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Passei o final de semana todo dentro de casa sozinha, com trabalhos e séries. Eduarda e Matheus passaram o final de semana com a família em Búzios e Jade ajeitando as coisas na casa com Phelipe.

Mais uma semana começando, mais um dia de faculdade e mais um dia de trabalho. A aula foi tranquila, não encontrei com ninguém, fui pra casa, pedi quentinha, ajudei Eduarda a desfazer as malas que ela tinha acabado de chegar e depois comecei a me arrumar pro trabalho.

Eu estava bem desanimadinha, mas com fé de que tudo iria ficar tudo bem. Hoje eu ia pra casa do Daniel pra fazer companhia a ele, até comprei sorvete pra levar e nós ficarmos vendo série.

Cheguei na academia, deixei o sorvete na geladeira da cantina pra não derreter e antes de poder subir as escadas pra minha sala de aula dei de cara com quem eu não queria.

— Quero passar, pode me dar licença? — pedi tentando desviar dele.

— Preciso falar com você! — ele disse sério ainda travando a passagem.

— Eu não tenho nada pra falar com você. — forcei mais uma vez minha passagem.

— É sobre trabalho, Alicia. — falou.

— Hum... — parei cruzando os braços pra escutar.

— Preciso de você aqui todos os dias, as turmas estão aumentando. — ele falou.

— Como se você nem sabe se vai conseguir manter a academia? — franzi o cenho.

— Eu vou conseguir sim. — ele disse esperançoso. Dei de ombros. — Pode ser então? Você vem todo dia nesse mesmo horário?

— Que seja! — dei de ombros e passei. — Só pelo dinheiro. — disse subindo as escadas sem nem olhar na cara dele.

Esse gelo que eu estava dando nele não era de propósito, além da raiva, eu também não conseguia mais falar com ele. Se ele apenas tivesse me dito que não queria mais ficar comigo ou qualquer coisa do tipo, mas ele me deixou igual uma idiota correndo atrás dele depois de ter me declarado.

Então pra que fez aquela cena toda me levando pra praia? Por que fez aquela cena de ciúme depois que eu disse que ainda poderíamos ficar com as pessoas? Apenas pra me fazer de idiota.

Dei minha aula tranquila e calma porque não deixaria o nervoso que ele me fazia passar afetar todas as áreas da minha vida, esperei todas as meninas irem embora, deixei minha sala arrumadinha pro dia seguinte e desci.

— Boa noite! — ele gritou do ringue onde tava lutando ou seja lá o que estava fazendo.

Nem respondi, nem olhei pra trás, fui pegar meu sorvete e parti.

Cheguei no apartamento do Daniel, tive que subir uns três lances de escada, bati na porta e ele abriu a porta.

— Ainda bem que veio. — ele disse me cumprimentando com dois beijinhos na bochecha.

— Eu disse que viria. — falei indo até a geladeira guardar o sorvete. — Como você tá?

— Processando ainda. — ele suspirou me puxando pra sala. — Meu pai não para de me ligar e só de eu não atender ele deve tá desesperado.

— Então melhor você atender! — disse.

— Cê acha? — ele disse confuso.

— Sim, e fingir que nada tá acontecendo. Vai que ele se sente ameaçado e faz alguma coisa inesperada. — opinei e nós nos sentamos no sofá.

— Boa! Até que você é espertinha demais da conta. — ele disse tentando me fazer cosquinha.

Comecei a rir, mas logo ele parou.

Era uma vez, AliWhere stories live. Discover now