Capítulo 80 - Respeito

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Lutessa Lena Luthor | Point of View

Estou na minha sala com Barry, jogando mini golfe para ser mais especifica.

— Como está a Carol? – Perguntei enquanto via a bola deslizando até o buraco.

— Me enlouquecendo... Amiguinhas... Segredinhos com porta do quarto trancada. Estou envelhecendo dois anos por dia.

— Parece a Kara com o Lu. Ela está ficando psicótica, está perto dela colocar uma escuta no celular do garoto.

— E você? Machista Mor...

— Não sou machista, mas ele é um garoto ainda, precisa curtir antes que as responsabilidades de verdade cheguem. E ele não é uma versão minha de escrotice, ele tem uma namoradinha e eles dão uns amassos. A Kara que é protetora demais.

— Estou torcendo tanto para você ter logo uma menina.

— Porque?

— Quem vai colocar as escutas é você.

— Que bobagem.

— Guarde essas palavras, gafanhota.

Neguei e continuamos o jogo, paramos só quando Carol ligou para Barry buscar ela na escola. Fiquei ali... Analisando uns papéis, mas só para passar o tempo mesmo, pois Lukas está no treino e Kara na galeria.

— Acho que vou comprar alguma coisa inútil... Ah! Katie vai querer gastar meu dinheiro e eu preciso de companhia mesmo.

Mandei mensagem e um sim com vários i's e em letras maiúsculas foi minha resposta. Peguei as chaves do carro, conferi todas as salas, conversei um pouco com cada funcionário e cheguei ao meu carro após ver que estava tudo certo.

[•••]

Acho que era a vigésima loja que Katie me carregava, estou carregando várias sacolas e ela me contando sobre alguma garota idiota que a está irritando muito ultimamente.

— Porque você não a ignora?

— Como? Se a Alex e o Dylan adoram ela. Ou eu ando com ela ou ando sem eles.

— Você está com ciúmes deles? – Ela ficou vermelha.

— Claro que não. Porque teria?

— Porque os dois são apaixonados por você, mas você não se decidiu, mesmo dando uma chance aos dois e agora você não é mais a única na jogada.

— Me poupe, Tess. Você não sabe do que está falando.

— Porque terminou com a Alex?

— Eu disse para ela não te pedir nada, eu acho que sou muito mais um prêmio para aqueles dois do que outra coisa.

— Então, aproveite que essa garota chata está no páreo e veja quem ainda se importa com você. Se os dois te deixarem de lado, que se danem, não merecem você.

— Talvez você esteja certa. – Ela me abraçou.

— Sem choradeira, escolhe logo esse vestido e vamos comer alguma coisa.

— Porque a mamãe não é como você? – Eu senti um arrepio na minha coluna. Faz algum tempo que não vejo minha mãe... Eu nem sei se posso a chamar de mãe. Katie me contou que Lukas sempre vai visitar ela, espero que ela não decepcione meu filho, pois aí o caldo vai entornar. — Para ela liberar minha mesada é uma briga.

— Vamos logo, garota.

Eu disse e ela começou a escolher. Sentei um pouco e conferi minhas mensagens.

[•••]


Quando cheguei, Kara estava sentada na varanda e não estava feliz como de costume. Deixei meu carro na garagem e a fechei.

— Oi, amor. – Eu disse e beijei a testa dela.

— Estava aonde?

— Levei Katie para umas comprinhas. – Disse e sorri. Ela me analisou...

— Katie... – Arqueei uma sobrancelha.

— Sim.

— Meu pequeno está trancado em um quarto com aquela “mini putinha” e você está fazendo comprinhas com a Katie? – Ela disse apertando seu indicador contra meu peito. — É sério?

— Aã... Uh... Eu não sei qual é a resposta certa agora...

— Não tem resposta, Lena. Tira aquela garota do quarto do nosso filho agora. – Ela disse e eu caminhei até a porta. — E rápido, Lena. – Eu corri, pois o tom de Kara não estava calmo como de costume.

Bati na porta do quarto e tentei entrar, mas estava trancada.

— Abre a porta, Lukas!

— Mamãe...

— Agora! – Eu disse e ouvi movimentações, logo ele abriu, mas fora a ereção dele, tudo parecia normal. — Cadê a garota?

— Está lavando o rosto.

— Escuta aqui, meu filho. Já conversamos sobre se trancar aqui com essa garota, é ótimo namorar, mas faz isso da forma certa. Não quando sua mãe está sozinha em casa, isso é falta de educação e de respeito.

— Mas mãe...

— Se forem ficar aqui, deixa a porta aberta, mas o melhor é sentar com Kara, falar sobre o seu dia e fazer com que as duas interajam. Kara não vai aceitar esse namoro se você não usar a cabeça de cima para integrar essa garota na nossa família da forma correta. Vocês namoram, não?

— Sim.

— Sabe que não sou chata e que sou sua melhor amiga, mas se quer algo sério com essa garota, a encaixe. Se não quer... Não trás ela aqui para as úlceras da sua mãe estourarem. E se achar que é a hora de colocar tudo isso para fora. – Falei apontando para a ereção dele. — Me avise que daremos um jeito, eu compro um apartamento pra você fazer isso e
contaremos para sua mãe quando você estiver casado e não morando mais aqui. – Ele sorriu. — Se for só sexo, não se prenda a ninguém ainda.

— Não, mamãe. Eu gosto muito dela.

— Então aja como alguém que gosta. – Dei um soquinho de leve no ombro dela.

— Desculpe, mãe.

— Nós amamos você demais, Lu. Sua mãe e eu passamos por muita coisa para chegarmos aqui, ela exagera, mas é por te amar demais e ter medo de que algo aconteça.

— Eu sei, mãe. Eu entendo. – Ele foi me abraçar...

— Nem pensar em me tocar com esse negócio assim. – Ele gargalhou. — Sua garota morreu no banheiro?

— Ela deve estar esperando a conversa acabar.

— Espero vocês na sala. Vamos pedir um tailandês?

— Perfeito.

Deixei a porta aberta e fui ver Kara que continuava na varanda. Braços cruzados e pensativa. A abracei de lado ao sentar perto dela.

— Pronto, amor. Eles estão descendo, vamos pedir comida e conversar um pouco com eles.

— Você disse que é uma...

— É uma falta de respeito com você, Kah. Disse tudo, fique tranquila, ele entendeu.

Ela assentiu e me abraçou. Ficamos assim até o entregador chegar, o que me fez pensar que demoramos demais e eles tomaram a iniciativa para não ficarmos sem jantar.

TRAP - Adaptação KarlenaWhere stories live. Discover now