Como todo mês, à três anos, um novo garoto é enviado ao Labirinto junto dos suprimentos. Mas como Newt disse uma vez, alguém teve que vir primeiro, e esse alguém foi Scarllet.
A primeira pessoa a chegar na Clareira. A primeira a sobreviver a uma no...
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Mais tarde, naquela noite, Thomas e Scarllet foram apresentados a Charlotte, para discutirem sobre a principal parte do plano. Ela era uma mulher silenciosa e miúda, que só pensava em trabalho. Explicou aos dois as funções do dispositivo de neutralização de maneira breve e eficiente. Ele era pequeno o bastante para caber na mochila que haviam providenciado, junto com alguma comida e roupas extras para a caminhada a céu aberto que os dois teriam de fazer. Quando o dispositivo fosse plantado e ativado, ele se conectaria automaticamente com os sinais de cada arma e confundiria o sistema. Demoraria aproximadamente uma hora para que todas as armas do CRUEL fossem inutilizadas.
Bem simples, eles consideraram. A parte mais difícil seria plantar a coisa quando entrassem lá, sem despertar suspeitas. Scarllet estava sentada no meio fio perto da garagem onde ficavam as últimas vans utilizáveis do CRUEL, junto de Thomas, que parecia ansioso com todas as novas informações. Os dois esperavam por Lawrence, que foi designado para acompanha-los onde os Bergs aguardavam, junto de uma piloto.
O garoto alto de cabelos raspados se aproximou. As sobrancelhas franzidas, formando rugas no meio da testa. Scarllet se levantou, caminhando até ele. Não queria admitir, mas estava nervosa. Temia que, durante a ocorrência do plano, pessoas importantes para ela se machucassem.
— Falei com Vince. – ele murmurou, Gally ainda não aceitara a ideia de deixá-la ir e ele a relembrava constantemente do que Minho acharia quando soubesse. Por mais que os dois não fossem próximos, ele sempre conseguia fazer uma boa imitação do garoto. – Ele disse que você não precisa ir. Desde que o Thomas vá, você pode ficar.
— Já falamos sobre isso. Eu vou com o Thomas.
— Isso é loucura, Scar.
— Não posso deixá-lo ir sozinho.
— Ele sabe se cuidar.
— Não sabe não. É o Thomas.
— Aí, eu to te ouvindo.
— Salvei a vida dele mais vezes do que posso contar nos dedos. – ela suspirou. – Não vai conseguir me fazer mudar de ideia, Gally. E não tente usar Minho contra mim. Tenho certeza que ele faria exatamente o que está fazendo agora, mas vocês não podem me impedir. Eu quero fazer isso. Quero vingar a morte de todos que o CRUEL causou. Quero me certificar de que não vou decepcionar Nick e Newt.
Ela colocou a mão no bolso da calça, sentindo o envelope do melhor amigo, que guardara com tanto carinho.
Lawrence passou por eles, entrando na van. Thomas parou ao lado da porta, esperando pela amiga. Ela abraçou o irmão, um duradouro abraço. Ao se separarem, Gally depositou um beijo em sua testa, nervoso em ter que deixá-la ir.
— Apenas... volte viva, está bem?
Scarllet engoliu em seco, sem saber o que responder.
— Contenha Minho enquanto eu estiver fora. E se cuide, por favor.
