Capítulo 03 - Egocentrismo

2.4K 308 225
                                    

Lutessa Lena Luthor  |  Point of View

— Entra no carro.

— Eu cobro…

— Não quero saber, só entra no carro. – Ela entrou e ficou em silencio o caminho todo até o hotel. — Você devia ser mais receptiva para esse tipo de profissão.

— Não importa muito, se estou dando risada ou triste vai ser a mesma coisa. – Ela olhou o hotel. — Nossa, vamos ficar aqui?

— Sim, eu contratei uma dessas prostitutas de luxo, mas ela é meio sentimental e orgulhosa. – Desci do carro e esperei ela descer, entregando a chave para o rapaz. Coloquei meu casaco sobre os ombros dela. — Não acha injusto? Ela só coloca um “luxo” no nome e ganha o triplo que você.

— Sei lá… Algumas não precisam ir para esses lixos de ruas. É muito mais seguro pegar as luxuosas para algumas pessoas, mas nos protegemos da mesma forma. A não ser que o cara bata em você e obrigue a fazer o que ele quer. – Lembrei dos roxos no corpo de Marie.

Eu sou uma filha da puta mesmo. – Abri a porta do quarto. Não filtro muito o que falo.

— Pode tomar um banho… Na banheira ou onde você quiser. – Abri minha camisa e dei para ela. Pode vestir isso. – Ela assentiu e foi para o banheiro.

Realmente só a chamei porque ela estava triste… Ela vai ganhar uma noite de descanso. Sei lá porque eu estou fazendo isso, só não quero ficar sozinha e não quero transar também… Só se a Marie voltar… Ela podia ter me aguentado mais um pouco. Eu fodo bem pra caramba. – A garota saiu do banho e estava com a cara melhor.

— Você quer comer alguma coisa? – Ela assentiu. — Pede no serviço de quarto. – Ela caminhou até o telefone e eu deixei meu celular privado para ligar para Marie. Chamou umas cinco vezes e ela atendeu.

— Alô, Marie falando. – A voz dela estava diferente. Eu chamei a moça e entreguei o celular para ela, escrevendo em um papel que era para ela contratar a Marie.

— Alô?

— Oi... Eu gostaria de contratar você. – Marie ficou em silencio por um tempo.

— Desculpe, eu pensei que conseguiria, mas não vou atender hoje. – Ela fungou e eu de alguma forma, me senti muito mal.

— Tudo bem, boa noite.

— Boa noite. – Ela me entregou o celular.

— Nossa! Você deve ter pegado pesado com ela.

— Isso não interessa a você. – Ela ergueu as mãos e sentou no sofá. — Só me conte sua historinha triste de ser prostituta porque seu pai morreu, pois não quero me sentir sozinha. – Ela ficou triste de novo.

— Foi exatamente por isso.

— Sempre é. – Eu disse me servindo de mais whisky. — Tem que sustentar a mãe e os irmãos? – Ela assentiu. — E talvez um filho que teve por acidente na adolescência?

— É sim, ele tem seis anos. Você é rica, porque contrata prostitutas?

— Meu casamento é um fracasso. Eu sou viciada em sexo… E não consigo me sentir sozinha. Eu não tenho um tostão furado meu no meu bolso. É tudo da minha esposa.

— E você diz o quê, quando pede dinheiro?

— Digo que vou comer prostitutas. Ela não liga, ela fica com um monte de gente também.

— Que estranho, se vocês duas gostam tanto assim de sexo… Porque não tentam?

— Não combinamos em nada, nada mesmo. – O serviço de quarto chegou e ela puxou o carrinho para dentro do quarto.

TRAP - Adaptação KarlenaWhere stories live. Discover now