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Ela não parava de chorar enquanto eu continuava ajoelhada na frente dela, tenso pra desgraça, ainda mais com aquele silêncio e uma proposta no ar.

Ela se ajoelhou na minha frente e me abraçou, com uma força fora do normal, que nem eu sabia que ela tinha. Meus olhos se encheram de lágrimas, eu não sabia exatamente o que aquele abraço significava, mas ousei imaginar que era um sim.

— Responde, Eduarda. Eu tô nervosa! — Alicia disse ansiosa na mesa.

Ela riu em meio ao choro e se afastou de mim limpando suas lágrimas.

— É claro que eu aceito, meu amor! — ela disse rindo. — Eu te amo.

Todo mundo começou a gritar (menos José que era nítido a cara de desconforto) e nós nos levantamos abraçados. Coloquei a aliança de noivado no dedo dela e ela me beijou.

— Deixa só Bruno saber disso! — Sarah brincou vindo abraçar nós dois.

— Deixa só Bruno saber disso... — Patrick imitou com voz afetada.

— Seu chato, para de ser implicante. — Duda deu um tapinha no ombro dele que veio nos abraçar.

— Já estou até acostumada. — Sarah deu de ombros e nós rimos. — Bom, quero aproveitar que estamos nessa onda de boas notícias e quero dar mais uma.

— Aí meu pai. — olhamos pra ela curiosos.

— Tô grávida! — ela disse de uma vez e instantaneamente Alicia e Duda correram pra abraçar ela que caiu na risada.

— Acho que Patrick não gostou muito disso não. — Luís riu e apontou com a cabeça pra ele que estava atônito.

— Não sei por quê, eu já tenho uma filha dele. — ela fez bico. Abracei ela de lado parabenizando.

— Não é isso, tô feliz por você, só fiquei surpreso. — ele explicou.

— Vou ser titia mais uma vez, ê ê — Duda comemorou. — E noiva! — levantou o anel no ar.

— Só felicidade. — Laura riu.

— Ué, ninguém me convidou pra festa? — uma voz veio da porta da academia.

Todos nos viramos e era Daniel com uma garrafa de vodca na mão vindo na nossa direção. Patrick olhou sem entender pra nós.

— Ele precisava assinar, né. — Laura deu de ombros sinalizando que foi ela que chamou.

— Claro, eu não precisava te convidar né Daniel, você é dono disso aqui também. — Patrick disfarçou.

— Uhum. — Daniel revirou os olhos e veio até a mesa.

Ele tava com um mau cheiro do caralho de bebida e maconha, olheiras fundas, mal mesmo.

Todo mundo mudou de rindo e comemorando pra em completo silêncio sem saber o que falar, afinal, quem não sabia o que rolou entre os três?

— Podem continuar a festa, meu povo. Eu vou participar também. — ele disse com um sorriso desastrado no rosto.

— É, é, vem assinar aqui Daniel e bota música aí alguém. — Laura falou e Phelipe correu pra ligar o som.

PATRICK

Quando resolvi fazer essa comemoração na academia, não pensei em chamar o Daniel porque o clima ia ficar pesado. E foi bem o que aconteceu assim que ele chegou.

Não culpava Laura de ter comentado com ele, afinal, como ela iria saber? Mas fui pego totalmente na surpresa, a minha sorte era que Alicia daquele jeitinho dela me fez parar de noiar com ele ali.

O pessoal começou a encher a cara, também tinha comprado alguns salgados que estavam na mesa pra galera encher o bucho. Daniel não parava de beber, beber e beber.

— Caramba menina, mas e aí? Sophia já sabe? — Alicia perguntou pra Sarah que tava sentada com a gente.

— Claro que não, senão ela teria me contado. — eu disse ciumento.

— Afff, sabe não Ali. Eu e Bruno vamos fazer uma surpresinha pra ela, eu tô super feliz sabe? Tô grávida junto com uma grande amiga minha, a Malu. — ela disse sorridente.

— Aquela gata? — perguntei e Alicia me deu um tapinha. Mandei um beijo pra ela.

Era engraçado porque eu nunca tive nada sólido com ninguém, não estávamos namorando oficialmente, mas ainda sim era muito mais além do que eu já havia tido na vida inteira.

E eu estava gostando, pra caralho. Me sentia tão bem com a mina que a minha vontade era de morar com ela, a energia dela é pra lá de boa e se não fosse agora esse problema do Daniel rodeando tudo estaria as mil maravilhas.

— É a Malu sim, ela já tem uma filha e agora tá grávida de novo. — ela explicou e eu assenti.

— Aí, eu quero ter filhos, muita criança correndo pela casa. — Alicia disse imaginando.

— Tua sorte é que o que o Patrick tem de rabugento ele tem de amoroso com filhos. — ela disse.

— Vamos com calma! — pedi e elas riram.

A intenção de ter colocado um mesão pra todo mundo ficar junto deu merda com a chegada de Daniel, cada um tava em um canto.

Livia, José, Luís, a namorada e Bené estavam comendo e bebendo na ponta da mesa. Jade, Phelipe, Eduarda e Matheus estavam dançando perto do som, nós três ainda sentados e Laura perto do Daniel.

— Porra, vem pra cá vocês! — Jade chamou a gente.

— Vão lá, acho que vou ficar um pouco com a Laura e o Daniel. — Sarah falou e a gente assentiu.

Eu e Alicia estávamos evitando até de nos tocar com Daniel por perto, era difícil, eu sei que fui escroto com ele, mas eu também não gostava de magoar ele desse jeito.

O pessoalzinho da Alicia era bem animado, então ficaram tentando fazer a gente dançar, cantando e eu tava rindo a beça.

— Matheus e Eduarda noivos, Alicia e Patrick nesse romance, acho que eu e você ficamos pra titia, viu? — Jade disse falando pro Phelipe.

— E a Livia? — perguntei.

— Ah, depois eu vou lá ficar um pouco com ela, mas já esfriou já. — ela disse.

— Ela tá de palhaçada Patrick, só tá sozinha porque quer, porque eu tô facinho pra ela. — Phelipe disse cutucando ela.

Eu ri.

— É cu doce essa porra. — Eduarda falou bufando.

— Cu doce nada, nós somos amigos. — Jade disse emburrada.

— Cu doce! — Matheus e Alicia falaram juntos.

— Até você, Ali?

— Po amiga, se você dissesse que simplesmente não quer, mas nós somos amigos? Faça-me o favor! — ela revirou os olhos.

— Ah é? Você já quis ficar com o Matheus? — ela cruzou os braços.

— Tira meu namorado fora disso. — Eduarda falou rindo. — Noivo. — se corrigiu.

— E é bem diferente, tá? Eu e Matheus nos conhecemos desde novinhos, quase irmãos. — Alicia se defendeu.

— Aí vocês perdem muito tempo, se ela quer dar esse mole deixa ela, o importante é que eu tô bem. — falei puxando a Alicia pela cintura e dando um beijo na bochecha dela.

— Ahhhh, demorou hein! — Daniel gritou do outro lado do ambiente.

Sabia que vinha merda com ele bêbado desse jeito. Nos entreolhamos e eu respirei fundo.

Era uma vez, AliWhere stories live. Discover now