Como todo mês, à três anos, um novo garoto é enviado ao Labirinto junto dos suprimentos. Mas como Newt disse uma vez, alguém teve que vir primeiro, e esse alguém foi Scarllet.
A primeira pessoa a chegar na Clareira. A primeira a sobreviver a uma no...
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Brenda estava de pé ao lado de uma das camas dentro do aposento. O rosto parecia esculpido em pedra. Scarllet buscou seu olhar, mas a expressão era indecifrável.
Ela deitou-se em uma das camas sem resistência, não valia a pena gastar energia tentando fugir agora, muito menos ficar discutindo com os guardas toda vez que mandassem fazer algo que ela não queria. Aquilo precisava acabar logo, então, quanto mais rápido as coisas fluíssem, mais rápido ela e os garotos iriam embora.
A máscara metálica com fios e tubos pendia sobre ela como uma aranha gigantesca, só esperando para alcança-la. Brenda se aproximou, parando ao seu lado, mais perto do seu rosto. O guarda agarrou os dois pulsos de Scarllet enquanto se inclinava para frente com todo o peso, para se certificar de que ela não escaparia.
— Pode começar a sedá-la.
Scarllet suspirou, tomara a decisão certa em vir primeiro. Provavelmente os garotos seriam levados para outras enfermeiras assim que ela pegasse no sono, o que significava que Thomas não precisaria ver Brenda frente a frente. Ele não teria que vê-la o sedando, muito menos ficaria remoendo que a todo momento desde o Deserto, Brenda trabalhava para o CRUEL. A garota pousou a mão em seu ombro com suavidade.
— Fico feliz por ter vindo no lugar de Thomas. – ela falou, encarando a máscara que chamavam de Dissipador poucos centímetros acima do seu rosto. – Tenho certeza que ele ficaria muito triste quando visse no que você se tornou.
— Vai dar tudo certo. Nem todos estão aqui para deixa-la em uma condição miserável. Vai me agradecer mais tarde pelo que estou prestes a fazer. Agora, pare de se lamentar e relaxe.
— Deveria me agradecer por não ter te matado quando te encontrei aqui hoje cedo. Droga, estou mesmo arrependida de não ter feito isso.
— Scar, você vai entender quando se lembrar de tudo. Era o meu trabalho.
Ela forçou um sorriso.
— Tem razão. Então termine logo com isso para que eu possa entender mais do que entendo agora. Vejamos, me deixe recapitular tudo antes, só pra ter certeza, ok? – ela não esperou por uma resposta. – Motivos para a traição de Brenda; número um, ela é uma grande babaca. Número dois, era o trabalho dela, e com isso estou incluindo a parte de nos enganar o suficiente para que a considerássemos nossa amiga. Número três, ela não se importava nem um pouco com o que iria acontecer, nem mesmo com Thomas. – Scarllet parou para pensar. Franziu as sobrancelhas, e pela primeira vez naquela conversa, olhou para Brenda. – Você sabia que Nick estava vivo, não é?
Um silêncio tomou conta da sala. Ela sabia. Sempre soube.
— Sinto muito. Estava representando. Não podia te contar, além disso, não sabia que ele era tão importante assim para você.
— Acabe logo com isso! – berrou o guarda.
Brenda lhe lançou um olhar frio, mas não disse nada. Em seguida, voltou-se para Scarllet e lhe enviou uma sútil piscadela.
