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Peguei um cobertor do meu quarto, puxei o sofá pra se tornar cama e deitamos pra procurar um filme.

— Que noite! — ele disse enquanto procurávamos um filme na netflix.

— Nem fala. — ri. — Quer pedir alguma coisa pra comer? Perdi a energia e tô cheia de fome. — passei a mão na barriga.

— É uma boa. Pizza? — sugeriu.

— Por mim pode ser. — falei.

Ficamos na pizza mesmo, nós comemos no tapete e bebemos corona que ele tinha pedido no zé delivery, colocamos minha vida em marte pra assistir, um filme de comédia.

— Muito bom, eu amo esse cara! — disse assim que o filme acabou sobre o Paulo Gustavo.

— Ele é comédia demais mesmo. — ele riu.

— Hein, deixa eu te falar, vamos amanhã conversar com o Daniel? — perguntei.

— Aí Ali, namoral mesmo? Não sei, que que a gente vai dizer? — ele disse fazendo careta.

— Pedir desculpas? — disse como se fosse óbvio, e era. — É o mínimo que a gente pode fazer.

— Tu acha que a gente foi tão errado assim? — perguntou levantando com a caixa da pizza na mão até a cozinha.

— Cara, sim! — o ajudei colocando os copos na pia. — Que que custa?

— Tá, amanhã a gente vai lá em casa e fala com ele. — ele se deu por vencido e voltou pra sala. — Agora mudando de assunto, tô feliz demais com a parada da academia mano, sei nem explicar.

— E eu? Garantindo meu emprego de volta de verdade, yes! — fiz um gesto de felicidade e ele riu.

Sentamos no sofá. — acho que eu vou até apoiar você e Alana de fazer aquele tal espetáculo, eu danço até com você de tão feliz que eu tô.

— MENTIRA!? — fiquei de joelho no sofá com a mão na boca.

— Não, podem começar a programar, ver com as meninas, enfim.. bora animar mais essa academia. — ele falou sorrindo.

— Mas você sabe que agora você vai mesmo dançar comigo, né? — disse com as mãos na cintura.

— Aí meu Deus pra que que eu fui falar isso? — ele olhou pros céus. — Vai ser ridículo.

— Tô nem aí, agora que você falou vai fazer. — dei de ombros e ele fingiu choro. — Aiii, tô muito feliz! Segunda mesmo vou conversar com a Alana. — bati palminhas.

Voltei a me sentar direito no sofá colocando as pernas em cima dele.

— Ah quase me esqueci, você sabia que o Matheus ia pedir a Duda em casamento? Porque nem eu que sou melhor amiga dele sabia. — falei.

— Sabia bebê, ele pediu se podia, é claro que deixei, né. Fiquei me mordendo pra não te contar, mas não podia estragar o momento do cara. — ele falou.

— Tá certo! — concordei. — Fiquei muito emocionada na hora, eles são muito meu casal, só felicidades.

— Já que a gente tá falando sobre o que deixou a gente feliz esses dias... — ele fez um suspense vindo pra cima de mim. — Que tal eu falar sobre estar feliz pra caralho de você ser minha agora?

Ele começou a fazer cosquinha e eu a gargalhar. Fiquei implorando pra que ele parasse, mas só parou enchendo meu rosto de beijo.

— Chato! — gritei recuperando meu fôlego pela cosquinha e ele voltou pro lugar dele rindo.

— Chato? Me declaro pra você e recebo isso? — ele balançou a cabeça negativamente.

— Eu tô feliz demais com isso também, tanto que eu não consigo tirar esse sorriso do rosto, mas você é um chato porque eu odeio cócegas! — disse enrugando o nariz.

— Parei, parei. — ele levantou as mãos em sinal de rendição e se levantou parando na minha frente. — Afim de recomeçar o que já terminamos?

Franzi a sobrancelha, ele me pegou no colo e me soltou no banheiro. Ele me puxou pela bunda e começou a me beijar.

Depois daí foi só nudez, muito beijo e muito sexo. Acho que uma semana só de beijinhos fez os dois acumular vontade.

Passamos a noite inteira nessa, de deitar e carinho pra putaria, até que adormecemos.

Acordei era cedo ainda num sábado. Deixei o lindo dormindo e fui arrumar a bagunça que a gente tinha feito no dia anterior. Banheiro tava todo patinado, cozinha cheia de pratos, caixa de pizza, copos, sala com o tapete fora do lugar...

Depois que terminei tudo, tomei um banho, coloquei uma roupa fresquinha pro dia, falei com Eduarda que disse que só voltaria no domingo porque faria um jantar com a família dela de noivado e fui acordar Patrick.

— Lindo, lindo... — o balancei. Não mexia um músculo do rosto. — Patrick, acorda!

Nada. Dei uns cheiros nele, uns beijinhos, mas nada também, uma múmia.

— PATRICK! — berrei.

— Meu Deus, pra que isso? — ele acordou no susto.

— Você não acorda nunca. — disse impaciente.

— Poxa, pensei que ia acordar com carinho ou um chá de você sabe o que, mas acordei quase que com porrada. — ele disse sentando na cama e coçando o olho.

— Porrada você toma da vida, comigo é só carinho! — disse sentando na ponta e dando um beijinho na ponta do nariz dele.

— Pesado! — nós rimos.

— Escuta, bora tomar café da manhã na rua e depois vamos pra tua casa, quero pegar o Daniel em casa pra gente conversar com ele. — disse levantando.

— Pegar o Daniel? — ele fingiu ciúme e eu dei uma travesseirada nele. — Tá, vou levantar, mas não vamos arrumar a bagunça que fizemos ontem?

— Já fiz isso, meu querido. — beijei meu ombro.

— Aí aí, tão tá. Deixa só eu lavar minha alma. — ele disse e eu joguei uma toalha pra ele.

Trocamos mais beijos antes de sair de casa e fomos andando até a padaria. Comi pão de queijo com chocolate quente e ele um pão francês com mortadela e café.

Pedimos um uber até a casa dele e eu sentia o nervosismo dele de longe. Patrick só conseguia enganar os amigos dele e a ele mesmo com essa pose de "sou o fodão", eu sabia que ele queria evitar o irmão porque ele também sabia que tinha machucado ele.

— Não sei porque aceitei isso. — ele disse subindo a última remessa de escada.

— Para de drama e vamos logo. — o empurrei e chegamos no andar.

Ele abriu a porta com a chave e pra merda de todos os tempos encontramos Daniel e Vinicius sentados no sofá cheios de droga que eu como uma mera inocente não sabia nem o que era.



Era uma vez, AliDove le storie prendono vita. Scoprilo ora