Capítulo 33 - Melhorando

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Lutessa Lena Luthor | Point of View



Depois de algumas semanas, Kara parecia melhor, falava muito sobre a faculdade e não chorava quando íamos ao parque. O psicólogo Victor era uma figura caricata, era bem extrovertido e depois dos nossos longos desabafos, deixava o clima mais leve com o bom humor dele.

Eu estou melhor, Kara tem cuidado muito bem de mim e ser mimada deste jeito é uma coisa estranhamente nova pra mim. Mas é muito bom, às vezes eu faço até biquinho só pra ganhar um monte de beijos, não me levem a mal, mas ter a oportunidade de ser mimada, por Kara Danvers, e não se aproveitar disso é loucura.

Agora... Ela está fazendo um trabalho na faculdade e eu estou almoçando com Barry. O psicólogo disse que foi ele que me salvou, depois disso eu não desgrudo dele, faço todo e qualquer favor, pois eu estou em dívida com ele... Eu acho.

- Então... Eu quero tentar com a Caitlin pela última vez.

- Tentar o que?

- Eu comprei umas passagens para o Caribe, acho que duas semanas no paraíso me fariam esquecer tudo e focar só em nós.

- E sua filha?

- Vai ficar com a minha mãe.

- Espero que funcione.

- Eu também.

- É melhor mesmo você tentar, pois depois não terá aquela culpa de não ter se esforçado.

- É isso que penso. Vou tentar até o último minuto.

- Tem conversado com Diana? - Ele ficou pensativo.

- Não... Mas a vejo o tempo todo. Ela está me dando o maior gelo porque descobriu que sou casado.

- Assim é melhor... Sem interferências.

- É mesmo. E Kara? Como estão as coisas?

- Ótimas, ela está fazendo um trabalho pra faculdade. Sabe... Ela ficou muito tempo afastada e está recuperando o atraso.

- Vocês já... - Ele fez um gesto estranho com as mãos.

- Não... Eu não sei se estamos prontas, se eu que tenho um pau, estou com dúvidas, imagina ela.

- É uma teoria boa. Vocês passaram por uma barra, é natural não ter acontecido. Não fique com essa carinha.

- Está tudo bem, Kara me mima muito...

- Tem medo que tenham se tornado só amigas? - Eu olhei indignada para ele.

- Eu acho que você veio com meu manual.

- O trauma das duas foi real, Lê. Eu acho natural esse tempo. Não surte com isso.

- É que minha vida é tão ferrada que fico esperando o pior sempre.

- Eu entendo isso, mas... Vamos analisar o seguinte. Você passou por um monte de merda e agora as coisas estão melhorando... Agora é seu momento.

- Você acha?

- Claro... Não fique com culpa por se sentir bem. Está passando... Compre flores, leve ela para jantar, diga que ela é a mulher mais linda do restaurante. Se quiser ser tratada como namorada, haja como namorada.

- Cara... Você é muito melhor que nosso psicólogo.

- Não sou. É que... Você está com a pessoa que ama, mas não está aproveitando direito por estar presa a uma situação que já foi. Bola pra frente. Acho que seu luto pode ser eterno em seu coração, mas você tem que reagir um pouco. Sei que não é fácil perder um anjinho, mas aposto que ele está torcendo pra vocês duas se acertarem lá de cima. - Eu o encarei por longos segundos.

- Posso contar uma coisa?

- Claro.

- Nunca ninguém se refere a ele. Kara comentou isso comigo ontem, agem como se ele não tivesse existido para nos sentirmos melhor.

- Desculpe, fiz mal?

- Não, foi a coisa mais linda que já me falaram nesse temporal. - Eu levantei e o puxei para um abraço.

- Lê... Eu gosto de ser abraçado por você. Eu lembro como você ficou arisca na primeira vez que te abracei.

- Eu não sou muito boa com isso.

- Não era... Agora você não nota?

- O que?

- Você abraça várias pessoas. Dá bom dia, se despede, pede desculpas e até fala umas piadinhas. Eu não sei como você era antes, mas ficou muito mais amável nesse tempo.

- Sei lá... Eu sinto que somos uma família naquela empresa... E digamos que eu nunca tive uma família... Só Kara... Agora os pais de Kara...

- E sua mãe?

- Eu falo com ela quando busco Katie para um passeio. Mas ela não me admira como antigamente, eu era uma heroína e agora perdi o posto.

- Crianças... São volúveis mesmo. Minha filha me idolatrava, mas agora fica só de segredinhos com a mãe dela. Eu não ligo muito. Mas sua irmã não te trata mal?

- Não... Só parecemos estranhas, acho que ela cresceu demais. Ela não me esperou sair do furacão, talvez pense que eu a abandonei, pois pergunta de Kara em um tom sarcástico. Ela nem sonha o que eu passei. Ela fica falando que eu não me despedi do papai e ela estava sozinha lá...

- Talvez ela tenha precisado de você naquele dia.

- Talvez... Mas eu não teria esse sangue frio. E não me arrependo disso.

- Não estou dizendo que você está errada, mas esse deve ser o motivo do afastamento de vocês. Você devia contar sobre o seu filho... Que você o perdeu e tals. Talvez ela te entenda.

- Melhor não... Vou esperar ela crescer mais... Ter mais consciência das coisas.

- Você está certa.

- Melhor irmos, não quero ser demitida.

- Você está com o filho do homem... Não se preocupe.

- Me preocupo sim, é um ótimo emprego, não posso negligenciar.

- Meu pai ama você, pare com essas paranóias.

Depois o arrastei para a empresa e ganhei do pai dele mais um bônus por causa disso.

Depois do trabalho, pequei Katie e fui para uma sorveteria, mas a nossa relação estava na mesma, ela estava crescendo e eu não a via como uma adolescente, mas ela se via assim e ficava incomodada com qualquer demonstração de afeto que eu lançava a ela.

Depois de muito tentar, a convidei para ir embora e ela rapidamente caminhou até meu carro. Estacionei na frente da mansão de minha mãe e Katie soltou-se do cinto de segurança.

- Katie... - Ela me olhou. - Eu acho que não estamos mais em sintonia. Você se sente incomodada de ficar esse tempo comigo?

- Um pouco, prefiro ficar aqui... Eu tenho muitos amigos e agora eles estão em uma festa irada na casa da Isa, mas a mamãe me obrigou a aceitar ir com você.

- Você devia ter me contado. Eu não quero atrapalhar sua vida... Era só ter me dito.

- Agora já foi, até qualquer hora.

Ela disse e saiu do carro, batendo a porta e mexendo no celular, o que ela fez em 90% do nosso tempo juntas.

Katherine Lilli Luthor

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Katherine Lilli Luthor

TRAP - Adaptação KarlenaDove le storie prendono vita. Scoprilo ora