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Alguns meses se passaram depois da minha viagem inesperada com o Patrick e muita coisa aconteceu. Foram meses bem legais por sinal.

Matheus e Eduarda estavam naquela loucura de organizar casamento, provas de roupa, provas de comidas, escolhas de decoração... Tudo aquilo que um casamento demanda. E ainda tinham de fato conseguido um trabalho foda como auxiliares de uns arquitetos fodas. Ou seja, conciliando muita coisa.

Também entramos em um dilema de como iríamos fazer, afinal, eu moro com Eduarda e eles agora iriam morar juntos. Patrick me perturbou pra morar com ele já que agora não tinha mais Daniel, mas eu achava muito precoce e não queria fazer isso, então Phelipe e Jade me chamaram pra morar com eles e tudo se ajeitou.

E por falar neles, Jade e Phelipe se assumiram como ficantes não sérios e tava indo, indo mesmo. Eu sou suspeita a falar porque amo os dois, pra mim, o casal mais legal do universo. Engraçados, divertidos, idiotas, simplesmente perfeitos.

Phelipe finalmente estava trabalhando como interno em um hospital e Jade conseguiu um trabalho com uma roteirista da globo, além de escrever seus livros, e ela estava super feliz.

Finalmente sobre mim, os meses foram uma loucura sem cabeça, muito estudo por conta do término da faculdade, conciliar com o trabalho onde eu estava montando um espetáculo gigantesco com direito a ensaios longos e demorados com muitas alunas, ou seja.... muita coisa, mas eu amava.

Também cumprindo meu papel como madrinha andei muito pra cima e pra baixo com meu casal de noivos preferidos e únicos. Além de também conciliar tudo isso, com meu namoro e saídas com amigos, mas tudo bem.

Eu e Patrick estávamos ótimos, neguei morar com ele, mas vivia lá, só não queria oficializar mesmo. Mesmo depois de sei lá, quatro meses (?) nós não saímos da fase do fogo e nem deu uma diminuída, estávamos ótimos.

Daniel também estava super feliz em Sampa trabalhando muito com Laura e dando uns pegas também. Diz ele que não é nada sério, mas que tava começando a se apegar de verdade, quem não sabia? Não tínhamos data marcada pra visitar, mas eu queria logo, saudade batia firme do Dan, apesar de tudo tinha um carinho enorme.

Já Vinicius não andava bem por aí, mas pelo menos parou de aparecer por perto da gente. Ele parecia um peso morto na faculdade, andava pelos corredores claramente acabado e drogado, ainda mais com Raissa namorando com uma outra pessoa que eu não conhecia bem.

Nós estávamos no final de novembro e tinha muita coisa pra acontecer. Só hoje tinha minha mudança pra casa do casal porra louca, mudança do Matheus pro meu que não é mais meu apê com Duda e a formatura de todos nós. Seria uma doideira, mas uma doideira divertida.

Fora isso aconteceria durante esses dias casamento, espetáculo e ano novo, tudo isso pra fechar o ano com chave de ouro.

JADE

Hoje seria um dia muito foda nas nossas vidas, onde nos formaríamos e comemoraríamos os maravilhosos anos de faculdade que escolhemos pra levar nossa vida e ainda juntos.

Eu e Alicia formaríamos em artes cênicas, Matheus e Duda em arquitetura e Phelipe em medicina.

Eu e as meninas fizemos nossos vestidos com uma estilista da família da Duda, a Mari, a mulher é conhecida na internet, eu já sabia, e as roupas dela são bem caras, mas rolou um desconto bafo e pra Duda, de graça.

— Seu pai vai? — Phelipe perguntou sentado no sofá calçando o sapato.

— Sim. — fiz careta.

Até tínhamos feito as pazes, mas falar um segredo, eu só aceitei porque eu queria um emprego e ele conhecia pessoas certas. Não é atoa que eu tô trabalhando com uma roteirista foda da globo.

Minha intenção era sair do país e trabalhar com coisa grande, filmes grandes, mas por enquanto estava show. Eu ainda estava escrevendo meu livro sobre minha relação com o Leandro, estava quase acabando e queria muito achar um jeito de publicar e fazer sucesso.

