Capítulo 77 - Estranha...

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Lutessa Lena Luthor  |  Point of View

Após uns dias de experiência, obviamente, Jeremiah se empenhou muito e Barry concordou comigo que precisávamos contratar ele em definitivo. Ele dividiria sala com Gustavo e isso não era agradável. Peguei o telefone e liguei para minha secretária, pedi para que ela chamasse Jeremiah na minha sala.

Depois de uns minutos ele entrou.

— Oi Lee. Opa... Tenho que ser formal.

— Não precisa.

— Acho que não vão gostar de mim por ser seu sogro, imagine se eu chego cheio de intimidade.

— Não se preocupe com isso, mas... Eu quero te alertar sobre seu colega de sala. Ele me detesta e provavelmente vai se sentir ameaçado por você. Eu estou providenciando uma sala só para você... A minha antiga sala, mas ela precisa de
umas reformas antes. Qualquer problema com ele me conte na hora. Gustavo não é confiável. Ele volta na segunda e espero que nem convivam muito.

— Porque não despede ele?

— Ele tem uma família, e só eu sei o quanto é desesperador não ter como sustentar as pessoas que amamos. Não desejo isso para ninguém.

— Muito nobre de sua parte. Eu tinha receio de você como nora e sempre deixei muito claro, mas fico feliz por estar completamente errado. Não é pelo emprego, Lena. Tenho te observado há tempos, além de demonstrar um amor incondicional a Kara, você é uma mãe incrível e consegue ser uma profissional exemplar.

— Obrigado, Jerry. Eu já fui muito idiota e não ligava muito para família e aprovações, mas percebi que quando tudo está nos conformes é bem melhor.

— Você está muito diferente. Acho que sua eu de hoje espancaria a do passado. – Eu gargalhei.

— Não. A eu do passado foi a razão de encontrar a Kara. Mas eu ando meio angustiada ultimamente.

— Com o que? – Percebi que estava se tornando íntima demais a nossa conversa.

— Nada. É bobagem. Deve ser falta do príncipe.

— É difícil mesmo, ele é tão novinho, mas é para construir o futuro para ele.

— Claro.

— Bom. Eu vou trabalhar, antes que digam que estou me aproveitando. – Ele disse e eu iria rebater, mas não gosto mesmo de conversar durante o trabalho.

[•••]

No horário do almoço, Barry apareceu com hambúrguer, batata frita e refrigerante.

— Sério B. Estamos velhos para ingerir tanta gordura.

— Eu sou o único que se preocupa com alimentação aqui.

— O único que quer nos deixar obesos. Eu já estou com uma barriguinha e seu rosto está redondo.

— Gafanhota, come e para de falar.

— Só hoje.

— Você disse isso ontem.

— Meu... – Eu disse mordendo o hambúrguer. — Eu estou com aquela sensação chata.

— Ainda? – Assenti. — Brigou com a Kah? – Neguei. — O nosso príncipe está bem? – Assenti. — Está sem sexo? – Neguei. — Não sei o que pode ser. Pressão aqui não é, estamos meses adiantados.

— Não faço idéia do que possa ser. Está tudo tão bem...

— E sua irmã?

— Ela está bem, demorou a se decidir entre os gêmeos, mas a Alex veio aqui na empresa me pedir permissão. Já ganhou média comigo, decidida, não teve medo e isso mostrou que ela está a levando a sério.

— Ótimo. Então... Não entendo. E a mulher que te registrou?

— Não sinto nada em relação a ela. Sou completamente indiferente. Ela foi lá na nossa casa, Kara deixou ela ver o Lukas. Disse que ela chorou e que se arrepende. Ainda bem que eu não estava, eu nem teria deixado ela encostar no meu filho.

— Você está mais que certa. Ela não tem direito.

Continuamos conversando até terminar o lanche.

[•••]

Havia feito amor com Kara e ela estava dormindo. Eu fui até a cozinha e peguei um copo com água. Na verdade foram alguns copos esvaziados.

Observei Lukas dormir e voltei para cama. Me virei, me virei, me virei, mas o sono não vinha.

— Meu deus, Lee. Parece que um terremoto está nos atingindo.

— Eu não consigo dormir.

— Faz dias que você não dorme. O que está acontecendo?

— Não sei, amor. – Ela me abraçou. — Só estou me sentindo estranha. – Ela me abraçou mais forte e beijou meu pescoço.

— Não gosto de te ver assim... Sinto você diferente. Algo comigo?

— Não. Esta tudo perfeito entre nós. Eu... Só... Talvez... — Acho que sei. – Eu disse e levantei. Coloquei uma bermuda e uma camisa de mangas compridas. — Já volto.

— Vai sair?

— Rapidinho. Só preciso fazer uma coisa.

— Se cuida.

Assenti e fui para o carro.

Em pouco tempo estava na frente da casa dos Allen. Falei com o segurança e ele abriu o portão para mim.

Toquei a campainha e demorou um pouco. A luz da varanda se ligou e vi a cortina da janela ser aberta. Após uns segundos a porta se abriu.

— Minha filha, está tudo bem? – Henry disse colocando os óculos.

— Desculpe ter te acordado. Eu... Eu só não... Estou confusa.

— Entra. Faço um chá para nós dois. – Entrei e Nora estava no fim da escada.

— Aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou já me abraçando.

— Vamos tomar um chá. Tudo fica mais fácil com um chá.

Ele fez o chá e nos entregou as xícaras.

— Você parece preocupada. Aconteceu algo? – Henry perguntou e os olhares deles estavam preocupados sobre mim.

— Eu só... Eu... – Eu comecei a chorar. — Não sei porque, mas estou... Com uma sensação estranha e preciso falar uma coisa para vocês. – Eles ficaram me encarando. — Mãe... – Eu disse olhando para Rai. — Pai... – Eu disse olhando para Henry. — Obrigado por tudo. – Eu disse e foi como se tivesse tirado uma tonelada dos meus ombros.

Eles estavam chorando, mas tinham um sorriso enorme no rosto. Me abraçaram tão forte que tive a impressão de escutar meus ossos estalando, mas relaxei e retribuí, pois precisava mesmo deste momento.

 Me abraçaram tão forte que tive a impressão de escutar meus ossos estalando, mas relaxei e retribuí, pois precisava mesmo deste momento

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TRAP - Adaptação KarlenaWhere stories live. Discover now