Como todo mês, à três anos, um novo garoto é enviado ao Labirinto junto dos suprimentos. Mas como Newt disse uma vez, alguém teve que vir primeiro, e esse alguém foi Scarllet.
A primeira pessoa a chegar na Clareira. A primeira a sobreviver a uma no...
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— Não se preocupem, sei que os dispositivos parecem ameaçadores à primeira vista, mas o procedimento não vai machucá-los tanto quanto imaginam.
— Não vai machucar tanto? – repetiu Caçarola – Não gostei dessa frase. Quer dizer que vai machucar, é isso?
— Digamos que vocês experimentarão um pequeno desconforto, afinal, trata-se de uma cirurgia. Vamos remover um pequeno dispositivo da parte do cérebro destinada à memoria de longo prazo. Mas não é tão ruim quanto pode parecer, prometo a vocês.
— Espere um segundo. – indagou Teresa. Scarllet estava falando sério quando disse que sentia vontade de vomitar quando ouvia sua voz. – Isso vai levar embora também o que quer que tenham colocado na gente que permite a vocês nos controlar?
— E quanto a telepatia? – Nick não hesitou em perguntar, lançando um olhar para Scarllet me seguida. – Tudo vai sair dali? Tudo?
— Tudo, exceto o minúsculo dispositivo que nos permite mapear os padrões da sua Zona de Conflito Letal. Além disso, a habilidade que você e Scarllet tem de se comunicar, assim como Teresa, Aris e Thomas, já foi desligada. Mas agora, vai sumir para sempre. No entanto, terão a memória de longo prazo restaurada, e não conseguiremos mais manipular a mente de vocês. Lamento que seja uma oferta que venham em um pacote. É pegar ou largar.
— Tá, e o que vem depois? – perguntou Scarllet. – Sabe, qual é o “mais”? Você pode parar com essa enrolação, nos sabemos que você vai dizer algo que vai nos deixar muito preocupados agora. Bom, eu pelo menos tenho certeza disso.
Ele suspirou.
— Bem, acho que estamos prontos. – anunciou o Homem-Rato. – Uma última coisa. Há algo que preciso lhes dizer antes que recuperem a memória. É melhor que ouçam isso de mim em vez de... se lembrarem após o procedimento.
— Do que está falando? – perguntou Harriet.
O Homem-Rato uniu as mãos as costas, naquela atitude solene, a expressão grave de repente. Olhou para Scarllet, e ela sentiu todo o corpo arrepiar. Teve certeza do que ele iria dizer, estava na hora de descobrirem qual dos seus quatro melhores amigos não era Imune ao Fulgor.
— Alguns de você são Imunes ao Fulgor. Mas... outros, não. Vou repassar a lista. Por favor, façam o possível para ouvi-la com calma.
O corpo de Scarllet estremeceu. Ela deu passou para trás até suas costas se encostarem na parede. Sua respiração estava ficando pesada e o ar estava começando a fazer falta, antes mesmo de ouvir os nomes. Não queria. Não tinha nenhuma vontade de saber.
Por favor, não fale. Não fale o nome deles.
Minho parou na sua frente. Colocou a mão no queixo da garota, o levantando sutilmente para que seus olhos se encontrassem com os dele. Ele beijou sua testa de uma forma carinhosa e gentil, segurando as pontas dos seus dedos e entrelaçando com os seus com os dela.
