Como todo mês, à três anos, um novo garoto é enviado ao Labirinto junto dos suprimentos. Mas como Newt disse uma vez, alguém teve que vir primeiro, e esse alguém foi Scarllet.
A primeira pessoa a chegar na Clareira. A primeira a sobreviver a uma no...
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Scarllet virou o rosto, encarando o chão por alguns segundos e pensando se deveria contar a verdade aos garotos. Decidiu que dessa vez, mentir teria de ser uma opção. Todos já tinham coisas demais para se preocupar, e ela não queria estar incluída na lista. Olhou para Nick, forçando um sorrio que tentou deixar o mais natural possível, mas Nick não demorou a perceber sua falsidade. O jeito que ele e os garotos a conheciam a irritava de vez em quando. Eles saberiam que ela está mentindo com o mínimo sinal possível, mas Scarllet ainda precisava tentar.
- Desculpe, estava tentando me lembrar do que aconteceu.
Minho franziu as sobrancelhas, encostando as costas na poltrona e apoiando as mãos nos joelhos. Agora, todos estavam atentos na explicação de Scarllet, e ela teria de dar cem porcento de si na sua atuação.
- Venho tendo uma dor de cabeça forte a algum tempo. Não sei o que é. De vez em quando fico tonta e parece que vou desmaiar. Foi o que aconteceu naquela hora. Mas já estou melhor, não se preocupem.
Os garotos se entreolharam e ficaram em silencio por cerca de um minuto, até Newt quebra-lo sem aviso prévio. Ele esfregou as mãos uma na outra e anunciou em um tom mais alto que o normal, como se aquilo fosse um jogo.
- Você está mentindo.
- É, eu também acho. - comentou Minho.
- Diga a verdade. - disse Nick, cruzando os braços.
- Como vocês sabem que ela está mentindo? - perguntou Brenda, confusa. Thomas teve a mesma reação que ela.
- Primeiro ela me olhou e forçou um sorriso.
- Depois intercalou os olhares entre Minho e Nick.
- Ela escondeu a mão do lado do corpo, em um canto onde não conseguimos ver porquê sempre que mente ela começa a mexer os dedos sem parar até que ela não precise continuar fingindo. - terminou Minho, tirando a mão de Scarllet de seu esconderijo e a segurando. - Conte a verdade.
- Odeio quando vocês fazem isso.
- Se você não mentir não vamos precisar fazer nada.
- Se eu estou mentindo é porquê tenho motivos.
- É, mas você não pode mentir pra nós.
- Nós não mentimos uns pros outros.
- Vai, comece a contar porquê soltou as armas.
Scarllet respirou fundo, intercalando o olhar entre os meninos mais uma vez. Eles eram tão insistentes.
- Eu não sei.
- Como assim? - perguntou Thomas. - Isso foi verdade, não foi? Ela não mexeu os dedos. Ah, mas ela intercalou os olhares.
- Foi verdade. - os quatro responderam juntos, voltando a atenção para Scarllet em seguida.
