhada aqui.

Patrick entregou Tina pra ele e a bolsa pro Phelipe que já veio prontamente pegar.

— Ansiosos? — Eduarda perguntou vindo com um envelope na mão.

— Sim, Patrick quer um lutador hein, não o decepcionem. — brinquei.

— Tá fodido então. — Matheus riu.

— Não fala isso! — Patrick pediu tristonho.

Foi só começar a escutar nossa voz que veio duas criaturinhas de Deus correndo do corredor que dava pros quartos, inclusive pro meu antigo.

Era uma vez, AliOnde as histórias ganham vida. Descobre agora