— Até que enfim vou conhecer meus sogros então. — ele disse todo sorridente.

— Não Phelipe, você não vai falar nada comprometedor nem pro meu nem pra minha mãe. — falei séria. — Nenhum dos dois aceitaria a relação que a gente tem.

— Que relação? — ele arqueou a sobrancelhas.

— Ué, você sabe... — disse. — Nós só ficamos e transamos, não é nada sério. Pra eles isso não é normal.

— Hum, entendi. — ele assentiu e se levantou. Ele passou por trás de mim que estava me olhando no espelho enquanto colocava o brinco. — Não queria que fosse assim.

Meu coração acelerou. Acontece que é completamente impossível conviver com uma pessoa que você fica e não gostar dela. Essa convivência mudou extremamente problemas internos que ainda existiam dentro de mim, como o Leandro.

Eu não sentia absolutamente mais nada pelo Leandro. Eu descobri isso há um mês atrás quando ele veio visitar Patrick e nós dois estávamos no apartamento com ele e Alicia fazendo um comes e bebes.

Ele chegou de surpresa, nem eu sabia de nada. E dentro de mim, nada se acendeu. Pelo contrário, eu olhei pro Phelipe, dei um sorriso em gratidão por ele ser incrível e nem quis falar com Leandro, que só me machucou e que agora, graças a Deus, eu tô livre de sentimentos.

Já Livia, finalmente em uma das resenhas na academia, eu me acertei. Disse tudo que aconteceu, que não tinha nada a ver com ela e ela super entendeu, já estava até ficando com outra menina. Então tudo se resolveu.

— Queria que fosse como? Você mesmo disse uma vez que não gosta de rótulos. — encaixei o segundo brinco e me virei pra ele atrás de mim.

— Mas deixa eu te rotular como minha só essa noite? Pros seus pais, pros meus, quer dizer pra minha. — ele riu.

— O que você quer é brincar com os meu sentimentos, é isso? — questionei. Por dentro eu estava abaladíssima.

— Claro que não Jade, eu nunca faria isso com você. — ele se afastou bolado. — É que pra mim isso algum dia vai chegar em algum lugar, então que que custa começar a apresentar agora?

— Hum. — resmunguei.

— E outra, que sentimentos? Você é uma coração de pedra. — ele cruzou os braços.

— Você que pensa. — dei de ombros e voltei a me olhar no espelho.

De fato ele nunca me magoou e nem fez algo parecido com isso, mas eu tava me magoando sozinha só de gostar dele. E não ser recíproco.

Nós estávamos ficando, ficando, ficando e cada vez mais eu ia sofrendo, sofrendo, sofrendo por saber que talvez iríamos ficar só naquilo e eu estava ali por nada. Eu não vou dizer que tô sofrendo, porque não tô, eu tô feliz, mas existe sim medo.

— Você tá linda demais! — ele colou atrás de mim, afastou meu cabelo e beijou minha nuca.

— Obrigada. — sussurrei olhando pra ele através do espelho.

— Quem vai tirar minha foto? — Alicia apareceu.

Phelipe deu um tapinha na minha bunda e se afastou.

Ela tinha se mudado pra nossa casa hoje, o quarto dela tinha ficado uma gracinha do jeitinho que ela montou, com os quadros de alegria e até umas almofadas fofas, a cara da Alicia.

— Eu tiro se você tirar minha, amiga. — falei.

— É claro! — ela falou e eu assenti pegando meu telefone. Ela só tirava com o meu porque alegava "iphone é melhor".

Me sentei no sofá porque queria uma foto diferente, sentada e ela se posicionou na minha frente. Phelipe ficou só olhando.

— Maluco, vou te contar, eu e Patrick estamos com muita sorte, queria falar nada não. — ele disse vendo a gente tirar fotos.

— Também não queria não, mas você tá muito certo. — Alicia retrucou e nós rimos.

Era uma vez, AliWhere stories live. Discover now