82 - Pequenos Minhos.

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Scarllet acordou zonza e com uma incomoda dor atrás dos olhos

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Scarllet acordou zonza e com uma incomoda dor atrás dos olhos. Minho estava sentado em uma cadeira próxima, a cabeça pendendo, enquanto ressonava em um sono profundo. Thomas estava ao lado, sentando em outra cadeira. Os olhos abertos, fixos no chão. As mãos entrelaçadas uma na outra e o olhar distraído e sonolento, como alguém que acabara de acordar de um sonho confuso.

- Thomas? - ele levantou a cabeça em sua direção, dando um sorriso.

- Acabei de acordar. Tive um sonho confuso.

- Eu percebi. As duas coisas. - ela esticou o braço para Minho, cutucando sua perna e sussurrando. - Minho. Ei, Minho. Acorde.

- Hã? - Minho abriu os olhos devagar e pigarreou. - O que? O que está acontecendo?

- Nada. Só quero saber como foram as coisas. Hans consegui tirar o implante da nossa cabeça?

Minho fez que sim com a cabeça em meio a um grande bocejo.

- Sim... Ele tirou o implante de nós três. Pelo menos, foi o que disse. Cara, você ficou agitada demais.

- Lembra de tudo aquilo? - perguntou Thomas.

- Sim. Era como se estivesse paralisada, ou algo assim. Por mais que tentasse, não conseguia deter o que me controlava. - ela encarou o chão, pensativa. - Agora entendo o que Chuck e Gally sentiram. É horrível.

- Aconteceu o mesmo com Thomas, logo depois que você dormiu. - ela levantou a cabeça, franzindo as sobrancelhas. - Esse cara tentou cortar fora o meu você-sabe-o-que!

Thomas riu, algo que não fazia a um longo tempo. Gostou de ouvir o som do próprio riso.

- É uma pena que não eu tenha conseguido. Teria livrado o mundo de futuros pequenos Minhos.

- Espero que não se esqueça de que me deve uma.

- Pode deixar.

Minho chamou a atenção de Scarllet ao segurar sua mão.

- Por que está com essa cara? Deveria estar feliz com a noticia de que ainda vamos ter futuros pequenos Minhos.

- Não seja idiota. - Scarllet puxou de volta sua mão, esfregando as duas nos joelhos. Minho franziu as sobrancelhas, a expressão confusa e ao mesmo tempo magoada pela atitude da garota.

- O que foi, Scar? Só estava brincando.

- Não é isso, Minho. - ela suspirou, levando as mãos ao rosto e esfregando, como se tivesse tentando acordar. - Eles também tentaram controlar você?

- Não.

- E você não acha isso estranho?

- Bom, talvez eles tenham desistido quando viram que não funcionou com nós dois.

- É bem óbvio que não foi esse o motivo.

- Acha que foi por quê? Tenho certeza de que já pensou no assunto. - perguntou Minho.

- Janson disse que só três de nós somos considerados candidatos finais. E quando perceberam que iríamos tirar a única coisa que eles ainda eram capazes de nos controlar, ativaram o modo de defesa que lhes restaram. Mas só ativaram o meu e o de Thomas. É como se eles só quisesse se certificar de que nós dois não iriamos tirar essa coisa.

- Vocês são os candidatos finais.

Disse Brenda, passando pela porta da sala na frente de Jorge e Hans. Scarllet se perguntou a quanto tempo eles estavam ali, mas logo se esqueceu disso quando percebeu que os três estavam mais sérios do que nunca.

- Gally veio até aqui e teve outro papo estimulante com vocês? - perguntou Thomas. - Parecem arrasados.

- Quando é que ficou tão alegre, muchacho? Poucas horas atrás, ameaçava a gente com uma faca igual sua amiga.

Thomas fez menção de abrir a boca para se desculpar, mas Hans fez um gesto para que se calasse. Inclinou-se sobre a cama e acendeu uma pequena lanterna, direcionando-a aos olhos dele.

- A cabeça está cicatrizando muito bem. -
ele foi até Scarllet, fazendo a mesma coisa. - A dor deve passar logo. O procedimento de vocês foi um pouco pior por causa daquele sistema à prova de falhas.

Thomas se voltou para Brenda:

- Está tudo certo?

- Funcionou. - ela respondeu. - A julgar pelo fato de não estar mais tentando nos matar, deu tudo certo. E...

- O que?

- Bem, provavelmente você não será mais capaz de se comunicar telepaticamente com Teresa ou Aris.

Scarllet levantou com um pulo, atraindo os olhares.

- Temos que voltar ao Berg. Nick e Newt...

- Vamos partir daqui a pouco. - interrompeu Brenda. - Antes, Hans quer dizer algo.

Ele havia recuado um pouco, encostando-se à parede, para lhes dar um pouco de privacidade.

Agora se adiantava, cabisbaixo.

- Gostaria de poder seguir com vocês e ajuda-los, mas tenho uma esposa. Ela é minha família, minha primeira preocupação. Quero lhes desejar boa sorte. Espero que consigam fazer o que não tive coragem o suficiente para tentar.

Thomas assentiu com a cabeça e Scarllet fez o mesmo movimento em seguida, forçando um sorriso.

- Obrigado. - disse o garoto. - E, se conseguirmos deter o CRUEL, viremos busca-lo.

- Veremos. - murmurou - O futuro nos guarda muitas surpresas.

Hans se virou e voltou à posição anterior, encostado à parede. Thomas imaginou a quantidade de lembranças obscuras que aquele homem carregava.

- E agora?

Não havia tempo a perder. E a mente de Scarllet já funcionava com rapidez, pensando nos próximos passos.

- Vamos encontrar o grupo que está com Teresa. - começou Thomas. - Temos de convence-los a se juntar a nós. Depois voltaremos ao apartamento de Gally.

- Não. - interrompeu Scarllet. - Temos que voltar ao Berg e ver como os garotos estão. Que se dane Teresa e todos que estão com ela. Eles decidiram partir sem nós, e eu não vou ser a idiota que procura por eles.

- Precisamos deles.

- Não precisamos. Se estivermos certos, se nós dois formos mesmo os escolhidos, então o CRUEL vai vir atrás de nós. É o suficiente para conseguirmos nos infiltrar naquele lugar, tudo que precisamos é de um plano para que o Braço Direito também consiga entrar. Sem Teresa, Thomas. Já passou da hora de você entender que ela não está com a gente.

- E o que ela disse a Gally? Sobre não estar mais com o CRUEL. Não vale de nada?

- Nada que venha dela vale alguma coisa pra mim. - ela suspirou. - Escute, se você quiser ir atrás de Teresa, vá. E vocês podem ir com eles também. Eu vou ver como Nick e Newt estão, eles são a minha prioridade, não Teresa. Nos encontramos em um outro momento, no apartamento de Gally.

- Quer se separar, hermana?

Ela assentiu.

- Eu não vou atrás de uma traidora. Tenho pessoas mais importantes para me preocupar.

- Não pode ficar andando pela cidade sozinha. - disse Minho. - É perigoso. Não vou deixar você fazer isso.

- Vou pegar um taxi e ir até o Berg. Encontro vocês amanhã de manhã, no apartamento de Gally.

- Escute, porquê não vamos comer algo e discutimos sobre isso depois? - perguntou Minho. - Tenho certeza de que não sou o único com fome.
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A Primeira - Maze RunnerWhere stories live. Discover now