109 - Um de nós

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	A frequência cardíaca de Thomas acelerou até se tornar um conjunto de pancadas agitadas no peito

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A frequência cardíaca de Thomas acelerou até se tornar um conjunto de pancadas agitadas no peito. O CRUEL tinha perdido todas as suas ideias para produzir uma cura, e agora apelavam para a última de suas opções. Aquela era a última chance que tinham, já que, se não conseguissem, teriam matado seus candidatos finais.

De repente, o tempo que o Braço Direito demoraria a chegar não parecia ser rápido o suficiente.

— Meu cérebro? – repetiu Scarllet em tom de descrença. Thomas ergueu as sobrancelhas, diferente dele, ela não parecia nervosa.

— Isso mesmo. – respondeu o Dr. Christensen. – O Candidato Final tem a peça que falta para completar os dados para o Esboço. Mas não há como afirmar até monitorarmos os padrões em relação às Variáveis. A vivissecção nos permitirá obter os dados finais, com os sistemas funcionando adequadamente enquanto realizamos os procedimentos. Não que vá sentir alguém tipo de dor... vamos sedá-la até que...

Ele não precisou terminar para que os outros dois entendessem. Os três cientistas do CRUEL aguardavam a resposta de qualquer um dos adolescentes, mas era impossível articular qualquer palavra.

Os olhos de Scarllet estavam fixos nos de Janson, o encarando com intensidade, transmitindo muito mais sentimentos do que ele conseguia identificar. Se aceitasse fazer parte daquilo, nunca mais iria rever Minho, Nick e Gally.

Se dissesse sim a Janson, estaria, definitivamente, dizendo adeus a todos os seus amigos.

Ela queria, mais do que tudo, que a cura fosse real. Que a pequena possibilidade de salvar Nick deixasse de ser apenas um sonho. 

Agora que estava ali, querendo ou não, teria de aceitar aquilo.

Seria o fim se o Braço Direito não viesse.

Mas, talvez, sua morte realmente pudesse salvar outras vidas.

Não tinha mais volta.

— Scarllet? – perguntou Janson, interrompendo a sequência de pensamentos da garota. – Sei que deve ter sido um choque para você. Preciso que entenda que não se trata de um teste. Não é uma Variável, e também não estou mentindo. Chegamos à conclusão de que podemos completar o Esboço analisando seu tecido cerebral e como, combinado a padrões que já coletamos, sua composição física lhe permite resistir ao poder do vírus do Fulgor. Os Experimentos foram todos criados para que não tivéssemos de aplicar esse tipo de procedimento a ninguém. Nosso objetivo era salvar vida, não as desperdiçar.

— Coletamos e analisamos os padrões durante anos, e você foi de longe a mais forte na reação às Variáveis. – continuou a Dra. Wright. – Já sabíamos há certo tempo, e foi nossa alta prioridade poupar indivíduos disso, que teríamos de escolher o melhor candidato para este último procedimento.

O Dr. Christensen prosseguiu delineando o processo, enquanto os adolescentes escutavam em um silêncio de puro entorpecimento.

— Você tem de estar viva, mas não desperta. Vamos sedá-la e anestesiar a área da incisão, por isso será um processo relativamente indolor. Infelizmente, você não vai se recuperar dessas explorações neurais; o procedimento é fatal. Mas os resultados serão valiosíssimos.

A Primeira - Maze RunnerWhere stories live. Discover now