Capítulo 25 - Compensação

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Lutessa Lena Luthor  |  Point of View


Estava observando Kara dormir... Havíamos voltado para casa há duas semanas. Eu estou ficando aqui com ela todos os dias.

Ela abriu os olhos e franziu o cenho por conta da claridade. Arrastou-se na cama até me abraçar.

— Bom dia, Kah. Como passou a noite?

— Eu continuo sonhando com o Luan, amor. Tem que ser ele... Ele é tão parecido com você. – Eu beijei a testa dela.

— Quando pensamos muito em uma pessoa antes de dormir, sonhamos com ela.

— Eu sinto vontade de chorar, Lee... Parece que não vai sarar nunca.

— Eu sei como é, amor, ele era meu pequeno também. Só temos que nos acostumar com a ausência dele agora.

Ela começou a chorar e eu me segurei, pois ela precisa de mim forte agora.

[•••]

— Bom... Kara. Seu ferimento está muito bem cicatrizado, então vou liberar você por completo.

— Obrigada, Doutor.

— Mas eu tenho um adendo... Vocês duas passaram por um estresse muito grande e por uma perda... Isso afeta muito uma pessoa. Eu sugiro que procurem um psicólogo. As duas fazerem seria mais aconselhável.

— Vamos conversar a respeito, Doutor.

Nos despedimos dele e logo estávamos em casa.

— Acha que deveríamos procurar um psicólogo? – Ela me perguntou e sentou no meu colo, abraçando meu pescoço.

— Você gostaria? Eu acho que mal não faria, caso você se sentisse a vontade. – Ela beijou minha bochecha.

— Sabe que teremos que contar sobre tudo... Toda nossa vida.

— Eu não vejo problemas... Só se você não se sentir a vontade. – Ela repousou a cabeça no meu ombro.

— Vou pensar.

— E amor... Eu acho que você deveria voltar a estudar... Sabe? Ocupar a cabeça um pouco.

— Eu tenho medo... De ficar longe de você. – Ela me apertou mais.

— Tudo bem... Vamos esperar uns dias, mas você recebeu uma intimação. – Ela pegou a carta. — Tem que comparecer lá amanhã.

— Espero que eles não me obriguem a voltar.

— Se obrigarem, eu acompanho suas aulas uns dias, até você se sentir a vontade com isso.

— Deus... Lena você não existe.

— Existo sim. – Eu beijei a testa dela.

Ficamos ali, até Kara pegar no sono. Os antibióticos a deixavam sonolenta. A levei no colo até a cama e depois me atirei na poltrona ao lado, pois eu sou fraquinha pra fazer essas coisas, mas ela merece todos os cuidados.

[•••]

Kara apertava minha mão e se mexia inquieta na sala de espera da reitoria.

— Calma, amor. Eles não vão forçar você a nada. Você que paga... Você faz como você quer.

— Não posso perder minha vaga... Foi difícil conseguir isso.

— Eles vão ser muito filhos da puta se fizerem isso depois do que você passou.

— Eu não sei...

TRAP - Adaptação KarlenaWhere stories live. Discover now