40 - Hermano

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Ergueu os olhos, semicerrando-os para enxergar melhor. A pessoa que os vigiava estava no escuro e havia voltado a ficar em silencio.

— Quem está aí? – Minho gritou.

Em meio aos destroços remanescentes do terceiro andar, com traços jovens e olhos ligeiramente amendoados, um rosto masculino surgiu na escuridão, abrindo um sorriso para eles. Então, sem aviso prévio, ele pulou. Saltou pela fenda existente em meio aos pavimentos e caiu na frente deles. No último segundo, agachou-se em forma de bola humana e rolou três vezes, com um salto, pôs-se de pé em frente a Scarllet, os braços erguidos nas laterais do corpo, como se esperasse por aplausos. Desistiu e os cruzou, começando a falar.

— Meu nome é Jorge. Sou o Crank que toma conta desse lugar.

    Ninguém respondeu. Aquela cena dele caindo, rolando e levantando-se com um salto pareceu impossível e por alguns segundos Scarllet se imaginou fazendo o mesmo, no fim, parecia ter sido muito divertido. Balançou a cabeça, ignorando os pensamentos de fazer uma acrobacia e voltando a olhar o homem. Ele não parecia um Crank, por mais que fosse pura loucura pular do terceiro andar como ele havia feito, mesmo que tivesse sido um movimento muito legal.

— Por acaso esqueceram de como se fala? Ou estão com medo dos Cranks? A propósito, estava mesmo com fome. Seria ótimo comer um olho de sobremesa. Huum, que gostoso.

— Então admite que é um Crank? Admite que é um doido alucinado?

    Minho assumiu uma postura de líder, ignorando o máximo a dor que sentia. Foi como se ele quisesse atrair a atenção do Crank para ele, e parece ter funcionado, tempo o suficiente para Newt se pôr na frente de Scarllet, tampando a garota.

— Ele acabou de dizer que comeria um olho. – Indagou Caçarola, com a voz tremula. – É o suficiente para se qualificar como louco.

O homem deu uma risada, em um tom ameaçador.

— Venham, venham, meus novos amigos. Só comeria os olhos de vocês se já estivessem mortos. Eu poderia dar uma ajudinha nisso se precisasse. Entendem? – Os olhos deles pareceram procurar por Scar e mais uma vez, Newt fez o possível para tampa-la.

— Em quantos vocês são?

— Somos todos Cranks por aqui, hermano.

— Não foi isso que eu quis dizer, e você sabe muito bem.

   Jorge se afastou, andando pelo salão. Ele observava cada Clareano atentamente e todos eles tinham o medo escancarado em seus rostos. Scarllet olhou para cima novamente, tentando encontrar mais alguém por meio daquelas fendas, mas não viu nada.

— Olha, eu contaria tudo pra vocês. Sobre os Cranks, o CRUEL, o governo. Sobre os níveis do fulgor e tudo mais. Tudo que vou dizer é que é tarde demais para vocês, a doença vai pega-los, se já não pegou.

A Primeira - Maze RunnerWhere stories live. Discover now