13- Uma noite no Labirinto.

7.3K 839 19
                                    

Vote e comente!

O ar gelado fazia o pelo dos braços descobertos de Scarllet arrepiarem

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

O ar gelado fazia o pelo dos braços descobertos de Scarllet arrepiarem. Ela corria a alguns minutos, sem parar para pensar onde estava indo. Lembrava de tudo. De cada corredor, bifurcação, qualquer centímetro. Estava sozinha, mas aquele lugar a fazia sentir-se em casa. O sentimento de angústia e medo assumiu seu corpo por completo. Estar presa no Labirinto a noite não a preocupava, mas sabia que a alguns quilômetros se encontravam Minho e Alby, um deles praticamente morto. Memórias tomaram conta de sua mente, as frases que tanto temia dizer poderiam sair de sua boca mais uma vez. “Ele foi picado”, “Não pude fazer nada”.

   As mesmas que disse quando Nick foi pego por um Verdugo. Agora, a culpa a invadiu. Se Minho não voltar, significa que ela falhou. Falhou em treina-lo para sobreviver nesse lugar. Falhou em tê-lo aceitado como Corredor, mesmo que ele fosse ótimo nisso. Sempre que um Corredor morre, Scarllet é culpada. Nem que seja apenas um porcento de culpa, ela estava envolvida. Afinal, ela que decide quem pode ou não virar um Corredor.
     
A escuridão tomou conta de todo o Labirinto. Por sorte, os barulhos altos dos Verdugos não estavam próximos. Normalmente, correr a ajuda a esquecer dos problemas, mas dessa vez isso não estava adiantando de nada. Tantas coisas se passavam pela sua cabeça que ela não conseguia ter foco em nada.

Encontre eles.
Continue correndo.
Você é imune.
Foco no caminho.
Vire à esquerda.
Matar um Verdugo.
Pegar a chave.
Encontre os meninos.
Sobreviva.

      Ela virou para a esquerda, exatamente como calculou. Um barulho alto seguido por um rugido veio do seu lado.  Sabia exatamente o que era. Um Verdugo acabara de virar o corredor, o mesmo em que ela estava. A menos de cinco metros de distância, ele a viu. O bicho de metal tinha quase três metros de altura. Suas oito pernas articuladas tinham funções diferentes, duas para cada. As duas de trás eram normais, seguidas por outras duas com luzes brancas que o iluminavam. O resto tinha agulhas e ganchos. Ela não conseguiu enxergar sua cabeça. Do meio dela saia um feixe de luz vermelho que apontava diretamente para ela. Ele flexionou as patas de garra e na mesma hora, Scarllet flexionou seus joelhos.
    
O Verdugo se transformou em uma gigantesca bola de metal e rolou pelo corredor em sua direção. Scarllet virou a próxima esquerda, desviando da própria morte. “Morrer esmagado deve ser horrível” ela pensou enquanto corria do Verdugo. Os estalos dos ferrões continuavam próximos e ela teve certeza de que o Verdugo a caçava.   
    
Não fez questão de olhar para trás, continuou seu caminho, fazendo curvas fechadas na tentativa de despista-lo. Ele era grande demais para conseguir acompanha-la. De repente, o ruído parou. Scarllet não parou de correr, havia conseguido. Fugiu do primeiro Verdugo daquela noite. Mas ele não estava longe. Seu barulho voltou, porém, ele não estava atrás dela. Encontrou outra pessoa.

Minho.
Não, não, não.

    Ela deu meia volta, mas o corredor de onde veio acabara de se fechar. Lembrou-se então que o Labirinto ainda estava mudando. Ela acelerou, terminando todas as passagens tão rápido que esquecera de prestar atenção no barulho do Verdugo. Não estava mais perto dele. Desapareceu.

A Primeira - Maze RunnerWhere stories live. Discover now