107

1.4K 250 223
                                    

MARATONA 6/6

ALICIA

Nunca pensei na vida que passaria algo parecido, logo eu que sempre quis levar tudo como se a vida fosse perfeita e pra mim ainda era.

Assim que entrei no ônibus, fui o caminho todo tranquila com a segurança que meu paizinho lá de cima estava cuidando de mim, até que eu desci no meu ponto e dei de cara com o Rodrigo.

Mais uma vez as mesmas reações, paralisia, desespero interno, choque, nem gritar eu consegui e muito menos correr. Ele esperou cínico as outras duas pessoas que desceram ao meu lado irem pra longe e quando eu ia gritar ele me agarrou a força tampando minha boca.

O que eu não esperava é que ele fosse me colocar dentro de um carro e me levar pra longe. Eu não sabia como reagir, como eu disse, era paralisação completa.

Quando chegamos em uma espécie de bar, salão, sei lá o que era aquilo, ele me soltou e ficou me olhando com aquela feição que ele tinha quando queria me dominar, pra me passar medo.

— Você sabe que isso não vai acabar bem pra você, né? — tirei forças pra falar. — Você passou dos limites.

— Engraçado que você veio bem calada, acho que gostou. — ele deu um sorriso de lado e se aproximou.

Eu dei dois passos pra trás.

— Eu tava com nojo de você, isso sim. Não consegui falar de nojo. — disse enojada.

Como um dia eu consegui gostar desse bosta?

— Para de inventar, Alicia. Você sabe que você me ama, tá com esse cara não sei porquê se você sabe que a gente é pra sempre. — ele dizia se aproximando e eu andando pra trás.

O que ele queria? O que ele tinha na cabeça? Óbvio que eu sabia que ele era abusivo, mas isso? Nunca imaginei, o semblante dele era de uma pessoa totalmente desequilibrada.

— A gente nunca vai ficar juntos, Rodrigo. Nunca. — disse dando de costas com a parede de tanto que recuei.

— Como não se a gente já está? — ele colocou a mão na minha bochecha. Quis vomitar.

— Não toca em mim. — mandei. Ele não obedeceu olhando pra mão acariciando meu rosto.

— Eu pedi pro meu primo o antigo bar dele que faliu pra ficarmos a sós. Não tem nada aqui, mas da pra dormirmos hoje e amanhã voltamos pra São Paulo. — ele disse convencido.

Eu não podia viver esse pesadelo. Não podia. Eu só não tinha surtado de desespero e nervosismo pela localização que eu sabia que tinha mandando ao meu namorado, porque se não fosse isso, eu nem sei o que seria de mim.

— Eu não vou a lugar nenhum com você, seu nojento. — disse e cuspi na cara dele.

Ele fez careta com nojo, limpou com a manga do casaco e me olhou com os olhos esbugalhados e nervoso.

— Você vai fazer o que EU mandar! — ele segurou os meus braços me fazendo de refém na parede.

— Me solta, Rodrigo! — gritei. — Me solta.

Ele ria igual um louco completo me vendo sofrer e ansiar por estar livre.

— Solta ela, seu filho da puta! — escutei a voz do Patrick vendo da entrada daquele lugar horrível e suspirei de alívio sentindo o choro vir.

Rodrigo me soltou, Bené correu pra me puxar e os três foram pra cima dele. Não deu nem tempo de gritar, pedir pra não fazer, pedir pra ir embora.

Patrick caiu em cima dele fazendo com que sangue jorrasse da cara do Rodrigo de tanto soco que ele dava, José e Luís tentavam segurar ele, mas ele não parava.

Era uma vez, AliWhere stories live. Discover now