Capítulo 32 - Reconstruindo

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Lutessa Lena Luthor  |  Point of View



Acordei e a cortina estava entreaberta. O sol adentrava tímido o quarto escuro, senti um cheiro de panquecas, minha barriga roncou milhares de vezes e eu levantei. Levei minha mão ao chão para pegar qualquer bermuda que eu achasse, mas aparentemente, meu guarda roupas tinha mudado de lugar.

Abri meu armário e um cheiro maravilhoso de amaciante entrou minhas narinas. Peguei uma bermuda e uma cueca, indo para um banho.

Depois da minha higiene completa, prendi o cabelo em um nó frouxo, seguindo o cheirinho de café.

Kara estava na frente do fogão, nossa foto que ficava estrategicamente posicionada em frente ao meu lugar de tomar café, agora estava no lado do fogão e ela estava a encarando.

— Bom dia. – Eu disse e ela virou rápido.

— Bom dia, Lee. – Ela caminhou até onde eu estava e me abraçou. E eu só conseguia pensar que aquilo era um sonho. — Como passou a noite?

— Eu não sei... Não lembro o que aconteceu ontem.

— Eu fiz nosso jantar, você saiu do banho dizendo que era um sonho... Que não podia acordar... Que eu não podia ter te deixado e você teve um surto, ficou tonta e depois desmaiou. Eu chamei um médico, ele te analisou e disse que você só estava dormindo, que a sua pressão estava alta e que você precisa fazer exames, pois está muito pálida e deve estar com algum problema, provavelmente anêmica.

— Então... Agora é sonho?

— Não, Lee! Não é sonho! – Ela beliscou meu braço e eu gritei.

— Ai!

— Viu... Não é sonho.

— Porque você voltou agora?

— Fiquei com medo que minha mãe te pedisse em casamento. – Eu ri.

— O que?

— Minha mãe... Ela deve estar apaixonada por você.

— Sua mãe é bem legal.

— Ela é sim. – Kara abraçou minha cintura. — Fiz seu café... Você precisa se alimentar direito, Lee.

— Eu quero dormir mais, ainda estou com sono.

— Depois do café deitamos mais um pouco. – Ela selou nossos lábios e se afastou, mas eu a puxei pelo braço e a beijei. Ela correspondeu, levando uma mão a minha nuca e a outra ela repousou em meu peito.

Era como o céu... Beijar o amor da sua vida... É a melhor sensação do mundo. Kara tem o beijo mais gostoso do mundo... Ou combinamos muito... Ou os dois.

Ela se afastou, respirou fundo e sorriu de forma terna pra mim. Eu sorri também.

— Eu amo você, Lee. – Ela me abraçou. — Fui tão tola.

— Hey... Estamos quebradas, amor. É normal você se sentir confusa, não é uma situação fácil.

— Se estivéssemos juntas...

— Agora estamos. É isso que importa.

Ela beijou meu pescoço e arrumou a mesa com o café. Eu fiquei assistindo desenhos em minha poltrona enquanto era massageada... Foi um belo investimento. Depois tomamos café.

[•••]


Nós estávamos no psicólogo, Kara achou que minha fixação por sonhos viraria algo ruim se não tratado a tempo.

TRAP - Adaptação KarlenaWhere stories live. Discover now