Capítulo 72 - Nervosismo

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Lutessa Lena Luthor  |  Point of View


Eu estava na sala de reuniões, mãos geladas, suando e inquietas. Todos tentavam adivinhar o porquê da reunião relâmpago, mas eu não podia falar “É porque serei a nova chefe de vocês” seria no mínimo estranho e muito arrogante.

— Boa tarde, pessoal. – Henry disse e se colocou a cabeceira da mesa enorme. – Desculpe atrapalhar o trabalho de vocês essa tarde, com as coisas caóticas do jeito que estão, mas eu quero anunciar minha aposentadoria. – Um murmurinho se instaurou na sala. — Calma, pessoal, não é como se fosse grande novidade, eu estou cansado.

— Você é um excelente profissional, Sr. Allen. Está longe da velhice, porque fazer isso? – O grande bajulador de Henry falou e tive que limpar minhas mãos na calça novamente, nunca suei tanto na minha vida.

— Sou um profissional conservador, preciso de alguém com sangue novo correndo nas veias, com um gás a mais e principalmente, com motivos para fazer o melhor. E eu encontrei essa pessoa. – Obviamente todos olharam para Bartholomew, que nem estava conosco, estava mexendo no celular, Caitlin e ele estão aproveitando tudo que não puderam nos anos que estavam casados, imaginando serem melhores amigos e só, agora ficam só se comunicando e mandando fotos sensuais um para o outro... Bem adolescentes.

Barry me olhou e piscou, mostrando a tela com um vídeo dela filmando do pé e quando foi filmar a intimidade ele pausou, colocando celular no bolso. Neguei, mas não conseguiu parar de imaginar o anúncio surpreendente de Henry, surpreendente para os outros, pois está mais para um ataque cardíaco para mim.

— Eu demorei muito, mas achei alguém que fez o perfil da empresa melhorar, vocês precisam analisar a diferença de quando ela entrou aqui e como estamos entre as maiores potências desta cidade... Éramos ótimos, mas agora somos excelentes e por causa dela. – Ele fez um gesto para mim. — Quero uma ovação exagerada para receber Lena Luthor como a nova presidente da multinacional Allen. – Fora Barry que fez aquela festa exagerada, os outros se entreolhavam e batiam palmas devagar, como se a ficha não tivesse caído.

— Obrigado. – Eu disse e fiquei ao lado de Henry.

— O senhor não acha precipitado, Sr. Allen? – Gustavo perguntou, ele estava vermelho, acho que todo o empenho dele em bajular o chefe não deu muito certo.

— Lena está preparada, coloquei ela a prova várias vezes no dia-a-dia e ela se saiu muito bem. Não acho que minhas decisões devem ser questionadas, pois nunca colocaria meu próprio patrimônio em risco. Confio cegamente em Lena ela é uma filha para mim e eu não escondo isso de ninguém. Ela vai se virar muito bem. – Ele me abraçou.

— Não pensei que fosse tão rápido. – Sussurrei no ouvido dele.

— Não vou te dar oportunidade de voltar atrás. – Ele sussurrou novamente.

— Obrigado. – Eu disse e voltei minha atenção a todos. — Espero atender as expectativas boas que colocarem em mim. Mas não sou de discursos, só tenho que agradecer a vocês, pois não teria conseguido nada sem a equipe competente desta empresa.

Desta vez as palmas foram mais calorosas, mas contei com vários olhares de indignação.

Após a reunião, Henry começou a empacotar as coisas dele e Barry me ajudou a levar as minhas para a sala da presidência que era quase uma casa.

— Amanhã você termina, minha filha. Vai para casa e conte a novidade para Kara.

— Não precisa...

— Vai logo... Nós vamos jantar lá para comemorar, mas não se preocupe que Nora da contratou um bufê.

— Não precisa mesmo.

TRAP - Adaptação KarlenaWhere stories live. Discover now